MENINOS TRAQUINAS
Eduardo Andrade (Duda)
FS, 16/10/1984
Escritores do Brasil – Págs.: 120 e 121 – Ano: 1986 - RJ/BR
Vaza-Maré, Costeleta, Cebola, Bode, Nino, Cabeção, Peba, Nanunu, Pantaleão, Gambá, Papa-Rola, Coveiro, Jacaré-Banguelo, Zezito-Palito, Soutien e jaburu. Estes são os apelidos dos rapazes do jogo de bola na rua que leva o nome de quem instituiu o Código Civil nesse tão nosso Brasil.
Eles são bastante engraçados e capazes de transformar horas em simples segundos, pois todos ficam na ânsia por um fim-de-semana, do jogo de bola ao Cooper de última hora.
Logo, no sábado pela manhã, a partir das oito horas, tem um limpar de bicicletas de salivas e flanelas entre Cabeção, Costeleta e Pebão. Destes polimentos às pedaladas até outras queridas terras.
Pela tarde, entre quinze e dezoito horas, acontece o famoso “baba” que é de praxe perante a inquietante gurizada; dividido em times de três e o último garoto a jogar é chamado de otário.
A distância entre as traves são medidas pelos pés do jovem Jaburu, que possui os seus maiores que o de um canguru. As lambanças estão por conta de Vaza-Maré e Pantaleão – assinalam gols até sem tocar os pés na redonda. Enquanto que o quebra-quebra fica entre Bode, Soutien, Nino e o Gambá: onde a lei entre eles é chutar em quem por lá com a bola tentar chegar.
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