Floresta Negra

Na idade medieval havia um enorme castelo, construído por ossos humanos, vítimas das guerras Européias, com torres maiores que as montanhas, representado por uma imagem de um enorme dragão, que significava o poder do rei Max, um homem forte, que mandava para a guilhotina, qualquer um que desrrespeitasse a sua majestade, porém o que ele mais temia aconteceu, seu filho, o príncipe Fênix, foi sequestrado por seres fantásticos da floresta negra, localizado ao lado do reino.Era um lugar sinistro e a escuridão transmitia uma sensação de vazio, cujas árvores eram imensas e as folhas eram escuras sem vida,como se estivessem mortas.
Nenhum homem se ofereceu para salvar o príncipe daquela floresta amaldiçoada e foi obrigado a entregar a mão de sua própria filha, a princesa Ester, ao cavaleiro que trouxesse seu filho em vida. Sentado no trono dourado, sem esperanças, entra o mensageiro aflito e disse que havia duas pessoas dispostas a enfrentar as criaturas misteriosas daquela selva e encontrar o paradeiro do príncipe Fênix. O rei ordena que entrasse esses guerreiros corajosos e se aborrece ao ver uma mulher e um simples anão de jardim, antes que pudesse dizer qualquer coisa, a jovem se manifesta:
-Eu sou a gladiadora Clã, e esse nanico é o meu parceiro Cutelo!
-Isso é inaceitável!-disse o rei alterando a sua voz.
-Se eu salvar o seu filho querido, eu não quero me casar com sua filha, afinal eu não sou lésbica, mas terá que se casar com meu parceiro!
O anão se aproxima da princesa assustada, e pegando suas mãos delicadas e brancas, lambe os seus dedos finos e trêmulos, dizendo que era um prazer conhecer uma moça tão linda como ela, os conselheiros do rei sugeriram que deixasse eles entrarem naquela floresta, pois afirmaram que nenhum homem foi capaz de sair vivo daquele lugar, convencido de que jamais iriam retornar ao reino, ele permite que ambos trouxessem o seu filho e daria a mão de sua filha em casamento ao anão.
A jovem gladiadora ao lado de seu fiel companheiro Cutelo, cavalgavam apressados com seus alazões brancos sobre a estrada de chão que dificultava a corrida dos cavalos, que adoecem repentinamente e são obrigados a deixarem os animais aos abutres da floresta, que se aproximam dos cadáveres fedorentos e iniciam um verdadeiro banquete sanguinário, onde as costelas e os olhos já tinham sido arrancados pelas incontáveis bicadas daquelas aves sinistras.Andando cautelosamente entre as trilhas da selva negra, onde as árvores eram secas e sem vida, abrigando somente corujas com olhos enormes e amarelos, algo se movia sobre os pés da gladiadora, sentindo folhas e espinhos machucando seu tornozelo, descobre que se tratava de plantas carnívoras, que estavam famintas por carne humana,indefesa ela pede por socorro, pois seus braços estavam presos e os espinhos sangravam sua pele, até Cutelo pegar da sua bolsa de couro de dragão, um bumerangue de ferro, cuja lâmina foi afiada por seu mestre e a lança em direção aos galhos compridos, cortando os gravetos sinistros que seguravam a jovem guerreira, que ao ser libertada daquela erva, agradece ao seu amigo por sua coragem em salvar a sua vida.
No entanto o príncipe Fênix era mantido como refém em um vale muito afastado do castelo e mesmo sabendo do perigo que estava correndo , reclama do ambiente úmido, que molhava suas roupas finas, costuradas por sua falecida mãe, onde teve sua cabeça decepada na guilhotina, mandada por seu próprio marido. Clã e seu amigo caminhavam entre as árvores imensas e assustadoras com galhos enormes, como se fossem agarrá-los a qualquer momento, essa sensação estranha de medo, é interrompida por uma imagem de um fantasma com o corpo coberto por um lençol preto e transmitia um som indescritível muito forte, e uma fraqueza toma conta do anão, que sente suas forças desaparecendo misteriosamente, até o espírito negro sumir diante de seus olhos, sem saber qual era a intenção de sua inesperada presença.
O príncipe Fênix aproveita a distração dos fantasmas e foge do vale maldito, caminhando apressadamente sem rumo, entre as folhagens secas e um sentimento de pavor invade sua alma obscura, lembrando-se somente do carinho de seus pais e da inveja de sua irmã, sorriu ironicamente de sua família e sua lembrança é interrompida por um impacto muito forte na cabeça, ao se levantar lentamente com uma certa tontura, avista á sua frente uma criatura enorme, com grandes asas de morcegos e dentes de vampiro, com um corpo másculo bem definido, despertando a atenção do príncipe, que imediatamente pede por socorro, mas é impedido pela força do Gárgula, decidindo explicar a situação drástica:
-Essa floresta sempre foi escura e sinistra, mas com o surgimento da Legião Dark, essa selva mudou completamente, os animais se transformaram em seres aterrorizantes...
-Mas o que essa legião quer afinal?!
-Dominar a floresta negra e talvez o castelo do seu pai!
