“Amor incondicional”

Inspirado pelo texto do Professor Gilberto Martins, atrevi-me a narrar este texto.

Numa manha de quinta feira, um dia como a tantos em pleno verão, acompanhei minha esposa a um laboratório, onde ela passaria por consulta.

Estacionei o carro em um estacionamento próximo e acompanhava a minha esposa de mãos dadas e ao chegar à frente da Clinica, percebi uma aglomeração de pessoas, vi que aquela gente aguardava a vez para serem chamadas e segurando na mão da minha esposa, procurava um local para ficarmos aguardando a nossa vez de ser atendidos.

De longe, vi um menininho de aproximadamente três ou quatro anos de idade, um garotinho portador da síndrome de down.

Ele tinha a aparência agradável, bonitinho bem vestido e com cabelos longos. A me ver, aquela linda criança correu ao meu encontro, mediante isso, ele se desligava de sua mão e se desviava das demais pessoas que tentavam segura-lo, mas percebi que ele vinha ao meu encontro, eu nem titubeei, prostrei-me de joelhos ao chão, abri os braços e o abracei, senti aquele minúsculo ser humano entre os meus braços e ele retribuía o carinho que eu dedicava a ele.

As pessoas ficaram admiradas, dois guardas em uma pequena guarita se levantaram e um deles estava visivelmente emocionado, sem entender aquele ato. Em seguida a mãe do menino aproximou de nos com preocupação e ao mesmo tempo, sem entender direito a atitude do pequeno.

A Jovem mãe, com aparência de uns 30 e poucos anos de idade parou para contemplar seu filho abraçado a um estranho e disse estas palavras; “Uma boa alma, sempre atrai outra boa alma”.

Eu me senti emocionado e sem perceber que a minha esposa também estava estagnada, olhando aquilo por minhas costas, também movida de surpresa e emocionada, contemplou tudo sem dizer nenhuma palavra. Em seguido, com a minha voz embargada, respondi a jovem mãe dizendo; este abraço fez mais bem a mim, do que a esta criança!

Um dos guardas com lagrimas nos olhos disse moço, nunca vi uma cena desta aqui, este menino não vai com ninguém, mas quando ele viu o senhor ele foi correndo ao seu encontro.

Eu não entendi nada naquele momento, ate que a minha esposa e a mãe do menino disseram crianças com como esta, não aceitam acarinho de estranhos.

Porem, pensando depois, eu senti que de alguma forma, eu não era estranho, senti que a minha alma estava leve e os meus problemas, já não tinha mais sentido.

Joel Costadelli

Joel Costadelli
Enviado por Joel Costadelli em 12/06/2023
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