Meu ilustre amante

Não tem como falar de 7 de setembro sem lembrar do famoso grito do Ipiranga. Que aliás, só de lembrar me dói as pregas. Me dói as pregas vocais. Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de fazer aquecimento vocal. Lembro-me como se fosse hoje. Era o ano de 1822, Época em que a situação política do Brasil era muito tensa. Crise econômica, aumento dos impostos colocados pela coroa portuguesa e enfim, a mesma coisa de sempre.

Estava eu, sozinha na praia de Santos, sentadinha na areia branca com meu biquíni de bolinha amarelinho tão pequenininho, quando vi surgir das águas do mar um surfista diferente. Ele veio ao meu encontro, fez uma mesura e sentou-se ao meu lado. Pedro era o seu nome e pelo sotaque, logo percebi que era português. Seu pai chamava João e sua mãe Carlota Joaquina. Conversamos por longas horas e depois ele me ofereceu uma carona de volta para São Paulo. Montei na garupa de sua mula e chegamos à beira do rio Ipiranga. Pedro me convidou para nadar. Aceitei, é claro. Ele despiu-se e fiquei bestificada com o tamanho da sua espada. Aproximou-se, encostou seu corpo sem roupas no meu corpo nu e beijou-me sem escrúpulos até os mais íntimos lugares jamais tocado de meu casto corpo… Ali, a margem do rio Ipiranga, soltei um interminável grito de prazer que ecoou por todos os cantos do país. Pedro foi o primeiro homem da minha vida, depois vieram outros, mas nada disso importa agora… Pedro I, o príncipe da espada bem dotada… Fiquei sendo a sua marquesa de Santos e hoje o Brasil inteiro comemora comigo o grito do Ipiranga, pois todas as pessoas o ouviram do Ipiranga as margens plácidas…