Chase

Nosso amigo comunista com seu indefectível boné verde oliva, ‘viva cuba’, uma vez mais chega à minha sala do sexto ano B e sem cerimônias, sem pedir licença, hábito que já lhe é usual, começa o ritual da chamada (na minha escola, mesmo que o professor tenha a obrigação de fazer a sua chamada, a direção optou por também fazer a chamada de cada sala de aula e o inspetor de alunos fica encarregado dessa função).

Rapidamente me dou conta que nessa sala, é onde estuda um garoto baixinho e sardento com um nome bem pouco latino.

Fico no aguardo da letra C.

Ele: ‘Chase’

Chase: ‘É Tcheiz’!

Ele: ‘Aqui tá escrito Chase.

Os outros alunos saem em defesa do Chase ou do Tcheiz como queiram:

‘Mas tio se pronuncia Tcheiz’!

O nosso amigo antiamericano não se dá por vencido:

‘Aqui tá escrito Chase e eu vou ler como tá escrito’!

Bom eu penso enquanto ele avança na chamada, dessa vez ele não falou algo do tipo:

‘Nóis não tamu nos Estados Unidos, a gente tá no Brasil. Aqui não tem essa de nome americano.

Enfim, prevejo que esse embate será encarniçado até o final do ano.

NÁSSER AVLIS
Enviado por NÁSSER AVLIS em 05/04/2024
Reeditado em 12/04/2024
Código do texto: T8035659
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.