O CALIPAL

O Calipal

Não sei como é o nome que se da a uma plantação de eucaliptos, mas era assim que a gente chamava, quando tinha sete anos e vindo da Vila Madalena meu pai comprou um terreno na periferia da cidade, era uma vila pequena cercada de matas tinha uns 50 terrenos mais a chácara do Português seu Martins. Não tinha luz, só uma estradinha cortando a mata, E a mata era o calipal do Mitsutani, onde hoje é uma vila bastante povoada, pois faz tempo deixou de ser periferia. Essa época dos sete pra oito anos, ter ido morar ali foi o Maximo e uma das melhores épocas pra mim era uma aventura andar quase quatro kilometros pra ir a escola, e sozinho, pois não tinha muitas crianças que iam a escola, e gostava da caminhada me sentir o super indo pra escola sozinho, gostava de ir a escola e na volta passar na casa de tia Maria, meus primos era já grandes, e não gostavam que eu mexesse nos gibis, mas minha tia e minha prima Vera passavam um pano pra mim porque eu era cuidadoso e colocava a revista no mesmo lugar que tinha tirado, claro que vez outra eu me confundia, afinal, mas ate entendo hoje, puts eles dois tinham uma estante que era uma parede com coleções completas de gibis, Superman, Tarzan, Fantasma, esses eram os preferidos que povoavam minhas aventuras na mata depois que voltava pra casa da escola e muitos outros da época. Eu lia um dois gibis e outra aventura na volta com elementos fresquinhos do que tinha acabado de ler.Logo que chegava em casa, almoçava e fazia logo a lição de casa pra poder ir brincar, tinha poucas crianças, eu nunca fui afim de futebol, Meu amigo Nelson estudava a tarde, e eu quase sempre ia pra mata e gostava daquele silencio andar na mata fazendo aventuras, ouvir um pássaro aqui acolá, vez em quando o som de arvores caindo, sendo derrubadas nos tempos de extração, ai eu interrompia as caçadas e ia la ver. Eu tinha ficado amigo dos lenhadores que quando me viram a primeira vez dentro da mata acharam que estava perdido, depois disso na época de corte um deles sempre trazia uma foice pra mim, e então eu olhava em volta procurando o maior pé de eucalipto pra mim, que parecia que era uma sequóia gigante, e tinha centena de metros, ai eu ficava tirando lascas da arvore a tarde toda. Houve vez que voltei no outro dia até eu conseguir derrubar a arvore, era um barato quando ela caía , estralando, quebrando galhos das outras em volta em seu caminho pro chão com um estrondo, e ouvia as risadas dos lenhadores quando eu gritava Madeiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.

E as vezes sair do caminho.