Estação Uruguaiana "Parte 3".

Depois de termos pego o QRU, continuei na porta por mais alguns minutos até que o Antônio chegou e ocupou o lugar que anteriormente era dele.

- Você vai pra P1.

- P1 é aonde?

- A porta da Uruguaiana.

- Ok.

Guará estava no salão. Salão não quer dizer que ela estava num salão de beleza e sim estava no salão da loja ou andando pela a loja olhando cada canto, tanto no primeiro, segundo e terceiro piso. Isso mesmo, a loja tinha um terceiro piso.

Guará se aproximou e disse:

- Você já ficou na P2 agora você fica um pouco na P1.

A loja continuava com ritmo frenético. A hora do almoço era a hora que mais enchia dependendo se tinha algum evento na loja.

Na porta estava outro A.S

Guará disse:

- Tudo bem, posso deixar ele aqui?

- Pode deixar ele aqui comigo. (foi isso que ele respondeu).

Guará, continuou no salão e fiquei na companhia do outro A.S ele estava na porta sozinho até eu chegar. A porta da Uruguaiana é a principal porta da loja e onde se deve ter mais atenção. Por isso que não é qualquer A.S que fica nesta porta. Qualquer descuido é fatal, qualquer falta de atenção é uma mercadoria sendo furtada até por que os outros funcionários colocavam produtos na porta e eles estando sem cabo de aço, o furtante leva a mercadoria e você nem nota. Foi o que aconteceu comigo meses depois já experiente. Fiz a loja perder dois ventiladores pequenos; as caixas estavam praticamente na porta da loja e bem no canto o que facilitava para a ação do furtante. Desde então, colocava o objeto em que ficava o encarte da loja do lado do alarme e da parede e assim eu conseguia tampar aquele buraco por onde os ventiladores saíram mas, isso é para ser contado em outro momento.

O nome do A.S que estava na porta da Uruguaiana é Sadraque. Fisicamente era parecido comigo. Era um pouco mais forte mas, pelo o pouco tempo de loja, parecia um cara experiente na função. Fiquei observando o jeito como ele trabalhava, Sadraque não parava de falar no rádio nem por um segundo, era muita gente na loja, era ele informando aos clientes onde eles poderiam encontrar os produtos, mas os olhares tinham que estar na movimentação da loja.

Estava sem rádio, mas estava prestando atenção no que estava acontecendo. Sadraque estava andando de um lado para o outro e alguém estava falando com ele não rádio.

- Onde está?

É ele estava se comunicando no rádio com alguém.

- Está certo mesmo, pode segurar na porta?

Então Sadraque, cruzou os braços e ficou parado na porta. O fluxo da loja continuava grande e então ele parou uma mulher. A mulher então, tentou sair mas Sadraque a segurou no braço e viu a sua bolsa que não tinha nada mas, essa mulher ainda tinha história pra contar. Ela era uma furtante mas, neste dia não conseguiu nada mas mesmo assim foi abordada na porta. Esta ela passou batido ou ela se livrou.

Sadraque veio me cumprimentar. Pareceu-me um cara sério, oriundo do exército pois ele serviu, mas quando veio falar comigo, se mostrou um cara que legal. Me deu algumas dicas de abordagem e logo apertou a minha mão um gesto de boas vindas.

Logo Sadraque tinha saído para almoçar e depois eu saio também. O A.S que ficou no meu lugar se chama Ataíde.

Ataíde era um dos mais experientes, mas, aparentava estar cansado da rotina de A.S.

- Vai lá, vai almoçar.

- Valeu!

Estava caminhando em direção ao vestiário mas, tinha me lembrando que não tinha trazido marmita e então fui comer algo na rua mas, Ataíde barrou a minha saída.

- Victor, não sei se você sabe mas, a saída dos funcionários é pelo o G.V.

- Ah beleza. Não sabia.

Fui até o G.V e lá fui informado pela a Guará que é uma hora de almoço.

Na rua tinha achado um canto para poder almoçar mas, vamos pular está parte.

Voltando ao trabalho, fiquei na P.2 outra vez, mas desta vez, a loja já estava mais tranquila. Um homem surgiu na frente do nada.

- Qual o seu nome?

- Victor

- Prazer, sou Fernando.

Fernando é o chefe de segurança. Ele não era alto, mas, tamanho não é documento. Ele ajudava bastante no salão isso por que, por ser o chefe, ele não ficava na porta. Fazia os nossos horários, é um chefe gente boa.

- Se precisar de alguma coisa, é só falar comigo.

- Beleza!

Primeiro contato com o chefe foi bem tranquilo, já tinha em minha cabeça que ele era um cara muito sério, quase um general.

Depois de um tempo, Ataíde que estava no salão foi para a minha porta.

- Cara, tudo bem pra você se eu ficar aqui na P.2 é que eu não gosto muito da P.3.

Na verdade, acabei indo para a P.1 e ali fiquei até o final. Até tinha perguntado para a Guará, onde o Sadraque estava, pois achava que ele era o dono da porta da Uruguaiana.

- Ele vai para a P.2 e o Ataíde para o salão.

Fiquei na P.1 sozinho desta vez, fiquei praticamente até o final mas, o final nunca chegava. A hora de ir embora parecia uma eternidade.

No meio de expediente, novos caras aparecem, Paulo era um deles, era um A.S com poucos meses na loja mas, já experiente. Ele tem um olhar pra botar medo nos furtantes, um olhar de guerra.

Paulo estava no salão e ficava observando cada canto da loja. Estava focado, parecia que alguém tinha passado uma informação para ele.

- Iai cara, beleza?

- Beleza.

- Qual o seu nome?

- Victor.

- Sou Paulo. Se tiver algum informe ai é só passar valeu! Estou no salão.

- Fechado.

Foi o primeiro A.S que conheci do turno da tarde. Embora, eu viria a ser do mesmo turno que o do Paulo e os demais que estão na loja e ainda não conheci. Pela a hora, Antônio, Guará, Sadraque e Ataíde já tinham batido o ponto então o turno tinha trocado.

Passaram algumas horas, eu já estava na P.1 desde que voltei do almoço, não sai de lá pra nada. Até o sol já tinha batido o seu ponto e trocado pela a lua. Os trabalhadores do centro do Rio de Janeiro passavam pela a Rua Uruguaiana em direção a Av. Presidente Vargas. Bateu uma inveja naquele momento, queria estar com a minha mochila e andando naquela direção mas, acho que Deus ouviu a minha voz e Fernando veio em minha direção.

- Fala aew cara, as pernas estão doendo? Hahaha

- Pra caramba!

- É assim mesmo, comecei nas portas assim igual você. Mas, por hoje é só. Amanhã o seu horário é o mesmo dez horas. Vlw?

- Valeu!

- Obrigado. Bate o ponto e vamos lá no G.V para dar a sua saída.

E assim terminou o meu primeiro dia de trabalho. E que dia de trabalho meus amigos.

Um texto de Victor Nunes.

Victor Nunes Souza
Enviado por Victor Nunes Souza em 01/03/2019
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