A NINFA...

Ela era bela. Tinha os cabelos longos e levemente ruivos, os olhos azuis e o rosto delicado. Seu corpo esbelto, mas curvilíneo, despertava nos homens e nos centauros um desejo enlouquecedor.

Era jovem e tinha o frescor que a juventude carrega, mas trazia dentro de sí a impaciência e a pressa de ser feliz.

Seu vestido branco e diáfano esvoaçava, enquanto ela, descalça, passava de uma pedra à outra, no meio do rio das flores.

O lugar era magnífico.A tarde caia como se quisesse levar consigo todas as cores do firmamento.As árvores milenares, guardavam segredos e deixavam a luz passar, rasgando a escuridão que teimava em aparecer. Os animais mágicos logo estariam por alí, disso ela sabia, mas a ninfa já conhecia todos aqueles caminhos...

Seu peito ardia. Queria aprender a amar. Queria ser amada. Não precisava mais dos belos corpos. Queria o olhar das almas.Queria enxergar as dores e curar as aflições. Queria possuir o sol e beijar a testa da lua. Queria que seu corpo pertencesse ao infinito...

Então, ela que era a mais bela das ninfas, decidiu.

Inspirou fundo o aroma da floresta viva, fechou os olhos cor de mar e sorriu...

Abriu os braços, como se seus braços fossem abraçar o mundo, e pediu aos quatro elementos a FORÇA.

Sentiu a brisa chegando e deixou que ela se transformasse em ventania. Uma ventania repleta de aromas e histórias...

Seu peito se expandiu, e num jato de luzes incandescentes,ela dissipou-se...

Entregou-se ao uno... E foi ser feliz...

Hoje, ela é o sol,

a lua,

as estrelas,

a areia que corre junto com as águas do rio...

Ela é o próprio rio e suas infindáveis corredeiras...

Hoje, ela é imensidão...

Claudia Ferrante
Enviado por Claudia Ferrante em 25/06/2010
Reeditado em 02/07/2012
Código do texto: T2341599
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