O TEMPO É UM LADRÃO GENTIL

Havia uma pequena cidade onde o tempo parecia ter parado. As pessoas viviam suas vidas com tranquilidade, sem se preocupar com o passar dos dias. O relógio da praça central marcava sempre a mesma hora, e as estações do ano pareciam dançar ao ritmo de uma melodia eterna.

Nessa cidade, vivia um senhor chamado Aélcio, um homem gentil e sábio que sempre dizia que o tempo era um ladrão gentil. Ele costumava passear pelas ruas, observando as pessoas e sorrindo para cada rosto que encontrava. As rugas em seu rosto contavam histórias de uma vida bem vivida, mas seus olhos brilhavam com uma juventude eterna.

Certo dia, enquanto caminhava pelo parque, Aélcio encontrou uma jovem triste chamada Lili. Ela carregava o peso das responsabilidades e preocupações em seus ombros, como se estivesse carregando o tempo em uma mochila pesada.

"Por que está tão triste, minha jovem?" perguntou Aélcio, com sua voz calma e reconfortante.

Lili suspirou e contou a ele sobre suas preocupações, sobre o medo de que o tempo estivesse voando rápido demais e ela não estivesse aproveitando a vida.

Aélcio sorriu gentilmente e disse: "O tempo é um ladrão gentil, minha querida. Ele nos leva os dias, mas nos deixa com as lembranças. A verdadeira magia está em como escolhemos viver cada momento."

Ele guiou Lili por um caminho sinuoso no parque, onde as árvores antigas sussurravam segredos de tempos passados. Enquanto caminhavam, Aélcio contou a ela histórias de sua própria vida, destacando os momentos simples que se tornaram preciosas lembranças.

À medida que o sol se punha no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa, Lili começou a sentir um fardo se levantar de seus ombros. Ela percebeu que, mesmo que o tempo continuasse a avançar, cada momento era uma oportunidade para criar algo especial.

Aélcio despediu-se dela com um abraço caloroso e palavras de sabedoria: "Lembre-se, minha jovem, o tempo pode levar nossos dias, mas é gentil o suficiente para nos deixar escolher como vivemos cada um deles."

A partir daquele dia, Lili decidiu viver com mais leveza, aproveitando cada momento como se fosse uma dádiva. A cidade, antes parada no tempo, ganhou vida com a alegria e a gratidão de suas pessoas.

E assim, a pequena cidade descobriu que o tempo, mesmo sendo um ladrão, podia ser gentil quando aprendíamos a dançar ao seu ritmo, apreciando cada passo da jornada.

(Homenagem ao meu professor de língua portuguesa Aélcio de Bruim em 08/12/2023... um amigo para sempre).