O Único ingresso



O parque está fechado após uma longa temporada de recesso.
Ele abrirá para receber um ilustre convidado.
Seus brinquedos estão fechados
Precisando ser lubrificados,
Enferrujados pela ação do tempo.
A porta principal precisa ser tocada lentamente para que se adentre ao parque dos sonhos.
De fora, ele ainda olha e diz:
“- ainda brincarei nesse parque!”
Na entrada, ele avista um belo jardim
Gramas aparadas, tapete delicado, alimentos aromatizados...
Pequenas homenagens ao gosto requintado do ilustre.
È chegada a hora...
O parque de diversões está receptivo.
Eis que ele para na porta principal...
As trombetas ecoam...
Os diversos instrumentos funcionam como se obedecessem a comandos, inicia-se a orquestra.
Ele suavemente começa o passeio pelo parque.
Ouve atentamente a harmonia
O encanto das notas musicais
E vai surgindo uma melodia exclusiva
Executada naquele momento...
O parque dos sonhos ressurge
As gangorras parecem sentir a presença do ilustre
E no vai-e-vem anunciam o prazer da presença.
Tudo faz parte do momento tão magnífico.
Nesse dia a “mulher gorila” não acordou...
A casa do terror silenciou...
Só se via o algodão doce...
As bolas lisas e coloridas passeavam nas mãos da dona do parque.
O convidado alegremente a convida para tomar o sorvete mais desejado.
Porque o sabor não seria aquele comum a todos.
A receita era exclusiva porque já esperava por esse convite.
Era o mais desejado...
Convidado e anfitriã comemoram o começo de uma nova temporada.
Era um novo parque surgindo.
Era o renascimento de um sonho, um parque sem sombras, sem fantasmas e sem a “mulher gorila.”
Enfim...
Hoje o convidado recebeu o único ingresso que deu acesso ao coração da anfitriã.
07/07/2009