Estação Uruguaiana "Parte 5".

História cinco. Mas, ainda não tinha terminado de contar os causos de Ladeira e Carlos. Ladeira era um cara legal mais ao mesmo tempo difícil de lidar. Lembro-me de ter uma leve discussão com ele no fim do expediente, era à noite e nós estávamos doidos para ir embora. Lembro que sadraque iria me ensinar a como fechar as portas da loja, ao todo são vinte duas portas isso contando com as vitrines. É uma porta pior do que a outra e a empresa sempre descartaram colocar portas automáticas; fora isso, já arrombaram a porta da ramalho ortigão e da Ouvidor várias vezes. Já cheguei à loja e por dias seguidos a porta estava arrombada, eles concertavam e mesmo assim no outro dia ela estava arrebentada; parecia que os furtantes quevinham de madrugada, colocavam alguém para dar uma olhada nas portas e como a empresa as concertou. Quando tudo isso acontecia, Fernando aparecia na loja de manhã, na abertura já teve vezes que ele chegava bem antes de Guará e Antônio que eram os dois os responsáveis por acender as luzes e tirar os cadiados das portas. O trabalho mais pesado ficava para o Antônio que era ele que abria as portas e Guará acendia as luzes da loja, ligava a bomba e pegava as tarjas na sala de vídeo. Enfim, Ladeira me ensinou a fazer o que a Guará fazia pela manhã, mas, agora de noite. A minha discussão com o Ladeira foi devido ao caderno do gavetão. Eu não me lembro bem, mas acho que o caderno do gavetão tinha sumido e ele achou que poderia se impor a mim e disse:

- Vai lá e pega o caderno agora!

- Pera aí cara, não é assim que fala comigo.

Então, ficamos nos encarando e ai fomos para a sala de vídeo onde ele me mostrou onde os rádios ficavam para serem carregados, e onde pegávamos as tarjas.

Apesar de ter pouco tempo de empresa, pedi desculpas ao Ladeira pela a maneira que falei e ele pediu desculpas também por ter falado comigo naquele tom. Nunca mais tivemos brigas. Aliás, poderia ter tido nas situações em que ele achava que era o líder. Quando Antônio, Guará, Sadraque e Fernando não estavam ele se auto proclamava o líder interino dos A.S claro que ele não chegava e falava: “Oh eu sou o líder agora! Sou eu que mando nessa porra!!”. Mas, a maneira como ele falava não era de liderança, ele queria mandar e há uma diferença entre liderar e mandar coisa que Sadraque também pecou quando era o segundo. Ladeira não gostava de fazer salão mas, nunca recusou. Pra fazer salão, você não pode ficar parado num canto só e sim andar pela a loja toda e ser rápido. Enfim, não estou aqui falando que o cara era ruim, ele era gente boa, e chegava sempre no horário, gostava do horário do fechamento, sabia o que acontecia na loja, mas tinha seus momentos de descontração também. Só ele e o Carlos que gostavam de horário... Há a Fernanda também que era uma A.S que chegou bem depois, também gostava do fechamento, pois acordar cedo é ruim, ela falava isso para o Fernando hahahaha.

O Carlos, depois de um período, chegava atrasado e todo desfigurado em relação ao uniforme. No lugar do sapato, ele calçava um tênis azul e ficava sem gravata Hahahahaha acredita que um dia ele disse para mim:

- Victor dá uma olha lá no segundo piso!

- O que tem o segundo piso?

- Eu acho que a Bruna Marquezine está na loja.

Comecei a rir dele.

- Cara, qual a probabilidade da Bruna Marquezine vir na Rua da Uruguaiana? É capaz de ela nem saber que essa rua existe.

- Então quem eu vi é parecido.

- Se perguntar a Bruna Marquezine onde é que fica a Rua da Uruguaiana, é capaz de ela responder que fica no Uruguai.

Num ambiente de trabalho sério, quando um soltava pérolas assim era momento para dar risadas.

Depois de alguns dias, recebemos mais um A.S para integrar a nossa equipe. O seu nome é Rosana, uma mulher simpática e trabalhadora. Gostava de conversar o que fez com que tivesse atritos com Sadraque. Rosana era gente boa, ia embora com ela no trem, ela ia para Bento Ribeiro e adorava dar risadas. Lembro-me do meu primeiro contato com a Rosana, foi quando eu estava indo no G.V colocar o meu horário de almoço e ela indo para o salão. Depois disso, ela passou por treinamentos; lembro-me de ela falar que o seu marido ficava preocupado com a hora que ela chegava em casa, era muito tarde e para ela a melhor opção eram os trens mas, os trens tinham horário e então ela corria para a Central.

Rosana também esteve perto e viu Ataíde e eu recuperar muitos brinquedos. Certo enquanto estava no salão, fui até o segundo piso da loja, chegando lá fiz uma ronda rápida e não tinha visto nada de grave até que o supervisos do setor de brinquedos chamado Rodney, me avisou que um furtante tinha acabado de encher a mochila de carrinho de briquedos.

- Ai, pode parar ele. Encheu a bolsa de brinquedo, eu vi!

- Beleza!

Imediatamente fui atrás do cara, ele percebeu que eu estava o seguindo e então ele apertou o passo e desceu a escada rolante rapidamente; só que rapidamente comuniquei aos demais.

- Atenção P1, P2, P3! QRU na loja! Tem um skunk mr de bravo jeans curto az e charli BR está com uma mochila cheia de briquendos. Pode parar na porta!

A Ladeira então disse:

- Tá ok, mas, vem acompanhando.

- Ele está na minha visão e vai sair pela a P1!

Quem estava na P1 era o Ataíde e ao lado dele, estava a Rosana.

Ataíde logo perguntou onde o QRU estava e eu apontei.

