BREU

Ela se sabia prenha. Escolheu para gestar o canto direito do sofá. Ia ao banheiro, comia, tomava sol e voltava para seu ninho. Recebeu de sua dona todo o cuidado que merecia. Uma tarde saiu do sofá e foi se aninhar à perna de sua dona com um olhar de “Vai nascer”. Pariu na tarde clara sua cria negra como a noite. “Puxou ao pai, não é Mel?”, justificou a médica veterinária. De volta ao sofá, acostumou-se a amparar sobre seu corpo o pequeno Breu. Hoje, com a marca do tempo no seu focinho esbranquiçado, não consegue dormir sem o grande Breu ao seu lado.

Rinaldo Saracco
Enviado por Rinaldo Saracco em 26/08/2018
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