SÉRIE SELENA A FEITICEIRA (1ª TEMPORADA) CAPÍTULO 2

Aulas práticas de como usar o talismã e de com quebrar vaso Ming de meu pai.

Vovó nos acompanhara no almoço: suco de laranja, arroz, salada e bife grelhado. Logo após de encher meu tanque vou à biblioteca. Vovó demorou a vir. Eu estava morta de ansiedade!

***

Depois de mais de meia hora, Dona Dulce aparece. Disse-me que o segredo da magreza era a boa mastigação. Ela ainda:

-- Querida você comeu muito rápido, parecia uma sapa gulosa!!—nessa parte começa a gargalhar. NÃO, NÃO ouvi isso. Ela me chamou de sapa!Estou mais para bicho pau do que sapo.

Entre irritada e curiosa pergunto:

--Querida vovó, quando começaremos o treinamento?

--Começaremos o básico hoje... —diz olhando o relógio. Logo engatei uma pergunta:

--Algum compromisso... ? Se a senhora não puder... Deixemos pra outro dia...

-- Bom, é que terei de voltar logo, logo. É que receberei a visita de umas amigas...

E sem perca de tempo interrogo:

-- Bruxas?

-- É... É... São bruxas. —gagueja a resposta. – Agora chega de perguntas e vamos realmente ao que nos interessa. Passarei um exercício pra você de canalização de energia. Você irá treiná-lo durante esta semana. Vou demonstrar e depois direi como fazer...

Dulce ao dizer isso retira debaixo do seu vestido o colar. Um colar que diferentemente do meu era uma lua. Uma lua prateada e reluzente.

-- O Vó por que o seu colar é...

-- Algum dia lhe explicarei!—disse me atalhando, -Concentre-se no agora!

Ela palmilhou a biblioteca toda, em busca de algo que eu não sabia o que era. Olhava as estantes forradas de livros, para escrivaninhas e etecetera. Quando estava começando a ficar tonta de tanto vê-la vir e ir, eis, que de repente ela estaca. Segurava, em mãos, um vaso branco bordejado de flores azuis. E me pergunta:

-- O objeto que usarei será este aqui ô... O vaso Ming de seu pai...

-- Não! Vó esse vaso não! Se papai descobre que algo aconteceu a esse vaso ele cairá em cima de mim!

--Não se preocupe neta querida... Tudo ocorrerá da melhor maneira--falou a mim com voz pacificadora de uma monja. E o que ela queria dizer da melhor maneira?Alôôô! Aquele vaso custara milhares de dólares!Se ele espatifar-se no chão fico um bom tempo sem usar meu cartão de crédito.

--Não se preocupe... Relaxa... Harmonize seus chacras...—lá, vem ela com aquele papo de harmonizar os chacras. Por fim, deixei-me por vencer:

-- Tá, mas não me responsabilizo por nada...

E sorrindo-me diz:

-- Vai dar tudo certo.

Dona Dulce põe o finíssimo jarro em cima da grande escrivaninha. Distancia-se. Segura o amuleto com as duas mãos. Tinhas os dois olhos plenamente cerrados. Estava concentradíssima. O amuleto lunar subitamente começou a brilhar fortemente. Irradiava uma luz prateada. Parecia um pedaço de estrela.

E numa voz tensa Dona Dulce diz:

--Olhe imediatamente pro vaso!!

Olho. O vaso levantava-se aos poucos da mesa. Girava entorno de si. Subia em direção ao teto da biblioteca. Levitava num ritmo pausado, lento. Nessa hora vi que vovó mantinha-se de olhos abertíssimos. No entanto não os fechava, pois era como se estivessem congelados, estáticos.

Após o vaso retornar são e salvo, ela me fala:

-- Agora é a sua vez de tentar.

Fico paralisada.

***

Como disse, fico totalmente paralisada. Por quê? Dãããrr!Porque eu não sabia o que fazer!É tipo quando você vai ficar com um menino pela primeira vez, sabe?

-- Vamos logo querida... Não tenho o dia todo!!—diz d.Dulce toda impaciente.

-- O que tenho que fazer?—ela me olha como se quisesse dizer: Como o quê tem que fazer querida?

--É simples... —fala. Talvez pra ela o fosse mesmo, pois estava nesse ramo mais tempo do que eu —é só concentrar a sua energia na pedra e pensar no quer fazer...Esse exercício é o básico do básico. Se conseguir fazer levitar o vaso, você poderá passar ao segundo estágio!

