Estação Uruguaiana "Parte 6".

Com a saída do Ataíde, o grupo de abertura da loja ficou com menos um. Agora são três: Guará, Antônio e Sadraque. O pior de tudo é que nenhum deles pode fazer salão até que o próximo A.S chegue à loja. Para que nenhum deles fique até o horário do almoço na porta, Fernando então decide colocar Paulo no horário de dez horas da manhã e assim o turno da manhã não fica sem um no salão por muito já que a loja abre às oito. O meu horário, o do Ladeira, Carlos e Rosana, era meio dia contando com o do Fernando que é o chefe e também chegava neste horário. Lembro que Paulo estava de olho no horário das oito deixado por Ataíde, ele sempre falava comigo até porque tinha dias que o Fernando o colocou neste horário. É um ótimo horário devido que você sai ainda de dia e antes das cinco da tarde. Antônio queria que Rosana ocupa-se este horário devido aos questionamentos de seu marido por ela chegar muito tarde em casa. Era uma boa, mas, não foi à frente. Paulo perseguiu este horário tanto que chegou a ser chato hahaha mas, ele achava que estava num direito dele por ter mais tempo de casa que o demais.

Paulo era um cara muito legal, foi à pessoa que mais me dei melhor dentro da loja. Ele confiava em mim, tanto que foi ele que me disse que Sadraque era o fofoqueiro da nossa equipe isso se referindo à demissão do Ataíde. Guará dizia que Paulo era o A.S com mais visão do turno da tarde/fechamento e o Paulo gostou do que ela disse. Quando a Guará diz algo, você tem que prestar muita atenção por que é certo e o fato de ela dizer que Paulo tinha mais visão era por que ele tinha trabalhado na Renner que é uma loja de roupas e que ficava perto da Rua da Uruguaiana então, o lance da visão era que o Paulo conhecia os furtantes daquela região ou seja, os mesmos furtantes que tinham na Renner, iam na nossa loja. Isso para nós era bom porque tinha QRU que não conhecíamos e o Paulo dizia:

- Esse ai, é QRU! QRU lá da Renner!

Quando ele falava isso, então prestávamos mais atenção. Outros não gostavam muito e não concordavam quando ele dizia que tal pessoa era QRU até porque não tinha acontecido nada quando ela esteve na loja. Era frequente passarmos pessoas no rádio que iam todos na loja mas, nada acontecia.

Um cara conhecido que ia todos os dias na loja era o Bob Marley. “Galera, nós não ressuscitamos o cantor não” O Bob Marley(nós apelidamos ele assim porque vestia roupas de reggae) ia todos os dias de manhã na loja e todos os dias passávamos ele no rádio. O trajeto dele era o seguinte: Ele entrava pela a porta da Ramalho(P3) e andava a loja toda até sair na porta da Uruguaiana(P1) mas antes de sair, ele sempre olhava as vitrines de celulares. TODOS OS DIAS ELE FAZIA ISSO!! Segundo a Guará, ele era suspeito de ser o olheiro da gangue que arrombava as portas da loja para roubar de madrugada. Um lado curioso do Bob Marley é que ele depois voltava pela a loja e parava nas vitrines para olhar os celulares, é que ele comprava pão na padaria e parece que cortava caminho pela a loja e durante a tarde também ele passava mas, já com uniforme de trabalho.

Tinha também, o cara do Sodexo. Ele trabalhava no Sodexo ou parecia trabalhar no sodexo por que ia ao fim do dia e uniformizado, nunca vi nada de mais nele e quando ele pegava um produto, ele ia até o caixa e pagava normalmente.

Tinha um baixinho que usava uma mochila maior que ele. Esse pelo o tempo em que estive trabalhando lá, nunca vi ele roubara nada mas, já passaram ele como QRU; esse só cortava caminho pela a loja.

Esses eram informes nos quais nunca aconteceu nada. Assim quando o Paulo passava alguém mesmo sendo furtante da Renner e não acontecia nada. Às vezes nem acompanhávamos mais alguns informes dele mas, outros sim.

