(DOR DE DENTES)

                A clinica dentária amanheceu lotada, por pacientes reclamando de dor de dentes, O doutor Gustavo e sua esposa Clarice ao se inteirarem das queixas, fizeram uma pequena palestra para explicar os motivos de quase todos os passageiros estarem passando pelo mesmo problema, Gustavo pediu a sua linda esposa de dezessete aninhos “brincadeira heim doutor, dezessete, ai, ai, ai?” Ela com graciosidade, mas de maneira firme usando um comunicador disse: pessoal o que está acontecendo não é motivo para alarme, devido à falta de gravidade da lua todos os órgãos do corpo humano flutuam e ficam numa posição mais elevada dentro do corpo e o corpo todo cresce, até dez centímetros a cada ano. Claro que ficamos pouco tempo, para atingir uma faixa visível aos olhos, mas no caso dos dentes eles flutuaram de um a dois milímetros durante o tempo de espera na Lua., com isto os dentes estão forçando os nervos e provocando a dor, claro que dentro de algum tempo em Marte isto voltará ao normal, mas como a gravidade ainda é menor que a terra, a dor continuará e ninguém merece passar dor não é? Poderão entrar de dois a dois no consultório que atenderemos todos que estão aqui e se encontrarem depois algum colega sentindo dores, expliquem, por favor, e digam para virem à clinica, obrigado.
 
            Os pacientes alguns com medo do tratamento entraram meio desconfiados na sala e em vez de se sentarem na cadeira reclinada, pavor de quem tem dente doendo, sentaram numa confortável cadeira estofada, mas comum. Os doutores apenas pediam para que abrissem a boca, e colocava  uma espécie de esponja dupla que logo ao ser introduzido na cavidade bucal, se ajustava como se fizesse parte da boca, após isto o medico acionava um aparelho que tinha na mão e uma luz iluminava a boca como um piscar de uma lâmpada e pronto, os dentes se retraiam e voltava a posição original cessando de imediato a dor, após, o paciente era liberado com instruções para caso sentirem novamente o incomodo retornassem. Anna que passara a vida lidando com as brocas e moldes de próteses. Ficou admirada e fez questão de examinar de pertinho as maravilhas que via no ambulatório, a doutora Clarice ia explicando a utilidade de cada aparelho e ela descobriu rindo do espanto da colega a cada aparelho mostrado, descobriu que não se usava mais nem implantes dentários, um aparelho diferente, mas parecido ao que eles usaram naquele caso, era colocado na boca do paciente e num processo de restauração, rejuvenescia o dente fazendo-o voltara a ser sadio e melhor do que quando formado, Anna perguntou se na terra já usavam estes aparelhos em algum lugar, já que ela não tinha conhecimento. O doutor Gustavo foi quem explicou, Clarice foi atender o último paciente que entrou com cara de dor e na maior gozação, quem era? O Joey, garoto sempre a fim de brincar, tinha amarrado uma tira de pano na cabeça segurando o queixo e colocado uma bola na face para dizer que estava inchado, foi um gargalhada geral e fechou o atendimento.
 
            Anna ficou ainda ouvindo a explicação de Gustavo: -- Anna: ainda não está liberado para atendimento à população, em breve vai estar só que o governo agora comandado por pessoas sérias, não quer que empresas particulares, venham a tomar conta desta tecnologia, ela vai funcionar como estatal e será aplicada gratuitamente ao povo, Ana riu e respondeu: -- você disse o governo de hoje é feito por pessoas sérias? Sim, Anna nós estamos vivendo o ano de dois mil e cento e treze, se esqueceu? - Não me esqueci doutor... Apenas deixei de pensar que estamos vivendo uma fantasia. Mas não pode se esquecer menina você só tem dezessete anos, esquecer das coisas é para quem está igual ao nosso contista, dobrando o cabo da boa esperança. Riu e eu, “o contista pensei”... E o sacana do doutor diz que é meu amigo, imagine se não fosse. Engraçado que o instinto materno sempre fala mais alto, as mulheres ficam interessadas e no caso Anna que nem sabia ainda se ia querer ter filhos, estava de olho na barriguinha da Clarice, certamente pensando: se ele tiver um filho eu me ofereço de vovó, claro que ela vai aceitar, não é todo bebê que pode ter uma avó de dezessete anos, riu e guardou seus pensamentos para si. Deixaram o consultório e foram os três até o local onde Anna tinha escolhido morar, ficaram amigas mesmo, “o trio”.
 
(Último adendo.)
 
            Peço à compreensão de todos pelo que vou dizer, devido a algumas reclamações de ordem técnica e também de nem todos terem tempo para participar das brincadeiras, vou desfazer um erro que cometi para não incorrer em outro, vou retirar o painel numero três e peço desculpas a quem teve tempo de deixar lá um bilhetinho, e vamos também parar de fazer casais e arranjar casamentos, o pessoal, quarenta poetas e poetisas que estão participando, alguns que preferiu não se identificar desde o inicio e outros que já estão até noivos ou destinados a morarem juntos, não serão mais citados, vamos apenas dizer que os casais estão juntos, trabalhando e refazendo Marte, cada um à exemplo dos que já o fizeram poderão se quiserem fazer sua própria história, escolher ser “a” ou “o” imaginário, exemplo: eu sou a fulana me casei com o fulano e cria um nome fictício fazendo um conto, poema ou trova, no final se me permitirem eu vou pegar estes contos de cada um, comentários e poemas  ou ainda tudo o que for dito a respeito da viagem e colocar no último capitulo, assim acho que fica melhor e deixamos este lance de sobrecarregar às pessoas para participar de algo que não desejam ou não tem tempo. Obrigado amigos, acho que a colonização de Marte assim vai ficar mais rápida.
 
 

 
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 10/04/2013
Reeditado em 11/04/2013
Código do texto: T4233478
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