(Perdidas e Achadas) Ilusões

Aqueles dois anos de dependência extremada tiraram dele o que de mais sagrado poderia haver: o indivíduo grandioso que nele existia. Sua juventude de vinte e sete anos estava dilacerada pela partida dela. Quando ela se foi, ele perdeu tudo em que confiava e que lhe era capaz de trazer alegria.

O primeiro erro em que incorreu, foi o de sacralizar tudo à volta dela. Não havia mínima coisa que ela pudesse fazer que não lhe parecesse santo, único e superior. As próprias formas dela em si já eram capazes de fazer-lhe delirar religiosamente: não foram poucos os assaltos que ele a fez, tirando-lhe a roupa, querendo mirar-lhe os seios, a barriga, a genitália, as pernas, os pés. Queria-a nua a todo tempo, e disposta aos seus ritos extravagantes de amor e devoção. Vivia aqueles instantes perto e longe dela, e a obsessão era tão grande que não o fazia ver o quanto de incômodo aquela rotina era para sua amada. Quando ela se foi, o sexo foi uma das primeiras perdas para ele.

Acostumado aos amores todos os dias, ele se tornou um viciado dependente que não conseguia se virar caso tivesse de arrumar uma maneira diferente de se saciar. Era, de fato, tão medroso e pouco independente que não conseguia se pôr em roupas de sair e ir até ao bordel bem próximo de sua casa e satisfazer-se com quantas mulheres pudesse pagar. Quando pensava na hipótese de se deitar com as garotas de Dona Antonieta, primeiro o assaltava o ânimo de estar novamente com uma mulher, uma “vagabundinha sedenta e safada”, como ele gostava de pensar. Mas, depois, sobrevinha o seu romantismo forçado dizendo-lhe: “Ah, nenhuma delas te trataria como a tua boa amada. Ela te amava e fazia as coisas do jeitinho que você gosta, sempre insaciável e de rara beleza”. Isso o tragava pra baixo, o fazia chorar copiosamente e desistir daquele sexo fácil que se oferecia na esquina de sua casa. Tentava atribuir todo esse sentimento de culpa ao grande amor que sentia e do qual sofreu terrível golpe quando ela juntou suas trouxas e fugiu furtivamente. Só que esses sentimentos não passavam de falácias: maior que o tal referido amor era a compaixão desse homem consigo mesmo – colocava-se no papel de vítima e esperava ser socorrido. E que o socorro fosse a mulher que o largara, que ela viesse arrependida de joelhos, excitada e entregue, e ele não precisaria de mais outra, porque ela o redimiria de toda a dor e solidão.

De dores e solidões seu coração estava cheio e estas sensações bloqueavam qualquer coisa boa de vir até ele. Sem notar, se inferiorizou a cada dia que passou ao lado dela. Tentava agora realmente criar o papel de vítima dentro de si, imaginando-a culpada por uma ou outra razão. Primeiro, lembrou-se de seus ciúmes. Quando passeavam pelas ruas, ela era percebida por homens e até mesmo por mulheres; gostava de usar shorts curtos que deixavam à mostra belas pernas de ex-praticante de balé e abusava de decotes que anunciavam seios em formas de halos de paz paradisíaca capazes de consagrar os pecadores que porventura ali posassem. Ele tinha que entortar a cabeça, vigiando os curiosos que desejavam consumir a sua mulher. Em casa, antes de saírem, notava as horas que ela perdia se arrumando para uma simples saída –já a havia explicado que não se importaria caso saísse com os cabelos um tanto desgrenhados ou estivesse um pouco barriguda na roupa escolhida. Ela não lhe dava ouvidos, “mas claro”, ele pensava, “não é pra você que ela assim se arruma, mas para os outros, aqueles amigos estranhos que ela cultiva”. Aí lhe veio à memória os estranhos amigos.

