Genética

João pisou propositalmente em uma formiga rainha. Hoje, João tem 4 anos de idade, e não fazia ideia de que esta formiga rainha era a primeira formiga a nascer com uma mutação no cromossomo D9-41, que fazia dela e de seus descendentes um pouco mais inteligentes do que as outras formigas da mesma espécie. Num mundo repleto de todo tipo de abundância para sobrevivência de formigas, este fato é, com toda certeza, irrelevante, porém, em apenas duzentos anos no futuro, quando a humanidade se destruir com tecnologia nuclear, surgirá um ambiente onde até mesmo as formigas desta espécie resistente a radiação, teria problemas em sobreviver.

Os descendentes desta formiga rainha, agora morta, por serem mais inteligentes teriam uma vantagem evolutiva sobre as outras formigas e em pouco tempo dominariam o planeta. Em menos de um milhão anos, com diversas mutações aleatórias causadas pelo excesso de radioatividade, as pequenas formigas se tornariam grandes animais pensadores, assim como os humanos um dia haviam sido. A ciência das formigas-pensadoras se desenvolveria, até um dia em que formigas arqueólogas escavariam sítios antigos e descobriam relíquias humanas, junto com uma pequena porção de DNA que as formigas-ciêntistas usariam para recriar geneticamente alguns humanos, machos e fêmeas.

Os humanos logo seriam reconhecidos por suas habilidades de aprender coisas banais e resolver problemas simples que as formigas em geral consideravam humilhantes.

Por milhões de anos os humanos serviriam como escravos para as formigas, que os venderiam, comprariam, usariam e descartariam ao bel prazer, motivados por lucro ou necessidade.

Os humanos seriam levados para cada um dos planetas povoados pelo povo formiga e para todo o sempre sofreriam seus maus-tratos.

João pisou propositalmente em uma formiga rainha, e com isso, condenou a humanidade a extinção!

=NuNuNO==

(Que odeia pensar nas consequências daquele mosquito que escapou ontem a noite)