- É esse ai, para ela ai!

Ataíde parou o furtante.

- Deixa eu ver a sua bolsa aew mano!

O furtante já estava se desculpando.

- Desculpa aew cara.

A mochila dele estava cheia de brinquedos e o QRU foi embora. Vencemos. Ataíde pediu para que levasse os produtos da gerência e lá mostrei a dona Eva que é a gerente. Ela me parabenizou mas, eu disse que o Rodney foi quem pegou o furtante. E logo, o Rodney apareceu e também recebeu os parabéns.

Rosana ficou impressionada com a quantidade de brinquedos dentro da mochila do QRU.

O impressionante seria mesmo era o que aconteceu com o Ladeira no dia seguinte. Ele se envolveu numa pega confusão com uma cliente que o ameaçou dizendo que iria trazer dois caras para bater nele e não é que a mulher voltou à loja e trouxe os dois caras. Ladeira teve que se esconder no G.V por tempo indeterminado por ordens do Fernando e do Falcão até que a mulher o esquecesse e assim ele poderia voltar para as portas.

Nem ficamos preocupados com isso, a Rosana a essa altura já ficava sozinha nas portas e com o Ladeira confinado no G.V, a encheção de saco dos associados e promotores tinham dado um tempo já que tinha um A.S direto lá no G.V.

No outro dia, Ladeira apareceu na loja de visual novo. Ele raspou a cabeça, ficou careca e foi alvo de piadas principalmente dos A.S. Tava na cara que ele estava com medo. Hahahaha

Vários dias se passaram e o Ladeira continuava no confinado no G.V. o Fernando resolveu dar um pouco de liberdade a ele então o Ladeira pode transitar até o setor de trocas e ver a movimentação na P3 e assim ele passava informes daquela posição enquanto ninguém o chamava no G.V. Depois de um tempo, Fernando disse que Ladeira iria entrar de férias e assim ele voltaria só daqui a um mês. Que presentão e que alívio ao mesmo tempo já que assim a mulher que queria bater nele iria pensar que ele saiu da loja e olha que ela voltou perguntando sobre ele.

No outro dia, eu estava voltando do almoço e então fui direto para a P1 a pedido do Fernando.

- Rende o Ataíde e pede para ele ir até a gerência.

Fui até a P1 e rendi o Ataíde e o comuniquei para ir para a gerência.

- Gerência? Não é para fazer salão não?! Eles devem falar algo sobre as folgas que pedi.

As folgas que o Ataíde estava se referindo, não era algo que a loja estava devendo e sim era algo que ele estava tentando conseguir pois ele tem uma esposa e ela estava grávida portanto, ele não tinha ninguém para poder acompanha lá até o hospital e ele estava contando que conseguiria essas folhas mas, não foi bem assim.

Fui chamado para ir até o G.V já que teve um momento em que me colocaram no salão, estava com a chave e lá tava o Fernando e o Ataíde sem a roupa de trabalho e com alguns de seus pertences em mãos. Fernando estava conversando com ele e Ataíde me pediu para pegar a sua mochila. Não foi dito diretamente naquele momento e nem perguntei, mas, estava na cara que o Ataíde não iria voltar amanhã.

Fernando, tornou isso oficial e nos comunicou: Atenção! O Ataíde não faz mais parte da nossa equipe, ele foi mandado embora.

Todos nós fomos pegos de surpresa mas, a expressão corporal do Ataíde, mostrava que já estava cansado da rotina e que estava pedindo para ser mandado embora. Guará tinha me dito que o Ataíde estava pra ser mandado embora já que batia de frente com a gerente comercial Betânia. Lembro que meses depois, Antônio tinha me falado que Ataíde trabalhava de outra maneira, chegava dar o sangue para a loja mas, quando ele ia na gerência e dava sugestões para que o trabalho dos A.S fossem melhor, e eles cagavam para o que ele falava e então ele cagou para o serviço também mas, o verdadeiro motivo para a dispensa do Ataíde era outro e sim ele foi mandado embora através de uma fofoca.

Antônio me contou que roubaram algumas caixas de ventiladores lá P3 e quem estava nesta porta era o Ataíde e distraído não viu o roubo. Ataíde também tem a sua parcela de culpa, uma vez Rosana me disse que o Falcão o pegou dormindo na porta da P1 e ele não se importou dizendo que estava cansado pra caramba mas, o roubo das caixas na P3 já era demais devido ser a porta de pouco fluxo, o cara devia estar num sono profundo. A questão é que Guará e Antônio sabiam mas, não queriam prejudicar o amigo o entregando; eu também faria isso não o entregaria e que todos nós cometemos erros. Mas, eles acabaram contando para uma pessoa errada mesmo que ela seja um A.S e essa pessoa era o Sadraque que imediatamente foi até a sala do Falcão e contou o que houve, disse que furtaram ventiladores tudo na frente do Ataíde e ele não fez nada. E assim o Ataíde caiu. Ficamos sabendo disso através do Sales que era o externo e assim perdemos um membro através da maldita fofoca. A fofoca que seria um problemão para todos nós por quase um ano, o fofoqueiro tinha nome: Sadraque e olha que ele não precisava fazer isso para poder crescer dentro de uma empresa por que ele era bom a questão era só agir do jeito certo e ele preferiu o jeito errado de trabalhar. Para mim, que estou contando só o que aconteceu com o Ataíde o que foi só a primeira fofoca dita por ele fora as que ainda iriam por vir; comecei a confiar desconfiando. Mas, sentimos que a empresa não tava nem ai pra gente devido terem mandado Ataíde embora e com sua esposa grávida. Achei que não foi legal, mas, é vida que segue.

Um texto de Victor Nunes.

Victor Nunes Souza
Enviado por Victor Nunes Souza em 08/03/2019
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