Mirabela- O amargo sabor do destino -Continuação -

Tomada pelo desespero do ódio e da revolta, ela chora. Decide que irá procurar Santiago, talvez ele possa lhe dizer que atitudes tomar com relação a sua mãe e sua avó.

E chegando a casa de Santiago, foi informada pelo porteiro de que ele já não mais residía alí, pois havia casado-se há um ano. O homem também lhe informou que sua espôsa Lindamar estava grávida. Ela treme na base, ao ouvir soar o nome Lindamar.

Tonta e cambaleando, como se a angústia e o ódio tivessem lhe tirado a força das pernas, ela seguiu amargando a dor de uma derrota.

Sentia-se fracassada, impotente e frágil. Também não conseguia dominar o incontrolável ódio que, cada vez mais crescia dentro de sí.

Como Santiago se apaixonara rápido em quatro anos?! De repente ela estapeia o próprio rosto, xingando a sí mesma, enquanto dizia-se:

" Sua idiota, ele já devia está apaixonado por aquela intelectualzinha desde a época em que vivia dizendo que te amava, sua anta!

Ela sim! seria a pessoa escolhida para passar com ele, o resto de sua vida. Lógico, para casar bonitinho, de papael passado, teria que ser mesmo com alguém do nível dele. Quanta idiotice a sua de acreditar em tudo o quanto Santiago lhe dissera um dia.

É evidente que ele não a trocaria por nenhuma universitária metida a besta, como ele mesmo havia lhe confessado. Não a trocaria no momento da diversão, mas para se casar de verdade, com certeza seria com alguém do seu nível.

" Oh como fui burra" pensava ela; sua mãe sempre esteve certa quando a chamava de burra, inútil, tonta, idiota,etc.

Na realidade, era assim mesmo que ela estava se achando.

Quanta dor seguida de ódio, trouxe-lhe aquela súbita 'saida da toca'.

Talvez tenha valido a pena sumir, para descobrir quem, na realidade eram áquelas pessoas que diziam lhe amarem tanto.

Ela agora estava completamente arrependida por ter ido em busca daqueles a quem amava e a quem acreditava também lhe dedicarem um puro amor.

Estava odiando principalmente a sí mesma por ter sido tão ingênua. Afinal, por quê procurar por sua mãe que sempre lhe odiou? talvez sua mãe estivesse satisfeita por se ver livre dela, porque tantas vezes lhe disse que desejaria que ela sumisse. Ressurgir agora, só iria mesmo acabar com o alívio que estava sentindo. Ela agora estava bem, com a nova filhinha que encontrara, a tal Ana.

Já de sua avó, sentia dó. Mas por quê alegrar a sua avó com sua presença, se isso entristeceria sua mãe? Afinal, a felicidade de uma, dependia da tristeza de outra. E a senhora Lázara também estava feliz com a nova neta.

Decidiu que deixaria tudo como estava. Não mais voltaria alí. A avó continuaria vivendo bem, já que D.Vaggio não seria denunciado, ela não corria nenhum risco.

Sua mãe deveria também ter feito a cabeça da avó contra ela. Há tempos que as duas já me deram por esquecida. Pensava ela.

E quanto mais pensava em Santiago mais o ódio aumentava. E isso fez com que tomasse uma decisão: 'Não seria mais a menininha ingênua, a doce Mirabela, fruta pequena e doce, agora estava amarga, muito amarga'.

Seu ódio acelerou ainda mais, quando ao passar em frente a padaria do pai de Santiago, este, o senhor manuel, soltava sórdidas gargalhadas com os amigos em volta de uma mesa de bebidas.

De repente ela observa que um carrão de alto luxo estaciona, e vê Santiago saltar dele abraçado a espôsa. Aquilo foi realmente o fim de tudo. O ponta pé inicial para que ela tomasse uma grande decisão enquanto resmungava e chorava, lágrimas de ódio, sentimento este nunca dantes sentido. Estava completamente decidida: Seguiria ao pé da letra,as ordens de D.Vaggio. Ele é quem estava certo; "Se as pessoas são desumanas com a gente, por que temos que poupá-las?

D.Vaggio deve sentir o que sinto. Ou se não sente, já sentiu no passado. Talvez fôra esnobado e humilhado por sua própria mãe. Ou talvez a mulher que um dia ele tanto amou, tenha lhe passado para trás.

Alguma coisa o teria levado a ser assim, tão frio. Mas, isso não era o que lhe interessava naquele momento. O que contava mesmo era a sua vida, todo o esfôrço que um dia fizera para entrar no livro da vida, como sua avó sempre lhe ensinara, era agora tudo em vão.

Por quê poupar estes vermes? pensava ela. E apontando um dedo em direção a padaria [Como se estivesse mirando uma arma para todos] ela continua: " Por quê poupar vocês?"

A esta altura D.Vaggio estava com os nervos a flor da pele. Andando de um lado a outro, gesticulando muito e fumando cada vez mais o seu charuto.

Gritava alto o nome de Mirabela, esmurrava a mesa enquanto praguejava contra Mirabela.

- Aquela desgraçada tem que aparecer! ela não acreditou nas minhas ameaças, pois ela que se prepare.

E ele então começa a gritar por Carlão desesperadamente:

- CARLÃO, CARLÃO!

- Pois não, senhor?!

- Vá atrás daquela infeliz agora mesmo. De hoje a vovozinha dela não passa. E ela também me paga. VÁ AGORA! O QUE ESTÁ ESPERANDO?

Neste momento Mirabela entra desesperada e com uma respiração ofegante:

- Não precisa! já estou aqui!

greice
Enviado por greice em 31/10/2010
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