DIZEM QUE UM HOMEM NÃO CHORA.... (Atendendo a pedidos, alterado e liberado para menores de 18 anos)

A vida às vezes nos prega algumas peças, que nos deixam atordoados.

Estava eu, na época com meus 16 anos de idade, ali sentado na beirada da calçada, vendo o movimento da rua, quando um caminhão entrou, trazendo em sua carroceria uma grande mudança. As vizinhanças toda se puseram nas janelas de suas casa pra ver quem eram os novos vizinhos.

Uma família de origem italiana descarregava seus pertences, pondo no chão e levando para dentro da casa.

Quando, como em um show de magia, ela apareceu.

Vestia um vestido curto, suas longas pernas se destacavam sua cintura, seu decote, seus volumosos seios, seu pescoço, seus lábios carnudos e seus olhos escuros cativantes.

As vizinhas mais fofoqueiras, se aglomeravam em baixo das janelas de uma ou de outra para tecer comentários.

Mas, meus olhos, se fixaram na linda menina de vestido curto.

Ao cair da noite, meu pai e minha mãe foram dar as boas vindas aos novos vizinhos.

Eu fui junto, como um cão de guarda.

Descobrimos que eles vinham da capital, que tinham sido transferidos para nossa cidade devido ao serviço de "Seu" Feliphe.

Ele trabalhava como encarregado em uma transportadora de carros novos, uma revendedora de uma fábrica italiana, ele seria o encarregado de tráfego da filial que tinha se instalado em nossa cidade.

Na grande sala da casa, meus olhos percorriam em busca da menina de vestido curto. Mas, não a encontrei.

No outro dia, passeando de bicicleta, eu novamente ai vi. De longe....

Como o passar dos dias, nossas famílias foram se aproximando.

Os garotos da rua, TODOS estavam loucos por ela. Seu nome? Giulia.

Nunca a vimos com namorado, nunca a vimos na companhia de garotos.

Quando ela começou a deixar de ser novidade, foi que tudo ocorreu.

Estávamos na festa da igrejinha. Na quermesse da comunidade, todo povo da vila estava presente.

Na barraca de tiro ao alvo, eu demonstrava minhas habilidades, acertando o centro do alvo e ganhando os brindes.

Vi Giulia, ao lado da barraca, após ter acertado a “mosca” e ser contemplado com um urso branco enorme, eu ouvi sua exclamação:

____ Que lindo!!

Peguei o brinde e passei as suas mão e disse-lhe:

____ Tome!! É seu.

Seus olhos brilharam, um sorriso lindo despontou sem seu rosto, ela abraçou aquele presente, num abraço apertado.

____ Muito abrigado!

Ela veio me agradecer. Convidei-a tomar um chocolate quente, ela aceitou.

Sentamos no banco da praça e começamos a nos conhecer. Ela era uma pessoa objetiva, disse-me que não via à hora completar a maioridade, em menos de 3 meses faria 18 anos e retornaria para a capital, para morar com uma tia. Inevitavelmente a questionei sobre namorado. Ela ficou com as faces vermelhas, seus olhos se encheram de lágrimas e ela começou a chorar. Disse-me que tinha uma pessoa amada, SIM. Que ela amava muito, mas que essa pessoa tinha ficado na capital.

Abracei-a, puxei sua cabeça ao encontro de meu peito e a confortei.

Desse dia em diante, nos tornamos amigos, companheiros, confidentes...

Cada dia que passava, eu me apaixonava por ela, mas faltava coragem de me declarar.

Três meses se passaram depressa, ela se manteve fiel à pessoa amada.

No dia de seu aniversário, uma festa maravilhosa, a casa estava lotada, música boa, vários tipos de salgados, bebidas, bolos.

Por volta da meia-noite, quando várias pessoas já estavam indo embora, ela me chamou, disse que queria me dar um presente de despedida.

Seus pais estavam entretidos com os parentes, muita bebida tinha sido consumida, um alvoroço enorme.

Ela me pegou pela mão e me levou ao porão da casa, ela tinha improvisado uma cama no chão, trancamos a porta. E sentamos.

Eu, nada entendia, ou fingia não entender.

Ela começou a me beijar. Um beijo delicioso, seus lábios carnudos eram deliciosos, nossas mão ganharam vida própria. Após termos beijado por vários minutos, eu a agradeci por aqueles beijos.

Ela me disse que o melhor ainda estava por vir.

Começou a retirar peça por peça da sua vestimenta, ficando despida ali na minha frente.

Eu atordoado, abitolado, nada fazia.

Quando ficou totalmente nua, ela se aproximou e começou e também a retirar minhas roupas. Ficamos nus em poucos segundos, nossos corpos se uniram, novos beijos, novas passadas de mãos. Entregamos-nos nos mais íntimos e loucos desejos.

Até que ela disse:

______ Vem, agora é hora de você ganhar seu presente, venha me faça mulher.

Não acreditava naquilo que eu ouvia, mas cumpri minha "obrigação" de macho.

A virgindade de uma mulher, e um dos melhores presentes que um homem pode ganhar, e eu ganhei em minha vida.

Após termos consumado o ato em toda sua plenitude, eu a abracei, e olhando em seus olhos, eu jurei amor eterno.

Ela, seriamente, retribuiu meu olhar e disse-me:

_____ Não jure amor eterno, pois você foi o homem escolhido pra tirar a minha virgindade, e será o único homem da minha vida, amanha estou indo embora, de volta a capital, vou voltar para a minha pessoa amada.

Um nó se formou em minha garganta, um buraco se abriu sob meus pés, não estava entendendo nada. Foi quando ela começou a explicar:

_____ Lembre-se, daquele dia que te disse que tenho um grande amor na vida? Pois é, amanha estou voltando para essa pessoa, quando meu pai descobriu sobre nosso amor, ele nos separou, por isso aceitou a transferência para essa cidade.

Eu, ali ouvia, nada entendia.

_____ Pois é, essa pessoa que eu amo, é a minha prima, filha da minha tia....Estou voltando pra capital pra gente, morar junto, assumir nosso amor. Eu te escolhi como o único homem da minha vida, pois, nunca mais um outro homem irá por as mãos em meu corpo. E, eu não queria perder a minha virgindade, com um objeto qualquer.

Meu mundo desabava. Ela me abraçou e disse:

_____ Espero poder continuar a contar com a sua amizade, porque você é o meu melhor amigo.

No outro dia, a céu estava nublado, acinzentado, tudo era triste. Eu sentado novamente na calçada, via o movimento da rua, quando na esquina surgiu um carro, um fusca com as placas da capital. Parou em frente à casa de Giulia, de dentro do carro saltou uma moça/homem, vestida em uma calça comprida, um cabelo curtinho, uma camisa apertada, tocou a campainha. Giulia apareceu com as malas nas mãos. Elas se beijaram na boca, ali na rua mesmo, um beijo apaixonado, um beijo de saudade. Entraram no carro e foram embora.

E eu fiquei ali sentado na beira da calçada com os olhos cheios de lágrimas.

Carlos Campos
Enviado por Carlos Campos em 15/04/2008
Reeditado em 15/04/2008
Código do texto: T946720
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.