Estação Uruguaiana "Parte 8".
Vocês tem ideia de como o centro do Rio de Janeiro fica no carnaval? Lotado! E a Rua Uruguaiana? Lotada também. Para ser sincero, nunca tinha passado o carnaval no Rio de Janeiro. No carnaval, sempre viajava para a Região dos Lagos, mas, desta vez o meu carnaval foi diferente. Foi trabalhando, nós achávamos muita sacanagem em abrir uma loja no sábado de carnaval, mas, nós não seriamos os únicos a abrir. Lembro que a C&A e a Leader também abriram mas, ao notarem a bagunça que estava nas ruas, fecharam cedo.
No carnaval você vê pessoas de todos os tipos. Você vê gente se divertindo o que é óbvio, gente bêbeda se divertindo, gente que vai pra beijar na boca, gente que vai com a família, gente que vai com os amigos, gente que vai sozinha, gente que não bebe e também tem gente que vai se aproveitar da folia para roubar. Infelizmente tenho que tocar neste assunto por que quem está acompanhando está série deste do conto número um, sabe que essa é uma história que envolve furtos, ladrões, ação e etc. Então, não posso deixar de falar sobre essas palavras citadas mesmo o carnaval sendo uma festa espetacular.
O carnaval de Rua do Rio de Janeiro é um celeiro para quem quer se divertir pulando carnaval. É bloco em tudo qualquer canto; é só escolher para onde quer ir. É bloco no centro, na Lapa, Santa Tereza, Flamengo, Botafogo, Copacabana, Ipanema, Barra da Tijuca, Recreio e assim vai. O centro da cidade é onde se concentra os maiores blocos onde um milhão de pessoas se concentram nas principais avenidas como a primeiro de março e a Antônio Carlos. Essas duas são oficialmente as que os trios elétricos vão passar. Na época, a Avenida Rio Branco era que abrigava o carnaval antes da sua revitalização, eu achei um máximo até por que se o carnaval fosse ainda lá, a rua do ouvidor, a rua Uruguaiana e a sete de setembro estariam um inferno e a Av. Primeiro de Março e a Antônio Carlos são mais afastadas da loja. Mas, mesmo assim os foliões não vão embora para casa quando o bloco acaba e sim vão para outros lugares e a Rua Uruguaiana é o destino de muitos; a rua fica lotada de pessoas; nem nos dias comuns de trabalho a rua ficava tão cheia até porque no carnaval as pessoas ficam ali bebendo e tudo mais e num dia comum, a rua serve como passagem e não vamos esquecer também da Praça Tiradentes que também fica naquela região e recebe um grande público no carnaval. Então os foliões da praça Tiradentes se juntam com os que estão na Uruguaiana e acabam formando uma bloco hahaha.
No meio das pessoas de bem que estão se divertindo, também tem as que estão ali para fazer maldade. Em mega blocos como cordão da bola preta, bloco da preta e monobloco, há pessoas que vão com intenção de roubar quem está ali para se divertir. É por isso que é muito importante ficar atento com celulares, relógios e bolsas onde estiver uma aglomeração grande de pessoas. Já vi casos de os próprios comandantes dos blocos chamarem a polícia pelo microfone para avisar que tem ladrão roubando pertences dos foliões.
No carnaval de 2017, após um bloco de rua, vários foliões foram para a Rua Uruguaiana. Tinha alguns que queriam fazer graça para nós, como todos sabem a zuação é marca registrada então você tem que levar na esportiva. Na loja estava vendendo cerveja e outras bebidas alcoólicas; a regra era o seguinte, não pode entrar na loja sem camisa. Mas, no carnaval essa regra podia ser quebrada acho até porque pelo o forte calor que faz no início do ano então o gerente deixou com que as pessoas entrassem sem camisa. Isso para nós não era problema, mas, a bagunça por causa de eles estarem sob efeito do álcool era a nossa preocupação. Esbarrar nas prateleiras e derrubar mercadorias isso se elas forem de vidro, da um prejuízo e mais trabalho para o pessoal da limpeza; falando em pessoal da limpeza, as meninas que cuidam desta parte sofriam quando os foliões faziam suas necessidades na porta e nós seguranças que o nosso trabalho era ficar na porta de loja, sofríamos com o cheiro que ficava e assim nós chamamos elas. Lembro-me de alguns episódios nos quais quando eu estava na abertura de loja mas no horário do Antônio, eu era o responsável por abrir as portas e as vitrines da loja. Na P2(Rua do Ouvidor) já vi montanhas de bosta perto do trinco da porta; era impossível abrir a tal porta e então ela ficava por último até que as meninas da limpeza dessem um jeito naquilo. Provavelmente aquela escultura de merda foi feita por algum morador de rua o que tem muito pelo centro do Rio.