-Droga!
Clã e o anão caminhavam tranquilamente sobre a terra seca da floresta e de repente uma enorme cratera se forma no chão, angolindo os jovens guerreiros, onde Cutelo tem seu braço ferido por um galho, mas logo é enfaixado por sua parceira de aventuras.
O coração bateu mais forte ao descobrir que estavam cercados por serpentes imensas, salivando intensamente, focando o olhar sobre as presas fáceis, encontradas em seu território natural, encuralados pelas cobras venenosas, a gladiadora encontra ao seu lado um tocha suja de terra e carvão, e acende as chamas do fogo, afastando os monstros do local, entretanto aparece a criatura com asas de morcegos e garras de dragão, assustando o anão, que imediatamente lança o bumerangue de ferro em sua direção, que inexplicavelmente é segurado pelo Gárgula, e com o sangue escorrendo de suas mãos, disse:
-Vocês precisam confiar em mim!
-Nunca, sua criatura monstruosa!- disse Cutelo
As serpentes foram atraídas pelo seu sangue, e rastejando-se nas folhas secas das árvores, aproximam da criatura, que se sente envolvido por algo oleoso, porém sufocante e apertava os seus resistentes ossos, com o propósito de estrangular o seu corpo, morrendo asfixiado lentamente. Sentindo-se na obrigação de salvar a sua vida, Clã não pensa duas vezes antes de pegar a sua espada de aço de suas costas e saltando em cima desses vermes, mata todos com muita fúria, rasgando as peles dos répteis, sujando a lâmina de sua espada com o sangue rastejante.
Enfraquecido com o ataque das cobras, disse exaustivamente:
-Obrigado...você salvou a minha vida!
-Não precisa agradecer, quem é você?
-Gárgula...eu moro nessa floresta há milhares de anos, até a chegada da legião Dark- disse ele explicando toda a história, até saírem juntos, esquecendo-se do anão, no interior da cratera.
O príncipe Fênix corria desesperadamente entre os sons aterrorizantes que a selva transmitia ao seu espírito pertubado, avistando á sua frente a cratera imensa, e observando o fundo do buraco negro, encontra a imagem de um pequeno anão barbudo com uma bolsa de couro ao seu lado e com cara de poucos amigos, pelo fato de terem o esquecido no buraco, mas irritou-se ainda mais quando ouviu aquele homem enfeitado de jóias gritando:
-Meu Deus, um anão!
-Me tire daqui seu idiota!
Conversaram por algum tempo, mencionando o nome daquela criatura, onde Fênix dizia sentir arrepios quando estava próximo á ele, entediando o pobre Cutelo, que nunca pensou achar o filho do rei um banana.
Gárgula e Clã caminhavam á procura do príncipe, até descobrirem que ele havia desaparecido do lugar marcado e ele falou com um ar de preocupação:
-Ele desapareceu, precisamos encontrá-lo antes da Legião!
Cutelo encontra o vale das sombras ao lado de seu novo amigo, mas se assustam ao ver os fantasmas escuros, escoltando um outro ser, totalmente diferente dos outros, cobertos de resistentes armaduras negras e seu capacete com chifres enormes, mas não conseguia captar o rosto dele, se é que existia algum sinal de vida no interior daquele corpo destruídor.
O suor escorrendo de suas mãos, encostam sobre o ombro do anão, e disse com uma voz trêmula:
-Quem é aquele?!
-Eu é que pergunto, você está aqui, há mais tempo do que eu!
Inesperadamente eles sentem suas almas congelando intensamente, invadindo o seu espírito com as sombras das trevas e sentindo suas forças desaparecendo novamente, Cutelo avista ao seu lado, dois fantasmas cobertos com um manto negro, flutuando sobre o gramado úmido de suor humano, usando sua voz fraca, avisa o príncipe para ir embora o mais depressa possível daquele vale, emocionando o sensível Fênix, que antes de sair sem rumo pela floresta, beija os lábios do pequeno soldado que retribui o gesto com um sorriso amarelo, e no mesmo instante ele é levado ao senhor das sombras, que o faz ajoelhar diante dele, ameaçando com sua espada das trevas, enfurecido com a ausência do príncipe, disse severamente:
-Onde está o príncipe Fênix?!
-Eu não sei, e mesmo se soubesse não iria dizer a você!
-Aquele reino será meu, ou eu não me chamo Ciborg- o senhor das sombras!
Iniciou uma enorme tempestade com relâmpagos brilhantes e trovões explosivos, capazes de prejudicar a audição de qualquer criatura sobre a face da terra, preocupando o enorme gárgula que detesta tempestades surpresas sobre a floresta negra, pois seus pais sempre o ensinaram que isso era o sinal de que algo terrível estava prestes a acontecer, mesmo com um aperto no coração, resolve continuar seu caminho, por que temia que algo ruim prejudicasse seus amigos, até encontrarem a entrada do vale protegida por um Spartacus, uma espécie de polvo com gigantescos tentáculos, repletos de espinhos e vermes parasitas, mergulhado sob um profundo lago negro, somente com os seus olhos atentos sobre a superfície da água escura, assustando Clã e o príncipe, que o haviam achado sozinho atrás de uma rocha, e Gárgula avisa que entrassem o mais rápido possível, pois ele iria enfrenetar aquele monstro marinho. A criatura percebe a presença do Gárgula sobre a lagoa e lança seus tentáculos enormes sobre o seu corpo, que ao sentir seus ossos sendo estrangulados pela incrível força daquele Spartacus, disse que precisava muito mais do que isso se quisesse derrotá-lo, resistindo ao poderoso ataque forçado, escapando de seus braços invertebrados e partindo em sua direção furiosamente ao mesmo tempo.