Sua mulher estava sempre rodeada de amigos e amigas joviais, belos como ela, embora ainda reinasse superior. Todos eram, invariavelmente, demasiado interessados nela e o olhava com desprezo, como se fosse menor que ela. Desses amigos, apenas um parecia gostar dele, um rapaz recém-conhecido dela, colega do curso de Publicidade. Seu nome era Tiago. Acabaram desenvolvendo amizade e ele percebeu que já não tinha mais antigos amigos, havia-os perdido como desvanecera a maior parte de sua vida desde a entrada daquela “bela, fogosa e amável mulher” – novamente, pensamentos dele. Em suas conversas com Tiago, falavam muito dela: “Sua namorada é muito bonita, você tem sorte”. “Muito obrigado, sei que ela é realmente um esplendor de mulher, capaz de fazer qualquer homem feliz”. “Eu, se arrumasse uma como ela, não teria mais motivos para viver triste fosse o dia que fosse”. “Pois assim se sucede comigo. Não vivo tristezas, caro Tiago. E provavelmente nunca mais as viverei”. Ledo engano.

O apego à sua amada fizera-o perder a si mesmo. Ele não lembrava mais quais eram seus sonhos, qual o destino que construíra pra si próprio e que o aguardava pacientemente. Vivia agora apenas por ela e imitava-a. Tentava desejar tudo que ela desejava, pensar e agir como ela – estava decidido a sê-la. Quando tomavam banho juntos, via o corpo que queria ser à sua frente; quando mirava o espelho via a imagem de tudo que desprezava. O auto-repúdio o jogava em um tortuoso labirinto identitário. Foi nessa época que iniciaram suas crises de paranóia, ansiedade e depressão.

Para suportá-lo, ela tinha muita paciência. Sempre sorria para ele, tentando animá-lo e ignorando a dor que sentia. No entanto, às escondidas, ela se encontrava intimamente com o único amigo que tinham em comum. Ela queria seu amado como ele era antes, todavia não sentia mais o amor como pensava sentir antes. E nem só porque ele tinha mudado, mas porque seu interesse pelo mundo e por outros amores era ainda maior. A força libertária existente em seu coração não podia fazê-la ignorar suas paixões e desejos. Entretanto, viver isso implicava perder a estabilidade que seu namoro lhe proporcionava financeira e socialmente e também faria com que perdesse um amor muito importante. Preferia, então, viver dois mundos, esforçando para manter suas paixões ocultas.

Até o dia em que nunca mais se veriam, os segredos haviam permanecido escondidos. Ele já imaginava que sua amada vivesse momentos com outras pessoas, porque via a si mesmo como um porco nojento, repressor e ridículo – estado a que estava próximo de alcançar. Ele se diminuiu a tal ponto que nem se sentia mais gente, apenas bicho. Poderia voltar a ser humano se conseguisse ser como sua amada: formosa, querida, sensual, bonita, inteligente e sensível. Foi nesse fosso de autodepravação que aconteceu o episódio que instaria sua mulher a abandoná-lo o mais depressa possível.

Num sábado ensolarado, quando completavam o segundo ano de namoro, estava preparando um faustoso jantar para os dois. Ele tinha repetido os mesmos pratos que devoraram ao completar um mês de namoro e que ele também havia cozinhado. Serviria um vinho gaúcho muito bom, que beberiam até se embriagar e abriria seus corações para uma noite de amor bastante excitante. Ela estava na casa de Tiago, visitando-o, pois estava de cama e de gripe. Enquanto isso, o dedicado namorado trocava os móveis de lugar, posicionando-os de maneira a transformar a sala num motel em potencial. Queria amá-la sobre a mesa onde serviria o jantar, e também sobre o sofá, no chão, na varanda que dava pra rua, na escada de piso duro e na janela lateral – havia até esperança de que caíssem na piscina e continuassem a se amar. Tudo nele transpirava a sensualidade do momento que viria. Não tinha jeito de as coisas darem errado.

