O Feiticeiro e o Dragão de Prata – Parte 4

Depois de duas horas de viagem chegaram a uma montanha, de onde dava pra ver a aldeia de Matsmal. Mas o quê viram os deixaram desapontados. A aldeia completamente destruída, com vários corpos espalhados pelo chão e boiando sobre o lago que fica à esquerda da vila. Uma cena horrível, sem nenhuma alma viva, e, principalmente, sem nenhum dragão. Após 10 minutos, de silencio e observação, Willians gritou ao mago, que ainda se encontrava sentado no ombro da estatua:

— Vamos procurar mais adiante, é evidente que ele não está mais aqui.

— Não. — respondeu Morpheus, que estava muito concentrado — Ele ainda está aqui sim. Eu posso senti-lo.

Ele terminou essa frase olhando para o lago. No mesmo instante as águas de lá começaram a se agitar, foram formando-se ondas pequenas que iam aumentando de tamanho. Imediatamente o feiticeiro gritou para os cavaleiros:

— Saiam daqui! Rápido, fujam! Vão para o lugar mais longe que puderem.

— Não. — gritou Zalish de volta — Juramos ao rei que iriamos ajudar-te à derrotar a fera.

— O único jeito de vocês mi ajudarem é não atrapalhando, seus idiotas…

Nesse momento o monstro saiu das aguas e começou a voar por cima do lago. A fera era horrível e ao mesmo tempo fantástica. Da cabeça até a ponta da cauda media mais de dez metros, nas patas, grandes e musculosas, tinha garras imensas capazes de carregar um boi com facilidade. Na mandíbula inferior tinha três fileiras de dentes capazes de destroçar um rinoceronte. Mas o mais impressionante do dragão era sua pele, suas escamas pareciam chapas de prata, o que causava um lindo efeito na aparência do bicho.

A fera, quando percebeu a presença dos intrusos, investiu com tudo na direção do mago e dos cavaleiros. Quando o dragão olhou nos olhos de Morpheus, o mago pode ver o mal que dominava o animal, no mesmo instante ficou de pé, segurou-se firme e gritou para o gigante de pedra ao mesmo tempo que apontava para o dragão:

— Atacar!

Como se já esperando pela ordem, a estátua do grande rei Carlos correu em disparada com toda a velocidade que conseguia alcançar, fazendo com que todo o chão tremesse com o impacto de seus imensos pés com chão.

Quando os dois imensos oponentes estavam a poucos metros de distancia, o gigante de pedra, com Morpheus em seu ombro, preparou o punho direito para atingir a cara do monstro, mas no ultimo instante o dragão desviou para a esquerda da estatua e abocanhou o seu braço, despedaçando-o totalmente, e depois ganhou altitude, para atacar novamente.

Dessa vez o ataque foi com uma rajada de fogo. Mas, como se prevendo isto, Morpheus entendeu a mão em direção ao lago que passava ao lado, e, com um feitiço, fez a água se deslocar e formar uma parede liquida na frente da estatua para protegê-la das chamas.

A água serviu para o seu objetivo, porem não evitou o contra-ataque do dragão, que atravessou a parede d’água e atingiu em cheio no abdômen do gigante, jogando-o, com o impacto, dentro do lago.

Zalish e os outros cavaleiros viam, boquiabertos, a disputa. Quando estavam pensando que o mago tinha afundado nas profundezas do lago, junto com a estátua do Grande Rei Carlos, um deles gritou:

— Olha lá em cima! — E apontou para o dragão. Todos olharam imediatamente e lá o encontraram, Morpheus agarrado na nos chifres da cabeça do monstro, tentando se segurar para não cair.

O feiticeiro sacou a espada e tentou enfia-la na cabeça da fera, mas as escamas eram duras como diamante, impenetráveis. O dragão deu uma pirueta no ar fazendo com que Morpheus caísse, por sorte eles estavam sobrevoando o lago e o mago caiu sobre a água. O monstro voou sobre o lago procurando sua presa, como não conseguiu acha-lo, ele foi para a outra margem e pousou para descansar. Neste momento a estátua do rei saiu rapidamente da água e golpeou o a mandíbula do imenso animal que, surpreso com a situação, demorou em entender o que entendia. O gigante estava com os dois braços, sendo que o que ele tinha destruído tinha sido substituído por um de gelo.

Com a mesma velocidade que saiu do lago, o gigante de pedra, e agora também de gelo, correu para mais perto do dragão e agarrou-lhe o pescoço com os dois braços fortes. Quando tentou se defender com a cauda, percebeu que ela também estava presa por uma argola de pedra que vinha do chão e ao lado da argola estava Morpheus com uma olhar cético no rosto. Ele levantou a espada e disse:

— Agora sim chegou o seu fim dragão.

Como se motivado por esta frase, a fera deu um rugido colocando força para se soltar, a cauda conseguiu se desprender da argola que a segurava. A cauda passou rapidamente por cima de Morpheus, fazendo com que ele se esquivasse, mas a estatua não teve a mesma agilidade e sofreu drasticamente com o impacto, o que fez com que ela caísse aos pedaços.

O dragão olhou, mais uma vez, nos olhos do feiticeiro. Morpheus ficou um pouco assustado com a circunstância, mas a sensação piorou quando ele escutou uma voz repugnante que vinha de sua cabeça:

— Chegou o meu fim mago? — O bruxo esbugalhou os olhos, impressionado com esta revelação. — Eu acho que não! — E o monstro atacou-lhe ferozmente.

Continua…

Warverson
Enviado por Warverson em 05/01/2012
Reeditado em 15/09/2013
Código do texto: T3424712
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