O COTIDIANO E A FILOSOFIA

Certa vez um rapaz nos seus ainda incompreendidos 15 anos ouviu de um amigo seu:

- Eu esperava mais de você!

Ele chegou em casa chateado, e o seu pai percebendo o fato, foi falar com ele, perguntando:

- Aconteceu alguma coisa com você filho?

- Oi pai, estava conversando com uma pessoa, que ao final da conversa, me disse: “Esperava mais de você”.

O Pai ficou num primeiro momento a pensar, e a seguir olhou para o filho e disse:

- Que bom que ele espera mais de você filho!

O rapaz olhou para seu pai, e disse:

- Ora pai, pelo que eu entendi, ele disse que eu sou nada, e que meus horizontes são limitados.

- A opinião dele faz sentido filho!

Disse o pai com energia.

– Preste atenção no que vou lhe dizer agora:

Cada um oferece exatamente aquilo que tem... Muitos não compreendem isso, pois ter alguma coisa não é ser maior ou melhor que os outros, ter mais recursos, mais condições financeiras, mais poder.

É apenas ter a consciência que está procurando dar o melhor de si para o seu próximo e aquilo no qual está envolvido. Muitos praticam essa baixeza de caráter por acharem que sua opinião e seu trabalho é mais importante que a opinião e o trabalho do outro. Essas pessoas são contumazes em construir expectativas sobre quem não conhece de fato e de direito, as teorias que suportam suas agressividades verbais e escritas são subjetivas, na maior parte das vezes edificando uma chantagem barata contra quem dialoga.

Você tem um plantio de ações que geram reconhecimento, você não o busca, não o pede, mas eles chegam até você naturalmente, enquanto quem te acusa precisa atirar em tudo e em todos para saberem que ela está fazendo alguma coisa. Você tem um pensamento livre e próprio, que influencia outros, ainda que não seja esse o seu objetivo. Enquanto quem lhe ataca não percebe as más pessoas que estão ao seu redor, agindo como santos enquanto o que na verdade propagam é a cizânia, envenenando-as, e com isso atacando os outros em suas virtudes buscando destruir suas reputações.

O rapaz olhou para o seu pai, admirado com suas ponderações. O pai concluiu:

- Então, quando alguém disser que espera mais de você, sorria e diga para essa pessoa:

“Quando você não tiver mais nada para falar da sua obra, eu ainda estarei no começo da metade dos relatos sobre a minha. Não queira ter o tamanho que você não tem, nem o meu!”

Autor: Celso Corrêa de FREITAS

Nota do autor: Este texto não tem a pretensão de ser uma tese filosófica, pois não tem aprofundamento para isso. É sim, um conto que busca a reflexão pessoal sobre o seu preceito moral.