O jantar, enfim, aconteceu. Ele sorria muito pra ela e esta estava maravilhada com todos os pratos e com o vinho delicioso que os animava. Começou a recitar poesias e frases que inventava e que brotavam espontaneamente da observação da sua amada. A olhava com seu jeito obcecado, na tentativa de entrar no seu corpo, de deixar de ser o fiel e adorado homem e se fundir com a deusa que tanto lhe absorvia. Após uma dose exagerada de vaticínios, fez uma pausa, esperando as palavras dela. Encantada, ela sorriu dizendo: “Obrigada, foi muito lindo”. Ele respondeu com um sorriso de outro tipo, amarelado. Esperava que ela também o dissesse palavras. Ficou irrequieto. “O que foi, amor?”, ela acorreu em perguntar. “Nada... não é nada...”. “Lá vem você, me diga o que houve. Eu te conheço bem”. “É que... Eu tenho palavras pra te falar, mas sinto que você não tem nada pra me dizer, né? Quero dizer que não por culpa sua, mas exatamente por eu ser da maneira que sou, sem nada de especial”. Ela sabia o que poderia estar por vir, então apenas balançou negativamente a cabeça e disse: “Oh amor, venha cá”, e o beijou profundamente, de maneira a dominar-lhe todos os sentidos. Ele se excitou, mais ainda quando ela tirou sua blusa. Ela subiu nele e continuaram seus carinhos apaixonados, contudo ele não se sentia bem com aquilo tudo. Afastou-a, vagarosamente, com as mãos e observou seu corpo. “Que foi, amor?”. “Eu preciso ir ao banheiro, é rápido”. E lá se foi.

A rápida ida ao banheiro já demorava quinze minutos. Preocupada, ela foi ver o que acontecera. Aproximando-se da entreaberta porta do banheiro, escutava estranhos e pesados barulhos de algo se batendo. Ao empurrar a porta, via uma penosa e degradante cena: seu homem estava nu, excitado e com marcas vermelhas no corpo, que causava acertando-se com um pilão de machucar e misturar temperos. “Mas o que é isso?”, e enlaçou-lhe num abraço que ele correspondeu. “Amor... eu estou apenas me punindo por ser assim, um nada pra você. Por ser um homem de corpo feio, por precisar muito de você, por passar por essas crises... desculpa-me!”. “Ei, esqueça isso, meu amor... pelo amor de Deus, já chega! Ainda mais num dia como hoje”. “Sim, amor. Vou melhorar. Gostaria de te falar algo mais: larguei meu trabalho e vou passar a me dedicar a ser teu assistente de fotografia. Quero fotografar como você!”, ele revelou tudo com animação jovial, entretanto as palavras passaram afiadas pelos ouvidos da mulher. “O quê?”. “Isso mesmo que te falei, amor. Estarei ao seu lado por mais tempo agora”. “Mas, e seu trabalho como engenheiro? Era sua paixão! E sem ele não teremos sustento”. “Mas, isso pouco importa, nós faturaremos, você fotografa muito bem”. Ela já o havia soltado, pensativa e desesperada com a notícia. Pensou um pouco e voltou a sorrir e abraçar seu amado. Disse: “Tudo bem, tudo bem”. Foi a última noite que passou ali. Sumiu com suas coisas e deixou carta falando-lhe, sinceramente, sobre todas as dores e coisas vividas até o momento, inclusive o relacionamento com Tiago. Ele se olhou no espelho, odiando sua imagem insegura, e notou que estava mais perdido como nunca.

Por uma semana ficou isolado dentro de sua casa. Logo nos primeiros dias, apenas fumava e cheirava as coisas que pertenciam aos dois. Algumas fotos e itens ela havia levado sem sua permissão, o que o deixava um pouco triste, pois tinha apego a todas elas. Ela tinha levado, por exemplo, uma caixinha de música que quando aberta tocava uma suave execução de violino, enquanto um casal dançava lenta e suavemente. Era um dos objetos mais importantes do amor dos dois, sinalizava a esperança de estarem juntos por todo o tempo – sempre antes de apagarem as luzes, abriam a caixinha por alguns minutos e ficavam de mãos dadas. Ela o levara, será que isso queria dizer que ainda sentia muito amor e retornaria?

