Mirabela- O amargo sabor do destino - continuação -

CAPITULO X

E finalmente é chegado o grande dia. Santiago decide ir até o presidio em que Mirabela está detida. Ele havia "ensaiado" por várias vezes, esta visita, porém a coragem sempre lhe faltava. Mas, desta vez estava firme. Iria em busca de uma explicação, não importava esta qual fôsse. Mesmo que se machucasse com o resultado, sabia que Mirabela teria algo a lhe dizer e ele estaria pronto para ouvi-la.

A porta da pequena sala se abre. A policial a acompanha em silencio, Mirabela está algemada. Santiago a aguardava de costas. Ao vê-lo, prontamente ela o reconhece, mas prefere manter o silencio. De repente, ele vira-se com o semblante sério. Suas faces estão rosadas, sua boca seca, o coração repleto de mágoa e rancor.

Naquele momento, ele não sabe o que realmente está sentindo por aquela mulher. Em instantes é traido pelo coração, e uma ponta de amor parece despertar devido as lembranças que, como relâmpago passam-lhe pela mente. Lembranças da menina doce e pura que outrora lhe proporcionou tantos momentos felizes, e que na realidade, sempre lhe povoou a mente.

Mas, a revolta é bem maior, e numa fração de segundos, passa-lhe como um rolo compressor, esmagando todo o bom sentimento que ele insiste em não querer sentir.

Mirabela também está revoltada, talvez até bem mais do que ele. Sentia-se traída e humilhada. Por um momento, seu sentimento é de puro ódio. Não entende como Santiago pôde traí-la, fingindo-se de apaixonado, chegando ao ponto de casar-se com alguém a quem ele sempre jurou ser apenas e tão somente amigo.

Mesmo guardando somente para sí e nunca revelando a ninguém, ela sempre desejou ser a mãe do filho de Santiago. E no entanto, o que ele fez foi traí-la, de uma maneira fria e cruel, dando a outra mulher, a criança que poderia ser deles- dela e de Santiago.

E como se as palavras automaticamente saissem-lhe da boca, sem nenhum auto-contrôle, ela é quem decide quebrar o gelo. E com uma voz firme, começa a falar:

- Posso saber o que você veio fazer aqui? acaso veio tripudiar de mim?

Santiago fita-lhe os olhos intensamente e aproximando-se dela a curtos passos, responde-lhe:

- Não! eu não vim tripudiar de você. Só queria mesmo, olhar para esta tua cara cínica. Só queria ouvir o tipo de desculpa que você vai me dar. Se é que existe desculpa para uma criminosa!!

- Não, Santiago! realmente não existem desculpas para uma criminosa. Eu jamais tentaria me desculpar com você. Até porque eu não lhe devo satisfações.

- Ah! não? quer dizer que você sequestra o meu pai, e fica por isso mesmo? você decididamente não me deve satisfações?

- E o que você quer que eu diga? já estou pagando por isso, não estou? não se deu por satisfeito, ainda?

- Traidora e ordinária, é o que você é! cadeia é pouco para você, sua bandida infame. Acaso achava que eu deixaria impune o sequestro do meu pai? Afinal, o que você queria juntamente com aqueles pilantras da sua laia? arrancar dinheiro dele? se deu mal. Quero ver você mofar aqui dentro.

Santiago fixa os olhos nos pulsos algemados de Mirabela, depois a encara novamente com um ar de deboche:

- Ainda bem que está algemada! ou eu correria o risco de ser assassinado. Isso é tudo o que você merece, este par de algemas lhe caiu muito bem, oh, santinha do pau ôco.

greice
Enviado por greice em 09/12/2010
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