BARRA DO ROCHA
Quando criança eu morei na Fazenda Yacina de propriedade do meu tio Francisco Rodrigues dos Santos, o Juiz de Paz, conhecido como Chiquinho Abelar, onde tive o prazer de conhecer seu amigo o senhor Prosperino Souza, digníssimo Prefeito do Município de Barra do Rocha, no qual, ouvia sempre relatarem carinhosamente o caráter e espírito solidário e cortejador do querido fazendeiro Prosperino, motivos do mesmo ingressar na política por insistência dos amigos. Esse conto me foi passado pelo meu tio, o qual já estando com idade avançada me chamava para conduzi-lo nos finais de semanas à sua fazenda no município de Pojuca na sua possante Variante. Com a devida atenção na estrada fui ouvindo: Prosperino prefeito foi visitado pelo Coordenador de Educação, hoje equivalente à Secretário de Educação, o professor Padre Palmeiras, o qual tinha dúvidas sobre o ensinamento em muitos municípios baianos, em Barra do Rocha, em visita inesperada apareceu no colégio e fez algumas perguntas para os estudantes, conseguindo ter a prova do baixíssimo nível educacional do município. E por ser padre proferiu uma aula sobre teologia, especificamente Nero e Roma. Em conversa com o senhor prefeito relatou sua indignação quanto o aproveitamento estudantil dizendo:
─ Prosperino eu perguntei aos alunos quem foi que incendiou Roma, e ninguém soube responder.
─ Meu querido secretário, me sinto responsável por tal fato; veja quanto foi o prejuízo que mandarei pagar imediatamente, mesmo que seja do meu bolso. ─ Hoje mesmo vou ordenar ao delegado para prender o autor, porém garanto, eu até juro ao senhor, que não foram os garotos daqui da cidade.