O primeiro mês foi consumido no sonho do retorno da amada. Ele viveu de ilusões e imaginação, sempre revivendo o calor do corpo dela, as preciosidades ditas por sua voz, a alegria de sua visão. No entanto, após o primeiro mês, mudanças começaram a se operar.

O rapaz resolveu dar um passeio, fumar ao ar livre, como gostava. Por sinal, pretendia largar o cigarro algum dia, o vício já lhe causava males. Enquanto caminhava, aproveitou pra passar em frente a uma banca de revistas. Analógico, ainda se informava mais através de impressos do que pelo uso da internet, que abolia em grande parte da sua vida. Após folhear alguns jornais, lhe veio um desconforto: expostas, revistas sobre fotografia. Ele pegou uma delas, na capa Diane Arbus, e folheou um pouco. Ficou enjoado. As fotos eram boas, mostravam seres bizarros, gente velha posando nua e personagens de freak shows. Contudo, a imaginativa mente dele o fazia acreditar que sua amada poderia estar em qualquer canto do mundo, fazendo fotografias tão boas quanto aquelas, enriquecendo e se tornando uma artista de respeito, enquanto ele mofaria sem prestígio. Toda aquela agitação dentro dele precisava de uma maneira de ser extravasada – seu espírito estava sendo forjado por necessidades próprias e livres.

Embaixo das revistas de fotografia estava a prateleira de histórias em quadrinhos. Passando a vista, reparou que alguns títulos que colecionara quando adolescente ainda estavam ali, firmes e fortes. Os desenhos estavam diferentes, mesmo assim os personagens continuavam atraentes. Ele se lembrou do quanto gostaria de desenhar como os artistas de sua geração e da constante prática do seu desenho naquele tempo. Ultimamente, estava habituado ao tecnicismo rígido que era exercido em sua antiga profissão. Tomado de um saudosismo apaixonado, resolveu levar revistas de prática de ilustração e também histórias em quadrinhos e periódicos sobre arte visual.

Chegando em casa, acendeu um cigarro e ficou folheando as revistas. Logo se interessou novamente pelo estudo do desenho de anatomia humana. Começou a praticar, relembrando lições passadas que havia descartado em nome de uma nova vida. Ficou espantado ao notar que em algumas poucas horas já era capaz de desenhar um rosto com eloqüência. Ia desenhando o rosto dela e começou a fazê-lo despreocupadamente. No entanto, não conseguiu terminar. Só de lembrar dela, sentia um misto de raiva e dependência. Querendo ou não, ela parecia sempre viva em algum lugar, seja na consciência ou na subconsciência.

Resolveu ir atrás, novamente, de coisas de um passado anterior ao aparecimento dela. Foi até um dos quartos, onde guardava coisas antigas e desenterrou de lá caixas que continham seus pequenos “tesouros”. O cheiro de pó e mofo invadiu suas narinas e bons sentimentos adentraram sua cabeça. Álbuns de fotografias, cds mais antigos e vinis, livros de contos infantis escritos no ensino fundamental entre a alfabetização e a quinta série. E muitas cartas de amigos e parentes. Como pudera esquecer tudo aquilo?

Inicialmente, se alegrou com o acontecido. Trouxe tudo para sala e tirou toda roupa, sentindo-se livre. Pegou quatro latas de cerveja e foi tomando-as, despreocupado. Analisou as fotos, colocou um velho cantor de samba na vitrola e foi-se reencontrando com uma velha vida, que se encontrava em suspensão há dois anos. Recordou grandes momentos dos seus 18-20 anos, como as inesquecíveis férias com os amigos e as três namoradas – elas não sabiam uma da outra – acampando em uma praia.

