O SONHO DA FILÓ – PARTE 1

Minha irmã Filomena, relatou-nos que tivera um sonho na madrugada de 06 de agosto de 2021. Nele ela se encontrava deitada em um sofá, quando o meu pai, falecido aos 12 de agosto de 1985, estava, juntamente com um dos meus muitos irmãos – o Luiz, organizando uma festa para a mulheres, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Preparavam uma espécie de mural, instante em que o meu pai entregou um cinto ao meu irmão e disse: “Ô Luiz! Coloca também este cinto, com o qual eu batia muito em vocês. Acredito que elas vão lembrar e rir muito das situações que motivaram os coros que tomaram, quando eram crianças. Acho que elas vão gostar”

Minha irmã ficou intrigada sobre o que essa parte do sonho quis mostrar a ela.

Evidentemente que tudo o que se pensar não passará de meras especulações. Contudo, exponho aqui a minha percepção:

O nosso pai era bastante austero conosco e embora o temêssemos muito, tínhamos muito respeito e afeição por ele.

Pessoa reta, digna, religiosa, trabalhadora, cumpridora dos deveres, de boa prosa com terceiros e bem quisto por todos.

Se por um lado a lembrança daquele cinto de fivela e couro duros, remete-nos a um tempo sofrido, por outro nos traz boas recordações. Memórias de um tempo em que éramos muito humildes, ingênuos, mas que encontrávamos nas brincadeiras mais primitivas, a alegria própria de crianças puras e felizes.

Assim a imagem revivida pela minha irmã, daquele cinto como objeto de decoração, traz implícita a vontade inconsciente de retorno a um tempo em que a família era completa e que éramos ainda mais felizes.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 06/08/2021
Reeditado em 06/08/2021
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