Há!Simples. Básico do básico!Se isso fosse o básico imaginasse o difícil. Ela estava me encarando com aqueles olhos azuis perscrutadores. Não tinha saída.

--Tá. Vou tentar.

-- Você só tem que se concentrar no objeto. E logo em seguida querer que este levite.

Foi pra o meio da biblioteca vovó, me observava. Estava a um metro de distancia do vaso Ming de papai. Inspiro e expiro. Pego do meu colar com as duas mãos. Estava frio. Formo ao redor dele uma verdadeira concha de carne e osso. Olho o objeto em cima da escrivaninha.

Fecho os olhos. Pronto. Agora tinha de focar no objeto. Tudo era escuridão. Não ouvia, não via, não sentia completamente nada. Tenho de me concentrar. Foco Selena!! Fo-co!!

Tá, tá. Já sei!O vaso. Vaso, vaso, vaso... Como ele era? Não consigo me lembrar!Deu-me um branco. Vamos, vamos você consegue!! Lembre-se! Droga!!Não consigo, não consigo, não consigoooooo....

Ah!Agora sim, o vejo. Era branco com flores pintadas. Já tenho formada a imagem do vaso, preciso fazê-lo levitar.

Como era mesmo que d.Dulce dissera? Faça-o subir usando a sua imaginação. Use-a, use-a... Ai, não é tão fácil... Pronto lá vai.

Mexe-se. Move-se alguns milímetros da escrivaninha. Bom, era um bom começo já.

Sentia que o amuleto começa esquentar. Parecia estar começando a criar vida. Imitia um calor brando e agradável. Minhas mãos aos poucos iam absorvendo aquele calor gostoso. A imagem do vaso não deixava minha mente. Estava nela fixada como a mosca que cai na cama duma aranha.

A tepidez do amuleto ia-se dissolvendo em minha pele. Agora se espalhava por toda minha rede de músculos. Percorria a corrente sanguínea. Corria o mesmo correr alucinado do riacho que quer desesperadamente encontrar o oceano. Oceano. Por fim chocava-se nos meus ossos. Ossos que lhe serviam de baía. Por fim, meu corpo inteiro estava embalado naquela energia acolhedora.

Sentia-me poderosíssima. Podia tudo agora. E de repente sinto que aquela energia vai esvaindo-se de meu corpo. Por quê? Não vá, não vá! O vaso começou a suspender-se. Centímetro por centímetro ele fora decolando a direção do teto da biblioteca.

Ergo minhas pálpebras pra ver não estou sonhando. Não, não estava! E numa alegria esfuziante grito:

-- UHHUUUUUUU!!!! CONSEGUI EU SOU DEMAISSS!!!

CRÁÁÁSSSSS!!!!

O vaso espatifa-se no chão. Merda! Esqueci de estacioná-lo de volta! Papai iria me matar! Olho pra d. Dulce como se ela fosse a culpada de eu ter deixado o vaso cair.

-- Não se preocupe querida... Até que você foi bem... Darei um jeito.

O calor que sentia cessara. A pedra voltara a sua frialdade de antes. Guardo-a entre meus seios. E vou atrás de minha avó que estava agachada perto dos cacos quais outrora formara um vaso Ming autêntico.

E pergunto entre nervosa e ansiosa:

--Têm como consertar?

Faz uma pausa dramática e responde:

-- Sim. Tem.

E pega seu colar fecha os olhos. De repente, os cacos subiram ao ar e ficaram lá a dançar. Após, a rodar em torno de si até formar um turbilhão. E com isso o vaso fora sendo remontado, retornando ao que era. Jazia tinindo sob a madeira da escrivaninha.

-- Pronto... Aí está... Novo em folha... —disse-me vovó. Abraço-a e começo a beijá-la em suas bochechas pouco enrugadas.

-- Está bem, chega... Para... Tá bom... Agora escute— paro de beijá-la. —Você continuará executando este feitiço até a exaustão. E sem que ninguém veja. Agora tenho que ir, estou atrasadíssima para o encontro...

Aceno afirmamente com a cabeça. Treinaria todos os dias até executá-lo corretamente.

-- Brigada...

-- Por nada. Virei vista-la somente na semana que vem...

-- Mas por quê...?

-- Tchau querida.–fecha os olhos novamente e diz: - Avenida das Cerejeiras n°513.

E desparece no espaço.

CONTINUA....

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Raffael Petter
Enviado por Raffael Petter em 07/11/2012
Reeditado em 07/11/2012
Código do texto: T3973943
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