Tirombar o anão menestrel

Com o por do sol e o cair noite foi encerrada a assembléia que discutia o destino de Tirombar e novamente o destino não sorrio para ele.

Enquanto Tirombar pegava sua única muda de roupas, sua harpa, seus poemas, suas ferramentas ( lápis, penas, tintas e papeis) sua adaga, sua mochila ele se lembrava da discussão que houvera com seus pais há algumas semanas, as duras palavras que seriam capaz de cortar até o mais duro dos metais, das lagrimas derramadas após ser expulso de casa.

Assim que desceu as montanhas de Coridom triste, abatido e com a aparência 290 anos mais velha que ele realmente possuía ele começou a seguir como um viajante errante. Nos primeiros dias da sua “eterna” caminhada Tirombar se perguntava porque a sociedade anã não poderia aceitar o fato que ele não nasceu viver segundo as tradições, e sim para ser um artista, um músico, um poeta como este queria, lembrou-se também do triste dia em que foi realizada a assembléia e das duras palavras proferidas pelo seu pai quando este o condenou ao banimento total da civilização anã.

Os meses foram passando e Tirombar aprendeu a aceitar que era melhor viver só do que em um local em que todos o criticavam pela sua decisão de se tornar um menestrel. Certa vez quando se encontrava em uma floresta nas proximidades da pequena vila de Ifan ele encontrou com um grupo de bardos, e aproveitando-se da situação ele dirigiu-se ao grupo e falou:

---- Boa tarde meus amigos meu nome é Tirombar e gostaria de saber se poderia acompanha-los, a pouco me tornei um e como sabem não é muito bom viajar só por esses caminhos.

Ao escutar isso Ludvak Trebwins um jovem e orgulhoso elfo falou:

---- Há há há você criatura diminuta ser insolente como ousar ter a coragem de nos dirigir a palavra, nos não precisamos da companhia de um ser de sua raça!!

Ao escutar estas palavras o sangue de Tirombar ferveu como nunca em sua vida e ele falou:

---- Muito bem veremos se sou tudo isso que falas, se você é tão bom a ponto de falar tudo isso não iria correr de um desafio, estamos perto da vila de Ifan que tal fazermos uma competição artística o vencendo fica no grupo e o perdedor continuará sua jornada só, o que me diz?

---- Vai ser fácil vencer-te anão tolo.

Ao chegarem na pequena vila eles dirigiram-se para o centro do local e começaram a disputa que durou cerca de três horas, e ao final os cidadãos locais apontaram Tirombar como o vencedor, quando Ludvak ouviu que havia perdido ele jurou que seria uma pedra nas sandálias de Tirombar.

Alguns anos se passaram e o grupo se separou após a realização de uma certa missão para um certo nobre que ao final o presenteou com uma harpa mágica que fazia com que ele tocasse de uma maneira incrível. Após a separação Tirombar decidiu seguir para a capital de Cuhd Zadbhar e enquanto seguia começou a escrever: Gauche a vida de um anão menestrel.

“Já fazia algumas horas que eu caminhava pelo meio de um pântano, estava com lama até a cintura, uma lama marrom esverdeada malcheirosa, e a cada passo que dava maiores e mais tortuosa ficavam a medonha e triste vegetação quando fui surpreendido por um bando de seres com o corpo coberto de lama com feições de verdadeiros monstros, olhos disformes pelos por toda parte do corpo, tais criaturas vieram em minha direção com um propósito que segundo minha intuição no momento era de me devora., antes que pude pegar minha adaga sentir algo acertando minha cabeça e minhas vistas e equilíbrio desapareceram.

Não sei quanto tempo se passou desde a pancada e o momento em que acordei amarrado em um tronco, estava aterrorizado ao presenciar o sinistro ritual que tais bestas estavam realizando ao redor de mim e de um objeto negro.Neste momento falei:

----Tirombar você se meteu em uma enrascada só um milagre pra te salvar agora.

Mas para minha sorte esse milagre aconteceu, um grupo de aventureiros estava a nossa espreita e atacou o bando realizando um verdadeiro massacre de tais criaturas e do grupo de aventureiros, quando fui liberto o que parecia ser o líder disse-me que eu era um anão de sorte, pois eles só me encontraram porque haviam se perdido. Após esse incidente segui para a vila mais próxima.

Chegando na vila de Tewilu fui abordo por uma criança cuja feição jamais esquecerei, segundo a garotinha ela acabara de fugir do esconderijo de um louco que havia seqüestrado ela e seus pais e os matou, esquartejou e cozinhou seus pedaços em sua frente. Ao escutar estas tristes palavras jurei a garota, cujo nome é Eliza, que enquanto ela me acompanhasse nada de mal aconteceria a ela e que o monstro que realizou tais atrocidades seria punido severamente. Quando cheguei a vila eu a levei para uma pequena estalagem com um nome muito acolhedor “Vale da Tranqüilidade” onde combinei com a dona do local para que ela cuidasse de Eliza durante o tempo em que eu estaria fora à procura do assassino de seus pais.

Quando cheguei na entrada de Tewilu fui surpreendido por Ludvak que me desafiou para um jogo de xadrez onde quase perdi devido a preocupação em cumprir minha promessa. Depois de vence-lo partir para um vale próximo onde os moradores me disseram que ele havia se escondido. Passaram-se três horas até que o encontrei no momento em que preparava para cometer outro assassinato, porem antes que ele fizesse tal coisa comecei a tocar uma melodia com minha harpa mágica e o louco começou a acalmar ate que caiu em um sono profundo situação que me foi bastante útil, pois assim eu o amarrei com facilidade e pude leva-lo sem muitos problemas para a vila onde ele foi condenado.

Quando cheguei na estalagem, encontrei Eliza e a dona que me esperava para receber o combinado, após pagar o combinado peguei os poucos pertences que os moradores deram para Eliza e coloquei em uma mochila que ganhei de um camponês e no dia seguinte quando íamos partir para Minan a capital de Cuhd Zadbhar um jovem elfo que havia se instalado na vila veio a mim para pedir que eu lhe forja-se um cajado em ouro maciço, aceitei seu pedido porem enquanto realizava tal trabalho me lembrava de meu pai e todos os habitantes de Coridom que haviam me banido.

Dois meses se passaram até que finalmente terminei o cajado, nesse período Eliza dedicou-se a arte de tocar harpa e citra, ao ver tamanha dedicação eu a presenteei com uma harpa e uma citra feitos da melhor maneira e cordas que pude encontra.

Quando sair de Tewilu tinha a certeza que nunca mais estaria só pois aquela garotinha de olhos profundos, cabelos ruivos e trançados e sorriso caloroso havia se tornado minha protegida, minha pupila e acima de tudo minha filha”...

Felipe David Tatu
Enviado por Felipe David Tatu em 08/11/2006
Código do texto: T285677