O PRIMEIRO BAILE
   
A vida passa tão rápido que nem vemos; de repente estamos velhos; portanto, não podemos desperdiçar oportunidades de nos divertirmos, de conhecer lugares e pessoas novas, de vivermos intensamente a vida em família e entre amigos.
       
Devemos valorizar o que realmente merece ser valorizado e aproveitar da melhor forma possível e saudável os momentos que passamos com os amigos, pois estes ficarão marcados para sempre; mesmo que as circunstâncias acabem por nos levar por caminhos diversos e o tempo passe, aquilo que vivemos juntos ficará guardado na memória e no coração, porque a verdadeira amizade resiste ao tempo e à distância.

     
Vou contar um fato ocorrido no final da década de 70, para ser mais preciso, dia 20 de maio de 1978. Um sábado, que seria um dia como outro qualquer na fazenda se não fosse o casamento de dois jovens moradores, marcado para a tarde na cidade.  Após a cerimônia, houve uma recepção na casa da família da noiva para os parentes e amigos convidados.

     
Choveu muito nesse dia, chegou a faltar energia, as luzes se apagaram por um breve momento, o que se repetiu algumas vezes, devido ao mau tempo. Mas, fora isso, correu tudo bem. Por volta das vinte e duas horas, quase todos os convidados já tinham ido embora, ficaram apenas alguns jovens, duas irmãs da noiva, duas primas, o irmão delas, minha irmã e eu.

   
A família da noiva morava numa casa da chamada coloninha, que tinha quatro ou cinco casas de alvenaria; a casa vizinha a da festa estava vazia, e para lá que nós fomos com uma vitrola e alguns discos de vinil para um bailinho, uma brincadeira entre amigos.

     
Apenas sete jovens com  idade que variava 14 a 17 anos; eu, para ser sincero, até hoje nunca fui bom para dançar, mas  aquele foi o primeiro dia que experimentei, meio desajeitado e  com a ajuda das meninas a tentar dançar. Mas isso não importa, o importante foi que nesse dia fizemos novos amigos, e essa amizade permanece até hoje.

   
Os discos não eram muitos, e não me lembro de outras músicas, mas essa, a “Nuvem passageira” de Hermes Aquino, ficou gravada em minha memória, que até hoje, quarenta e dois anos após, quando ouço essa musica, especialmente este trecho, recordo com saudade desse dia.

         
“ Eu sou nuvem passageira

Que com o vento se vai
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai
   
O tempo passou, cada um seguiu seu destino. Não aconteceu nada de especial para ficar assim marcado na minha memória, especial foi o momento e isso que vale a pena.
João Batista Stabile
Enviado por João Batista Stabile em 31/05/2020
Reeditado em 25/12/2020
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