Nesse momento tenso, Fênix ao lado da gladiadora caminham mais um pouco no interior do vale escuro, até avistarem Cutelo ajoelhado diante daquele ser poderoso e negro, coberto por armaduras pretas, segurando uma enorme espada mágica que o ameaçava de morte a todo instante, irritado por ainda não descobrir o paradeiro do príncipe, que ao ver seu amigo naquele estado de medo, invade o local dizendo:
-Eu estou aqui, não precisam mata-lo!
Sua atitude foi em vão, pois os fantasmas o prenderam na cela, ao lado de Clã, que fica inconformada com a situação e agride o príncipe. Cutelo se enfurece e desafia o grande Ciborg- O senhor das sombras, com seu pequeno bumerangue de ferro, comovendo o mestre das trevas, que imediatamente usa a magia-negra de sua espada para absorver as suas armas, ficando completamente indefeso diante daquele senhor sinistro, determinado a acabar com sua vida em um piscar de olhos, porém as resistentes grades de ferro é cortada pela lâmina afiada da guerreira Clã, que inesperadamente corre até o local do vale e ao observar seu fiel parceiro prestes a morrer por um golpe de espada maligna, seu sangue circulou mais rápido nas suas veias, acelerando os batimentos do coração corajoso, até soltar um grito de um espírito guerreiro, rasgando a armadura de Ciborg com sua espada experiente em derramar sangue humano, inexplicavelmente a abertura da sua armadura provocada pelo ataque surpresa se reconstitui misteriosamente, como se nada tivesse acontecido com ele, assustando a jovem que não acredita no que viu e foi lançada na parede do vale violentamente, sofrendo um pequeno corte na testa. Emocionado, Cutelo deixa uma lágrima escorrer do seu rosto suado, com a esperança de morrer da pior maneira possível por aquelas sombras negras cobertas por um lençol escuro, escondendo o seu rosto diabólico, flutuando sobre a terra e se aproximavam do anão indefeso, com a intenção de roubar a sua alma, esfriando o seu espírito sofrido de batalhas intermináveis, até um raio brilhante e poderoso despencar do céu escuro, destruindo o vale das sombras instantaneamente.
Ciborg abriu os olhos e observa a floresta negra com árvores queimadas e troncos em chamas de fogo infernal, apavorado ele descobre que sua preciosa Legião Dark tinha desaparecido para sempre, aumentando ainda mais o seu ódio contra o rei, que ao ver Fênix caído sobre uma pedra rochosa, se apodera de sua espada mágica e se aproxima do príncipe furiosamente, determinado a matar a sua majestade, com um golpe de lâmina sobre o tórax daquele homem, encravando a arma no seu coração forte, morrendo sobre uma agonia indescritível, mas é impedido pela força do grande Gárgula, que o derruba violentamente sobre as folhas secas das árvores escuras, o senhor das sombras estava enfraquecido, sentia a morte se aproximando de sua alma, e usa suas últimas forças para dizer:
-Você foi o último que me enfrentou...
Ao dizer essas palavras, encrava sua espada no peito da criatura, onde atravessou o seu coração nas profundezas de sua alma, fazendo com que Ciborg desaparecesse da floresta negra para sempre. Morrendo silenciosamente nos braços da gladiadora pede para que não lamentassem a sua morte, por que o seu maior desejo foi realizado, a paz reinaria sobre a floresta negra e isso era um motivo de alegria e não de tristeza, foram sua últimas palavras antes de fechar os olhos para a vida eterna.
Retornaram ao castelo, trazendo consigo, o príncipe Fênix, que estava exausto pela aventura fantástica que teve com seus novos amigos, assustando o rei Max e os conselheiros, pois nunca puderam imaginar que uma mulher e um anão de jardim eram capazes de trazer o seu filho em carne e osso, como promessa é dívida, o rei fica de pé ao lado de sua filha, a linda princesa Ester de olhos azuis, e disse:
-Eu entrego minha filha ao pequeno Cutelo!
-Eu não quero - disse o anão barbudo.
Surpresos com sua resposta , inclusive sua parceira Clã, ele pega uma cadeira de madeira, próximo ao príncipe e o beija apaixonadamente, deprimindo o rei, que senta-se no trono desanimado, sem esperanças novamente e Clã disse:
-Olhe o lado bom senhor, seu filho encontrou sua alma gêmea!
O rei Max olhou para o casal excêntrico e disse:
-Onde foi que eu errei?!
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 27/01/2007
Reeditado em 27/09/2016
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