MAGNÉTIKA- Cap. I

MAGNÉTIKA

Para Irene Ranieri e

Ângelo José Ranieri

“Penso que me atrais para ti, como ímã ao ferro”

A força de atração, que une átomos dispersos, ilhas ao continente; seres divididos torna-se-ão um uno, a forma maior do coletivo.

Ao outro uno minas forças, e formamos um todo maior.

Penso no outro como em mim mesmo; se eu não gosto de sofrer, não quero que sofra também.

Se estou alegre, quero repartir a alegria para que ela seja maior; ninguém pode ser feliz sozinho.

O prazer e a alegria de ser prestativo; o contentar-se em fazer o outro feliz; assim nos tronamos felizes também, não o ególatra, que pensa só em si e demarca seu território; o prazer está em amar a si, primeiramente; depois amar o outro; um todo maior alegre e fraterno. A alegria está no doar-se, amar a si e aos outros e repartir.

Atrair-se mutuamente, magneticamente; jóia preciosa e amor dadivoso.

Amar-se é cantar; cantando atraímos os outros e nos desanuviamos.

Quando nos despimos do orgulho, da arrogância, nos tornamos mais leves, nosso coração se alegra, mas, ai de nós, teimamos em querer ser uns mais que os outros. Ainda não superamos o orgulho e a inveja, sentimentos naturais do ser humano, mas que em excesso são prejudiciais.

Aquele que se gaba de si, que só fala de si, de suas posses e conquistas não atrai a atenção, mas aborrece e afasta as pessoas ao redor. Saber calar, saber ouvir os mais velhos e solitários, saber ser amigo; queremos amigos como posses, não como alguém com quem repartir alegrias. Procuremos os amigos nas horas alegres, para repartir felicidade, não só na hora de necessidade. Sejamos gratos a quem nos apoiou nas horas de agruras.

Evitemos procurar alguém para reclamar da vida, para fazer fofoca; procuremos elogiar as qualidades do próximo; tentemos não enxergar os defeitos.