TREM OLÍMPICO

Nas olimpíadas do Rio, um dos meios de transporte coletivo eram o trem, o metrô, o ônibus e o VLT. Andei muito de metrô e de trem. O trem não parecia com um trem que eu andava, pois não tinha aquela zuada de trem que eu costumava andar, ou seja, aquele toc top toda vez que a roda passava entre um trilho e outro. No trem do metro o mesmo deslizava, e o motor era elétrico, em suma, não tinha som de trem, não tinha estação e nem apito, definitivamente não era trem. Ele só andava lotado, e no trem existia muitos vendedores, e eu sempre comprava algo, geralmente em três produtos, três bolachas, três chocolates ou três Rufos. Um belo dia, não sei se o cosmo conspirava, peguei um trem que não tinha ninguém dentro do vagão, se bem me lembro, foi a única vez nos jogos olímpicos que adentrei à um vagão vazio, pra falar à verdade mesmo tinha um árabe ou palestino sentado sozinho no trem, na única cadeira que dava de frente para o trem, as outras eram de lado, e lá estava o muçulmana , calado, com aquela barba comprida e óculos escuros. Pensei, será que ele vai fazê um atentado aqui? Olhei de novo, pois nas olimpiadas eu fugia de palestinos e israelitas como o diabo foge da cruz, pois tinha-se falado muito em atentados antes das olimpiadas, e eu queria está longe desse evento. Pois eu tava com esse dilema, entrar no trem com aquele suspeito de terrorismo e o pior, sentar ao seu lado, pois por conta da minha labirintite eu só podia me sentar justamente ao lado do árabe, pois era na única cadeira de frente para o deslocamento do trem. Não contei pipoca, me sentei junto do árabe, que olhou para mim com o canto do olho e deva ter pensado - tanto canto para se sentar e esse viado vai se sentar logo ai.

TREM OLÍMPICO.

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 14/10/2017
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