As desavenças estavam começando na equipe, Rosana e Sadraque não se bicavam. Sadraque como era o segundo na equipe, deveria liderar e vigiar as mercadorias enquanto o chefe não estivesse, mas, neste momento ele se preocupou em vigiar seus colegas de trabalho. Depois do caso do Ataíde, se tornou comum ele ir na sala do Lúcio ou do Falcão contar o que estava acontecendo na equipe o problema é que ele dava outra versão. Se achava o chefe mas, não era. Um episódio interessante foi quando Fernanda recém-chegada a loja foi abordada por ele que era proibido ficar com o cabelo solto durante o trabalho; logo isso foi desmentido pelo o Fernando que disse a ela que isso não tinha nada haver e que ela poderia trabalhar com o cabelo solto. Com Rosana parecia uma perseguição, é verdade que ela conversava na porta com promotores e até associados e quem nunca fez isso? Todos nós fazíamos. Mas, o lance é que todos nós éramos observados. Rosana gostava de conversar e era gente boa o negócio era que tudo poderia ser resolvido na base da conversa era mais fácil você chegar para a pessoa e dizer:

- Rosana, nós não podemos conversar nas portas. O gerente pode ver e chamar a nossa atenção. Por favor, converse menos.

A pessoa poderia ficar mais ligada no trabalho mas, Sadraque via e ia contar para os chefes o que a pessoa estava fazendo. Uma coisa é você vê o erro da pessoa e conversar com ela sobre o erro que ela está cometendo e que isso pode ser prejudicial tanto para ela quanto para a equipe e se a pessoa não aceitar ai sim você toma outras providências, por exemplo, falar com cargos a cima e explicar o que está acontecendo, outra é você vê e ir fazer fofoca do seu colega de trabalho. Fofoqueiros são as piores raças do mundo isso senão for a pior.

Rosana apesar de ter um bom comportamento e um ótimo relacionamento com os seus colegas, se exaltou uma vez na loja e na minha frente; foi uma forma de desabafar. Ainda bem que ela não bateu de frente com Sadraque. Depois ela foi para a porta da Uruguaiana e eu continuei no salão. Sadraque perguntou:

- O que houve com ela?

- Tá chateada!

Sadraque então foi para a P1 e eu estava perto do caixa observando o movimento na loja. Eu não sei qual foi a conversa do dois mas, Rosana falava mas, nem olhava para a cara do Sadraque. Era melhor ele não aborrecer ela por que Rosana era lutadora.

Sadraque já me pegou conversando na porta e mesmo assim encarei com bom humor o erro que cometi. Lembro que depois que fiz um ano de loja, uma nova funcionária apareceu na loja. Era exclusiva para fazer cartões para a loja. O nome dela é Amanda, uma menina inteligente, esperta, moradora de Duque de Caxias mas, morava no pé da serra hahahaha. Enfim, ela conversava bastante comigo; quase todos os dias e isso incluía risadas como se estivéssemos confortáveis mas, eu estava cometendo um erro ou pior induzindo a Amanda ao erro, podia muito bem dizer para ele que nós podíamos ser prejudicados mas, não foi o que eu fiz. Deixei quieto, mas o fato é que mesmo conversando com ela eu estava de olho na movimentação da loja mas não foi para isso que fui contratado. O final disso é que Amanda foi chamada a atenção na gerência e eu fui chamado a atenção pelo o Fernando. Guará também disse algo para mim mas, foi algo mais na brincadeira como a beleza da Amanda tinha tirado a minha a atenção é por que eles achavam que eu estava precisando de uma namorada. A Leide que é minha amiga e que fazia também cartão da loja, tinha avisado a Amanda este lance de conversar com os A.S não era legal. Depois disso Amanda não conversava mais comigo durante o trabalho, ela passava por mim me dava bom dia e abordava as pessoas na porta para ales fazerem o cartão da loja.

Já com Rosana, o final é que ela foi mandada embora. Falcão teve uma conversa com ela e disse que precisava de alguém no fechamento. Uma pena mas, o sue horário não pode ser modificado assim como o Antônio sugeriu. Era certo que ela não poderia ficar mais, o seu marido ficava muito preocupado com a sua chegada em casa e ainda tinha que fazer as tarefas do lar. Desejei boa sorte.

Um texto de Victor Nunes.

Victor Nunes Souza
Enviado por Victor Nunes Souza em 13/03/2019
Código do texto: T6597069
Classificação de conteúdo: seguro