No carnaval não era muito diferente, antigamente a loja tinha banheiros para clientes mas, isso acabou a muito tempo até antes de eu trabalhar lá. Os foliões não aguentam acabam fazendo xixi na rua e muito provável nas portas das lojas, dava pena das meninas da limpeza.
Voltando ao o que estava contando, quando foliões entravam na loja alterados, nós mesmos indicavam para eles onde poderiam encontrar cerveja e etc para evitar perdas. Perdas não significam só evitar furtos mas, fiscalizar a mercadoria também fazia parte do nosso trabalho.
Era cada gente doida entrando na loja, já teve gente que tacou spray de espuma em cima de mim, mas, não poderia ficar zangado, pois era carnaval. Nós tínhamos que se concentrar em assuntos importantes que era preservação dos produtos e dos furtantes disfarçados de foliões. Apesar que teve uma furtante que não era bem uma foliã, ela foi ali para roubar mesmo. Graças a Ludmilla que era associada nós conseguimos pegar esta mulher.
Eu estava na P1(Rua Uruguaiana) A loja está tranquila, as pessoas pulando o carnaval na rua e a Ludmilla veio me avisar.
- Tem uma mulher muito esquisita no setor de perfumaria. Ela tá pegando os produtos e jogando tudo na bolsa.
Se você andar um pouco para frente dá para ver o setor da perfumaria e quando fiz isso, peguei a mulher roubando e imediatamente passei no rádio.
- Quem estiver no salão, por favor passa aqui na perfumaria. Tem uma mulher enchendo a bolsa de produtos da loja. Peguei ela no flagra! É certo que vamos parar ela na porta!
Quem estava no salão era o Paulo e ai ele veio.
- Onde está?
- Na perfumaria.
Paulo de longe viu a mulher roubando. E começou a rir e eu ri junto com ele e até disse:
- Ela está achando que vai passar batida.
- Deixa ela vir pra ver o que vai acontecer!
A mulher continuava lá fazendo a limpa na prateleira e nós esperando só ela acabar de fazer o que estava fazendo. Até ela terminou, deu uma circulada pela a telefonia isso com o Paulo no meio da loja só observando ela. A mulher ameaçou sair pela a P2 e ai ela veio na P1 a porta onde eu estava. Ai....
- Senhora, gentileza. Posso ver a bolsa da senhora?
- Não tem nada aqui não!
- Deixa eu ver! Isso aqui é o que hein?!
Fui tirando produtos de dentro de sua bolsa, um por um.
- Isso aqui é o que?! Hein?! É da loja né!
Paulo se aproximou...
- Deixa eu ver a outra bolsa senhora!
Paulo tirou vários potes de cremes de dentro da bolsa. Eu tirei de dentro da bolsa mais de trintas esmaltes. Lembro que a Thamires a supervisora do cartão ficou de boca aberta ao ver a cena.
- A senhora tá querendo abrir um salão de beleza?!
Teve folião que estava na loja dizendo:
- Caraca, tia!!
E outros dizendo:
- Liga para polícia!
No final chutei a bolsa da mulher pra fora da loja o que foi um erro. Era pra ter rasgado ou guardado.
Paulo e eu comemoramos. Dona Eva a gerente da loja nos parabenizou em pleno alto falante. Foi um grande feito e fui lá na gerência e disse a ela que a Ludmila é que viu a mulher roubando e nos avisou. Porém, a mulher voltou para tentar roubar de novo só que ela entrou pela a P2 e quem estava na P2 era o Ladeira, ele até passou a mulher mas, ela entrou tão rápido na loja que nem vimos a ação dela. Por sorte o Fernando viu e chamou a polícia, a mulher ficou chorando e implorando para não ser presa. O centro presente chegou e levou a mulher para a delegacia, Fernando foi também. Vencemos duas vezes.
Um texto de Victor Nunes.