Exame mais profundo

Esta narrativa que vou contar se deu em minha cidade, se você ao ler, entender que ouviu algo de verdadeiro a este respeito, pode se quiser considerar este acontecido como verídico.

Caso contrário será só mais um estoria.

Em dias recentes levei uma criança ao médico, jovenzinha já meio adolescente, precisava de consulta, passaria por um check up.

O médico muito amigo, disse, "traga a menina para o consultório"

Eu disse a ela "vá!".

Eu não iria ser examinado, pensei que não era necessário que eu entrasse.

Mas o doutor me disse que não se pode examinar um menor sem a presença do responsável a não ser que tivesse mais pessoas com ele, era uma questão ética, eu tinha que acompanhar.

Achei aquilo interessante, respeitoso, muito bom, eu que ja o respeitava muito, devotei a ele mais admiração ainda.

Um dia no entanto, vi algo diferente, com outra pessoa, em outra situação, eu que havia conhecido a ética, conheci então a falta da mesma.

Em nossa pequena cidade, tem muitas farmácias e farmacêuticos, como nem sempre a população humilde consegue ir a um medico, é comum que vá a farmácia e o farmacêutico indica um remédio para a moléstia apresentada.

Coisa comum, o incomum é que uma senhora que veio de um assentamento fazer compras, trouxe sua filha ja bem graúda para ser indicada a ela um medicamento pelo farmacêutico, ja que ela estava com uma insistente tosse.

O moço, olhou a menina, e com um brilho intenso nos olhos disse, "tenho que examina-la".

Em seguida começou a apalpar a jovem, perguntando se doía, passou a mão nas costas, no pescoço e sobre protesto da mãe a largou depois de tentar apalpar lhe o colo e região dos seios.

Ele disse, "mãe é só para ver se não é algo mais grave, vou lhe passar um xarope e se não resolver a senhora a trás de novo que lhe farei um exame mais profundo!"

Foram embora a mãe aborrecida e a menina bem chateada, ficou com uma carinha desgostosa.

Chegado em casa, mesmo sem dizer nada, o pai, matuto, percebeu que tinha algo diferente nas duas, esperou que a mãe arreda-se da filha e perguntou de forma certeira como flecha atirada por arqueiro experiente, "o que aconteceu de diferente?".

A menina contou a história, o pai então disse tranquilamente, esquece minha filha guarda magoa não, deixa pra lá.

No outro dia cedo o lavrador se dirige a cidade, uma peixeira na cinta e um olhar de carcará quando sente cheiro de carniça.

Chegando na farmácia logo informa, "estou com uma tosse de lascar!".

O curandeiro então pega lá um xarope qualquer e diz, "tome três vezes ao dia".

O senhor insiste,"eu quero ser examinado, igual o doutor fez com minha filha!"

O cara que estava de branco, ficou amarelo, tentou dizer algo mas o roceiro ja tinha puxado a faca e insistia agora para ser examinado profundamente, nesta hora o ameaçado ja esta a mais de mil por hora, correndo por sua vida, a turma do deixa disto acalmou o cidadão, falaram em policia mas deixaram por aí mesmo.

Acredite, aconteceu por aqui, ou não! (56711-15)