47 segundos

Havia uma moça, a filha mais nova, se não contasse com a sua irmã adotada. Tal moça finalmente casará, finalmente alguém para compartilhar a vida, já não estava mais sozinha. Ela amadureceu seu sonho de criancinha de ter uma filha, finalmente poderia realizar; então depois de muita luta, depois de muito tempo ela recebe a noticia de que está grávida! A família, os amigos e o mundo pareciam comemorar silenciosamente no abraço do marido. 1 mês passou, 2 meses, 3 meses - já havia recebido tantos presentes - 4 meses... E ela cai morrendo de dor. Esse mês que pareceu anos de sua vida, e ela voltou para a casa de seus pais, descansar e se cuidar. Todos dormiam quando completou o 5º mês de gestação, da cama dela jorrava sangue, o chão não tinha mais a cor branca, a casa que antes era silenciosa virou palco de tumulto, vozes preocupadas, orações e choro. A tal moça rapidamente vai para o hospital com sua mãe, lutará contra suas próprias fraquezas, contra o mundo para ter sua filhinha! Já não tinha forças nem para andar quando ela recebe a noticia de que vai dar certo, e uma ínfima esperança brilha em seus olhos. Mas ninguém a informou sobre o futuro.

Como o tempo muda; o médico não escutava os batimentos do coração da menininha, disse-lhe que já estava a caminho. A bolsa estourou e finalmente nasce a linda criança, vermelha como magma, mas silenciosa. A bela criança foi motivo de alegria por exatos 47 segundos, 47 segundos de alivio, 47 segundos de emoção, 47 segundos até o médico declarar morta.

Pobre criança! Que preencheu um caixão do tamanho de uma caixa de sapato de numero 43. 47 segundos que a tal moça morreu por dentro junto com a sua criança. 47 segundos de felicidade insana que se transformaram em pesadelo, 47 segundos até o fim do mundo. E no final a tal moça murmurar entre lágrimas:

- Só falta costurar meu coração.

Lucas Gabriel
Enviado por Nefer Khemet em 20/04/2018
Código do texto: T6314057
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