Inocência Perdida

Era uma vez um garoto. A pureza e simplicidade ainda ocupavam parcela quase completa de seu espírito. Em meio às suas incipientes preferências, o pequeno se divertia em um fliperama pelo simples fato de poder girar o volante e apertar os pedais de acelerador e freio. A imagem que não respondia aos gestos no aparelho era pura diversão. Até o dia em que o serzinho, com três anos e meio de vida, viu um garoto colocar aquela moeda diferente no buraco do volante. E ao presenciar tal acontecimento, parte de sua inocência se fora. Nunca mais terá aqueles momentos de alegria sem a bem dita ficha. Sem entender o mecanismo do capital por de trás das alegrias efêmeras, o inviduozinho vai entrando para a vida, perdendo a inocência à medida em que a consciência do mundo avança. “pai, você compra uma moeda daquela pra mim? Que moeda meu filho? Aquela que coloca no buraco do volante e o carro sai batendo em tudo”.

25.10.2007

KukaRafa
Enviado por KukaRafa em 25/10/2007
Reeditado em 26/10/2007
Código do texto: T709411