VISÃO INÓCUA DE UM SEQUESTRO
VISÃO INÓCUA DE UM SEQUESTRO
Chegara a passos lentos, avistara mais uma vez a fotografia contida na carteira. Ouvia o slêncio de seus passos, sentindo o fulgor de sua face e o inexorável aveludado de seus olhos. Quando estava com ela, chegava a flutuar, tudo era inexplicavelmente extraordinário e bom. Inédita foi a vez que riram ao tombar juntos na poça d'água, seu rosto radiante, pelos olhos dela, lhe diziam tudo...Tudo!, Que num momento único passa pela sua mente, num fabuloso e breve instante tudo estivera perdido.
Só podia ver seu corpo sobre o corpo dela a acalentar e proteger, ante a sutil ameaça de perdê-la para todo o sempre. Sua vida seria desconhecida então, ou outra, de outra que foi roubada. Tiraram-lhe todos aqueles instantes eternos ao qual seria indispensável para viver.
Presenciou seu choro, lágrimas a correrem-lhe aos lábios, a revelar-se tõ salgadas quanto amargas; ao paladar que sentira mais de uma vez e menos que o suficiente a doce face de sua filha!
Elipse