Mirabela - O amargo sabor do destino - Continuação -

E o senhor Ulisses tenta por um ponto final á toda aquela conversa cheia de ódio e revolta da filha:

- Chega desta conversa mórbida, filha! Vamos mudar de assunto!

- Tudo bem! Já que o senhor está aqui, quero aproveitar para lhe pedir um favor, aliás não é bem um favor, e sim uma obrigação.

- O quê?

- Gostaria que o senhor procurasse a minha mãe!

- Como farei isso?

- Não sei! o senhor conseguiu chegar até aqui, não conseguiu?

- Filha! eu não sei qual será a reação da sua mãe ao me ver. Ela poderá causar um enorme escândalo.

- Ela não vai fazer isso, eu lhe garanto!

Mirabela revela ao pai o esquema montado para a fuga e este assusta-se.

Alguns dias depois, Santiago chega ao bar de Fabricia. Escolhe uma das mesas e pede uma bebida. Ao vê-lo, Fabricia corre para atendê-lo.

- Oi, Santiago! Já foi visitar a bela criminosa?

- Por favor, Fabricia! se vier me falar daquela mulher aqui, vou embora agora mesmo.

Fabricia, porém põe a bebida para ele no copo, puxa uma cadeira na mesma mesa e senta-se:

- Sabe, Santiago! A Mira é mesmo vacilona. Perder tempo sequestrando o seu pai por causa de uma vingancinha do passado.

- Vingancinha? isso é o que ela diz! Quis dar o golpe, isso sim! aquela pilantrinha!

- Ah! para com isso! D.Vaggio, o homem morcego já é milionário. Não precisa dos trocados do seu pai.

- O quê? do que você está falando?

E olhando para os lados, falando muito baixinho, ela se estica fazendo um esforço para chegar bem mais perto de Santiago, tomando muito cuidado para não ser ouvida.

- Eu fui visitar a Mirabela na cadeia! Ela foi sequestrada pelo tal D.Vaggio. Aquele sujeito que escorrega que nem sabão, que todos nós aqui o conhecemos como o homem morcego, ou conde drácula.

- Sei, sei! aquele criminoso famoso...

- Pois é! ele a aprisionou por todos estes anos sob ameaça. Ou ela chefiava a sua quadrilha, ou ele liquidava com a velha. Já pensou, que babado!

- De que velha você está falando, Fabricia?

- Ora! da avó da Mirabela, a senhora Lázara.

Ovindo aquilo, Santiago fica tão estagnado que numa fração de segundos engole um copo inteirinho de vodca.

- O que você está me dizendo? isso é realmente verdade?

- Oh, se é! Parece que aquele homem escolhe quem vai trabalhar para ele. E resolveu cismar com a cara da Mirabela. Imagine se uma bobona daquelas, com aquela cara de pastel leva jeito para chefiar uma quadrilha, quero dizer, quadrilha não, familia. A coisa é chique! Ainda se fôsse eu! Eu sim, não seria capturada com tanta facilidade.

Santiago permanece assustado, ouvindo Fabricia, e ele quer mais detalhes: - Pare com estas sandices e me diga o que mais você sabe a respeito deste sequestro!

- Ora, ora! Para quem não queria ouvir falar de Mirabela está interessado até de mais, não acha?

- Por favor, Fabricia! é importante.

- Eu não demorei muito por lá! Eu queria...

De repente, ela pede a Santiago para sairem dalí.

- Vamos lá para fora! aqui as paredes têm ouvidos.

Chegando no jardim, ela termina de falar o que havia começado:

- Eu queria que a Mira me informasse o endereço do tal morcegão e ela se negou. Dizendo que não queria me ver criminosa.

- Fabricia, o que está dizendo?

- Santiago, eu quero ficar no lugar da Mira, na familia D. Vaggio. Ele é rico, ele ensinou tantas coisa á ela. Até a falar inglês e outras linguas...

- Para com isso, sua louca!

Santiago ignora totalmente a maluquice de Fabricia, não acreditando que ela realmente queria fazer parte daquela quadrilha de bandidos. E dirigindo-se a ela, lhe diz:

- Fabricia! vamos nós dois ao presidio, na próxima visita.

- Impossivel! Já tenho um outro lugar para ir.

greice
Enviado por greice em 11/12/2010
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