Necessitou de estar com alguém, dividir suas antiguidades e aqueles momentos, embora fossem acima de tudo momentos dele. Aí que lhe veio um golpe de consciência: já não falava com os amigos há muitos meses e trocara o celular, não conservando a antiga agenda. Em resumo, não tinha com quem contar. Uma falta de ar desesperada o fez cambalear sem forças e cair ao chão. Chorou copiosamente e bebeu e fumou mais, revivendo a dor de estar mais só e perdido como nunca. Em meio a essa tristeza infinita, adormeceu.

Acordou sentindo a mesma dor que o consumia quando pegou no sono. No entanto, mais disposto, apesar da cabeça em chamas, logo se recobrou ao ver seu inacabado desenho. Estava bem feito, agora que observava com calma e sob luz abundante. Todos os anos de prática adolescente não estavam perdidos e isso lhe deu uma ponta de satisfação. Ele não percebia, mas estava achando algo sobre si mesmo, algo muito importante. Nesse mesmo dia, ligou pra casa dos seus pais, lhes contou os últimos ocorridos e recuperou antigos números de telefone.

Os dois anos seguintes foram em nada parecidos com os anteriores. Ele reencontrou velhos amigos, reatando fortemente com alguns e se surpreendendo com outros – pela hostilidade ou pelo descaminho que viviam em suas vidas. Fez também novos amigos e viveu outros casos de amor. O antigo trabalho ele preferiu não reavivar, se arriscando no desenho publicitário, carreira que ainda não deslanchou nem o levou a nenhum lugar de destaque, no entanto serviu para preencher suas lacunas financeiras.

Em seus desenhos particulares, ele enveredou numa série de ilustrações autobiográficas. Fez imagens de quando era criança, das brigas que presenciava entre seus pais, da morte do avô, do dia em que tentara andar de bicicleta e quase morreu atropelado, dos personagens que habitavam sua imaginação e o levava a voar, dentre outras coisas. Ele havia se encontrado, pois era um humano totalmente diferente do que era antes e dos demais que o circundavam. Sentia-se único, de poucas convenções, de uma sensibilidade grandiosa e aberto para o mundo e para as novas experiências. Foi durante esta epifania que uma vontade incontrolável explodiu dentro de si: precisava vê-la. Queria ver aquela que chamara de amor e que tanto lhe consumira a alma, dentre outros aspectos do seu ser. Só que dessa vez, seus olhos e intenções eram diferentes. Ele se respeitava e compreendia melhor seus sentimentos. Não sentia raiva dela por ter sumido – tentou interpretar os fatos ocorridos pela visão dela e via motivos pra que tivesse lhe abandonado.

Sentia-a fortemente e sabia que a necessidade do reencontro estava tão poderosa que este aconteceria. E ele não mais dependeria dela, aquela fase tinha passado. Como lera certa vez, o pássaro tem que destruir o ovo para seguir em frente. Era o que tinha feito: quebrado o ovo que o fazia dependente e seguido adiante. Mas, o seguir adiante era feito de encontros, desencontros e reencontros. Todo homem tem noção de suas raízes e certa intenção de revisitá-las, mesmo que apenas por sonho.

O reencontro com ela seria real e estava próximo. Ele pensava e desejava estar com ela. Desejos carnais entremeavam seus pensamentos e ele se policiava, repetindo mentalmente: “Sua vida mudou, você já não precisa dela. Sua vida mudou, você já não precisa dela. Sua vida mudou, você já não precisa dela”.

Pegou o desenho inacabado de dois anos atrás – iria terminá-lo. Seu traço displicente concluiu o trabalho numa velocidade impressionante. Porém, o que foi realmente chocante foi o resultado final: ela estava atraente, como sempre e ele não conseguia suprimir seus desejos. Uma simples ilustração se apoderava dele de maneira tal que ele largou o lápis e atônito foi invadido pela pergunta: que tipo de sentimentos iria, de fato, achar se a reencontrasse?

Desesperado e um tanto perdido, amassou o papel, acendeu um cigarro e transformou o desenho em um monte de cinzas.