O Sapo Adelar

Eu pensei que era mentira... mas ontem de noite quando estava indo na venda comprar mantimentos, eu o vi, parado, parecia um cachorro sentadinho... todo verde... ele fez um barulho e pulou em mim, eu óbvio, não reagi e nem demonstrei medo... dei meia volta e saí correndo calmamente desesperado... Peguei uma faca e uma panela e voltei confiante, determinado... Era um sapo bem loco, provavelmente membro de algum exercito de sapos que estava planejando invadir o Pérola, tinha ido primeiro para colher informações e passar detalhes do terreno para os outros organizarem a invasão... Tinha que matá lo, cortar ele em pedacinhos, depois tacar fogo e pendurar seus ossos como alerta para os demais sapos que ousassem entrar no Pérola... Mas antes disso, tirar todo seu sangue e com ele escrever um alerta... P/ Os Sapos: CUIDADO, PERIGO... Fui me aproximando lentamente do animal, e quando fui conversar com ele, matar ele, me passou pela cabeça que ele poderia ser pai de família, um jovem responsável atras de novas oportunidades, um lugar melhor para criar seus girinos e levar sua vida tranquila... Engrossei a voz, e disse: Alto lá... O que queres no meu navio? Ele respondeu... Estou somente de passagem, não quero criar incomodação, deixe eu passar a noite e amanhã vou embora... Pensei... Rapaiz... é um espião mesmo, vou ter que matar... fechei os olhos ergui a faca da tramontina e quando fui dálhe... ele gritou... Eu perguntei, o que? Ele respondeu, tá bem eu confesso... Meu nome é Adelar, eu vivo escondido aqui no seu navio há alguns meses... O sapo então me contou toda sua história de vida, como chegou da Lua até aqui, que tinha dito para sua esposa que iria trabalhar de salva vidas em Santa Catarina, e nunca mais voltou, não aguentava aquela sapa rabugenta... E que tinha encontrado em meu navio um lugar seguro para seguir sua vida... Se comprometeu que se eu deixasse ele morar com a gente, mataria toda mosca intrometida e mosquito zombeteiro do além... Eu me sentei comovido com toda aquela história, sequei as lágrimas... E perguntei... Sapo Adelar você quer morar com a gente? O Sapo de felicidade abriu um sorriso e pulou para me dar um abraço, de reação eu ergui a faca e sem querer acabei arrancando a pata do animal fora... Ele coaxava de dor... eu me desesperei, e gritava de pavor... Chamei pelo Nego Bil Turner que pegou a pata do sapo e tocou ela longe com medo pensando que fosse macumba... Estancamos o ferimento e colocamos um gancho no lugar de sua pata... Eu disse que iria procurar a pata e caso algum dia sua sapa passasse por ali o procurando lhe daria a pata e diria que ele tinha morrido... O Sapo Adelar com a pata de gancho, sugeriu então que fizéssemos um churrasco para comemorar... E agora estamos nós aqui a confraternizar...

Jovito Rosa
Enviado por Jovito Rosa em 03/11/2017
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