O Feiticeiro e o Dragão de Prata – Parte 2

Imediatamente o rei Carlos ordenou que todos os seus mensageiros procurassem por esse mago, não importa o quão distante tenham que ir para isso. “Do topo das maiores montanhas até a parte mais baixa dos mais profundos e tenebrosos abismos, nos reinos aliados e inimigos, do ocidente ao oriente, não importa onde vão procurar, mas achem-no” essas foram as palavras do rei á seus servos. E para aumenta o interesse dos mensageiros o rei ofereceu um baú com vinte e cinco mil moedas de ouro para quem o encontrasse. Isso causou uma grande movimentação em toda a Inglaterra, grande parte do país, e do continente, estavam nessa busca. Mas infelizmente, varias pessoas tentaram enganar o rei. Inúmeros farsantes aparecem dizendo ser o Grande Morpheus, para fazer com que o rei entregasse o ouro para seus companheiros, que diziam ter achado o mago. Porem o rei era astuto e sempre fazia um teste com os supostos “feiticeiros” que, por sua vez, nunca passavam no teste.

Um mês e meio se passou e nenhuma noticia chagara, e o pior de tudo era que o dragão continuava a atacar, e nesse meio tempo fez uma rápida investida sobre o castelo que, felizmente, não ocasionou muitas mortes. Muitos comentavam que esse tal de Morpheus nunca viria para enfrentar um dragão tão terrível como aquele, outros diziam que esse mago já deveria estar morto, e ainda tinham uns que falavam que esse tal feiticeiro nunca existiu, que foi só invenção da cabeça do rei, mas falavam isso as escondidas é claro.

Carlos já não aguentava mais essa situação, temia pelo reino, pelos seus cavaleiros, por seus amigos, por sua esposa e por si mesmo, que já estava ficando meio adoentado. Se acontecesse algo com ele quem assumiria o trono já que seu único filho se encontrava ausente? Arnold não aguentaria muito tempo como regente, já que estava tão mal quanto o próprio rei.

— Para mim chega — disse o rei, que estava sentado no trono com Arnold, Willians e outros cavaleiros em pés ao seu lado. Outro farsante acabara de sair. — suspendam a busca, já estou cansado de ver esses maus-caracteres tentando me passar pra trás.

— Mas senhor... — falou um dos cavaleiros — sem o mago, o que faremos?

— Não sei Zalish. Essa busca foi inútil, muitas pessoas morreram, se perderam ou desapareceram. Não, não quero mais saber disso. Mande embora qualquer que diga que tenha achado o mago. — respondeu o rei.

— Enquanto ao dragão alteza? O que faremos em relação a ele? Ele já matou muita gente e todo santo dia rouba varias cabeças de gado, nesse ritmo ficaremos sem carne dentro de alguns meses. — perguntou o cavaleiro chamado Zalish, que, embora um pouco novo, foi promovido a capitão por sua coragem e por ser um dos poucos a retornarem de uma luta com o dragão.

O rei pensou por um minuto e disse.

— Vamos ataca-lo, reuniremos todos os cavaleiros restantes e atacaremos todos de uma vez, sem hesitação.

— Senhor... Isso seria suicídio, ainda mais porque o numero de soldados não estar tão grande quanto antes. Quase dois terços já morreram. — dessa vez quem falou foi Willians.

— Eu sei meu caro, mas se não fizermos nada todos nós morreremos de qualquer jeito. Pelo menos assim nós morreremos lutando com esse monstro, de uma forma honrada, e não se escondendo esperando o fim.

Depois de muito tempo calado, Arnold finalmente disse.

— Quando o senhor diz ‘nós’, o senhor quer dizer que também vai?

— Isso mesmo — respondeu o rei — ou pensaram que eu ia vos abandonar? — falou isso encolhendo a barriga para pensarem que ainda estava em forma.

Nesse momento as grandes portas de madeira se abriram e um jovem passou por elas. Ele era novo, aparentava ter uns 18 anos, um metro e oitenta de altura, corpo atlético, como se ele se exercitasse todo dia, cabelos curtos e castanhos e olhos verdes, como um mar transparente com o fundo coberto de algas.

Todos olharam para ele sobressaltados. Mas logo Willians perguntou.

— Quem é você?

— Eu sou aquele quem o rei procura. Morpheus. — disse o jovem com uma voz calma.

Imediatamente o rei se levantou do trono e disse zangado.

— Como ousa mentir para mim, o homem que procuro é cinco vezes mais velho que você. Você não passa de mais um que quer botar a mão nas moedas de ouro, pois saiba que não é o primeiro.

O rapaz começou a dizer.

— Alteza, saiba que o que digo é verdade, e que...

— Já basta. Chega de mentiras. — interrompeu o rei pensando nos outros farsantes que tentaram engana-lo — Homens, levem esse imprestável para fora e nunca mais o deixem se aproximar de meu castelo.

Cinco dos cavaleiros sacaram as espadas quando perceberam que o jovem também tinha uma amarrada nas costas. Andaram apressadamente na direção do garoto, mas este nem se moveu. Porem, quando os guardas estavam a dois metros dele, alguma coisa enganchou nos pés do guarda que estava à frente, que se desequilibrou e caiu. Todos os outros cavaleiros pararam para olhar, uma raiz aparentemente brotara por entre o piso de pedra e se enrolou nas pernas do homem que se encontrava caído, e essa raiz continuou crescendo e se enrolando por todo o corpo dele, parecendo uma cobra que cresce rapidamente. Logo um dos outros cavaleiros, o mais novo e inexperiente, com medo do que estava vendo atacou o rapaz com a espada. Esta, quando acertou o jovem, derreteu imediatamente como manteiga jogada em uma frigideira. Nessa hora uma rajada muito forte de vento entrou pelas janelas do castelo e arremessou os cavaleiros na parede que os engoliu, como se eles tivessem caído em areia movediça, mas ficaram com a cabeça para fora.

O rei, com uma cara de incredulidade, perguntou ao rapaz.

— ‘O que’ é você?

E este, que até agora não havia feito nada parecendo um mero espectador, fez uma reverencia e disse.

— Morpheus Agnus II, ao seu dispor.

Continua...

Warverson
Enviado por Warverson em 27/01/2011
Reeditado em 15/09/2013
Código do texto: T2756238
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