QUANDO O AMOR NÃO BASTA

Há alguns anos conheci um jovem que se apaixonou perdidamente por uma linda garota. Sabe quando o coração pára para fazer-se prisioneiro de um outro querer, assim ele conheceu o que chamaria de amor.

Foi envolvido como o ar envolve os corpos, como o pecado envolve os corações. E tão de repente aconteceu que, não percebeu, até que descobriu que a vida era muito difícil ou incompleta sem aquela que lhe movia o coração.

Criou castelos, fez sonhos, construiu ilusões e caminhou nessa estrada florida. Sentia-se feliz e era. Entretanto a calmaria dos primeiros dias seria toldada pelas águas sujas da discórdia, da falsidade e da verdade.

E tão inesperadamente como a amou se viu só, abandonado; Ela, porém, em outros braços seguia a felicidade e nem viu que um coração chorou sua falta, sua atitude, suas mentiras.

Derrubou barreiras, destruiu pontes, mas deixou-a partir, porém nunca a esqueceu. E às vezes, na noite sonhava com seus lindos fios dourados.

Anos depois, numa dessas estradas, aqueles corações se encontraram. O jovem viu o passado a sua volta na figura de uma mulher; ela descobrira o quão errada fora, e estava na tentativa de consertar seu mais grave erro. Sua voz doce calmamente, como antigamente fazia, disse:

– Perdão, eu não soube te dar o valor que você sempre mereceu!

– Conheci alguém muito especial – falou o jovem.

– Você a ama?

– Isso não tem importância! Ela me faz muito Feliz.

– Você não a ama, isso fará uma grande diferença por toda a vida. Dê-me uma chance e prometo te fazer feliz.

– Não é a primeira vez que você me diz isso. Desculpa, mas às vezes, não basta só amor.

Enquanto seus passos avançavam em direção ao futuro, lágrimas rolaram de seu rosto, mas o coração foi dominado pela sensatez; A mulher, entretanto, perplexa viu seus sonhos dissiparem.

Fander Miller
Enviado por Fander Miller em 15/12/2007
Reeditado em 19/12/2007
Código do texto: T779527