Amor proíbido...deliciosamente mortal !!!

Ela despertou de um sono quase divino, não seria pra menos, adormecera nos braços de um Deus, que estava ali ao seu lado, tão sensivelmente frágil, seu sono era tranquilo, fora vencido pelo cansaço de ter tornado-se por momentos mortal ao faze-la por várias vezes chegar ao Olimpo.

Os Deuses não permitiam o amor desses dois amantes, era tido como proibido, profano, pois manchava a honra divina, tido como um insulto as leis da lógica, distância, leis que guiavam os homens, que os mantinha escravos como fantoches no mórbido jogo dos Deuses.

Mas os dois amantes em nome do Amor proibido que sentiam, ousaram buscar algo a mais, passar da linha determinada por seus ancestrais e provar do doce néctar do desejo que os possuia, que faziam não medir consequencias de um ato tão deliciosamente pecaminoso.

A distancia que separava Céu e Terra, era a mesma que separava os dois amantes, mas mesmo ela, inimiga cruel, não conseguia tirar o forte desejo e o inexplicável aroma que surgia cada vez que um pensava fortemente no outro, como algo que confirmasse a doce presença fúgida e constante, mesmo que fisicamente não estivessem ali.

Ele se apaixonara por sua amante, quando passando por um dos bosques a viu se deliciando nas águas de um rio, totalmente nua, seu corpo tão incrivelmente perfeito, sua curvas deliciosamente esculpidas, sorriso meigamente encantador, olhos insinuantes, fora a primeira vez que sentiu-se perturbado diante de uma mortal, por mão de que Deus este ser tão perfeito fora criado, pensava ele.

Sua amada nasceu dos versos doce de um Deus Poeta que também se apaixonara por um ser, que os Deuses chamavam de errantes, mas por possui-la, fora punido com a morte de sua paixão, fora por tempos dificil superar a perda, mas a dor passara depois que de suas palavras nascera a bela Elisa, a ela devotou toda a sua ternura, via nela uma paixão pura, não queria que como sua amada agora morta, fosse o destino de Elisa, e por vários anos conteve seu desejo que a cada dia que passava só aumentavam, Elisa de menina graciosa tornara-se uma mulher muito charmosa mesmo com uma beleza bruta, era dificil, mas ele deixou-a intocável.

Mas a beleza excitante de sua criação não quiz mostra-la ao mundo, ela seria para sempre a Musa de seus versos, a inspiração de seus famosos contos, e então a deixou em um bosque sozinha desde bem pequenina, fazendo a pensar que fora de seu mundo, só existiam pessoas más, vivia em companhia apenas de outros seres menores e menos evoluidos que cuidavam dela, nunca imaginaria que alguém pudesse ali chegar, mas o nosso Deus amante ali chegou, em um momento que passeava distante de seu lar celeste, fora ali naquele bosque longiquo que encontrou sua amada, e fora ali que se entregara, mesmo temendo a dor da morte eterna, não tinha medo, só o prazer de possuí-la, lhe dava coragem para enfrentar tudo, até a ira de todos os Deuses.

Elisa, linda e pura, vagava por entre as árvores totalmente nua, em perfeita sintonia com tudo ao seu redor, um dia enquanto banhava-se de olhos fechados sentindo a energia do lugar, Elisa foi surpreendida com barulhos estranhos que vinham da margem do rio, e pela primeira vez teve medo, abriu os olhos, temendo o desconhecido, e em sua frente um Jovem lindo, nunca imaginara algo assim, apesar do susto de outrora, sentiu-se mais calma, como se estivesse com uma presença amiga e querida.

Ele ajudou sair da água, conversaram durante horas, enquanto seu Deus-Poeta-criador ocupasse de seus assuntos celestes, Elisa estava surpreendida com a Vida que havia fora de seu mundo, sentiu-se magoada e traida pela única pessoa que pensava que existia e lhe queria bem, mas agora não sentia-se tão a vontade com seu corpo, é como se uma venda tivesse caído de seus olhos, e ela pudesse somente agora enxergar a luz.

E essas visitas aconteciam cada vez que seu Criador saía, ele notou que Elisa havia mudado, a vergonha de seu corpo totalmente exposto era seu delatante, e ele começou a pensar, no que acontecera, resolveu em uma dessas tardes ficar a espreita, e para seu furor, viu o jovem Deus chegar, viu os dois agora mais intimos, se amarem, dentro do coração dele, estava crescendo a dor de mais uma vez perder sua amada, e ele por muitos dias pensou, como afastaria aquele Jovem Deus de sua Cria.

Por vários dias ele pensou, sua Amada já não era mais tão gentil, tornara-se arrediu, apesar de seu esforço falho, não conseguia disfarçar a repulsa que sentia, cada vez que o Deus Poeta a via, nua pelo bosque a andar.

Em um dia, saiu para resolver seus assuntos sempre tão urgentes, e fingiu que partira, mas voltou. Viu quando os dois jovens se encontraram, o desejo guardado durante toda longa semana que esperaram, o corpo de sua amada, criado por suas palavras sendo entregue ao deleito de um outro, os beijos que tanto queria lhes dá, os toques que a cada vez a faziam-na suspirar de prazer ainda não tão bem compreedidos, faziam cada vez seu coração ficar mais apertado e chorou, enquanto os amantes entregavam-se ao prazer tão recém descoberto.

E esperou durante toda a noite, os amantes cansarem de ser amar, mas pareciam insaciáveis, porém com uma frieza que tirou da raiva que sentia, esperou pacientemente, os dois adormecerem, pois sabia que o Deus Amante por um periódo tornava-se mortal por beber o néctar de uma errante, e naquele momento seria o certo para agir.

Eles dormiram...e ele deixou uma maça ao lado de sua amada, ela acordou primeiro e viu apanhou a maçã...pensou ter ganho um presente do amado que dormia, e deu a primeira mordida, poucos minutos depois o veneno fez efeito, e a doce Elisa nos braços de seu Deus morreu, mas antes fez um último pedido, um último beijo...

Mas...o Deus amante não sabia que por um tempo se tornara mortal, e pelo néctar com sabor de maçã envenenada que ainda estava nos lábios de sua amada...ele também morreu.

E só sobrou nosso Deus poeta...triste por perder novamente sua amada, e isto para a felicidade da corte real celestial...que em breve teria mais um de seus famosos contos...