Á CADA, UMA MISSÃO

A CADA, UMA MISSÃO

Quando da minha infância, meu pai possuía uma vacaria. Um idoso ex-ferroviário, viúvo, sem filhos e se dizendo sem condições financeiras, pediu à papai, para morar numa dependência desocupada, existente no fundo do estábulo. Meu pai, mesmo relutante, mas gente interiorana, não possuía sentimentos negativos e, caridoso, cedeu .

O nome do senhor era Zelu. Logo, ele demonstrou ser uma boa criatura, procurando, de uma maneira ou de outra, compensar o apoio que recebera. Naquela época, à noite, como não havia os perigos atuais, as famílias costumavam sentar nas calçadas para palestrar e principalmente, como alegava meu avô, passar a tesoura da vida dos outros. Como era natural, a meninada de casa e da vizinhança se aglomerava para brincar, evento propicio a arengas. Foi daquela circunstancia que o Zelu prestou seu melhor serviço. Como exímio contador de histórias, reunia a criançada em seu redor e os deliciava com historias, que na época eram designadas como de Carochinha, algumas até pungentes. Nesses ambientes, o que não falta é apelidos. Ente os meninos, havia um garoto do tipo anão, apelidado de Cebite, nome de uma pequena ave. Claro, ele ficava fulo de vida, mormente porque a citada ave tem o hábito de a toda hora fazer cocô, daí, se deduz... a extensão. .

Ao compor uma poesia sobre o beija-flor, veio-me à memória, uma das histórias do Zelu sobre o Beija-flor que ele designava avevita colibri. Com a adaptação atualizada era mais ou menos assim:

- À todas criaturas do mundo, Deus, ao permitir nascer, para evitar que elas ficassem na ociosidade, o caminho do mal, obrigou-as cumprir uma boa missão. Mas, sendo o exemplo de justiça, achou que elas deveriam gozar do livre-arbítrio por considerar que a liberdade fundamental às criaturas. A missão do colibri, também conhecido por beija-flor, foi de Distribuidor de Pólen extraído do néctar da ROSA, portadora do AMOR. Deus escolheu sua menor ave para a missão, justamente porque queria demonstrar que tamanho não é documento e também dar provas de humildade. O colibri, destituído de fé, alegou que lhe era impossível cumprir a missão, dentro do tempo estabelecido porque era muito frágil e pequenina.

- Deus, colocou a mão sobre a cabecinha dele e disse-lhe: Aquele que crer em mim nada lhe é impossível porque eu, ao doar vidas o fiz transmitindo à todos o Halo Divino. Você, pequenino ser, é uma das minhas mais belas criações. Sua plumagem variará de cores na medida que você for cumprindo a missão. Deu-lhe um dicionário com os nomes e caráter das flores e, ordenou: Vá em frente!

- Timidamente, o colibri, ao alçar vôo, verificou que seu coração estava com mil batimentos, sem cansá-lo, e suas asas ganhara uma velocidade incrível. Ao deparar com a primeira flor, batizou-a de Prímula (juventude).

- Ele pensou, preciso gozar de juventude para enfrentar tanto trabalho. Logo adiante ele encontrou outro espécime e como ela parecia um capucho, ele batizou-a de Capuchinha (patriotismo). Precisaria além de juventude, amor próprio. Ora, disse para si, como minha cabecinha anda cheia de pensamentos, na próxima vou batizar de Amor-perfeito (pensamento). Porém, estava com a idéia negativa de Alfazema (desconfiança). Nessa altura, seu ego começou a se transformar. Avistou então uma, com aparência imponente. Batizou-a de Amarílis (orgulho) e ela estava acompanhada de um casal de colegas. Ele aproveitou a deixa e batizou-os de: Narciso (vaidade) e Camélia (beleza perfeita). Animado pela missão, avistou uma que parecia sonhar. Alegre, pespegou-lhe o nome de Crisântemo (apaixonado). Ora, ora, quem está apaixonado só pode ser Madressilva (meiguice) ou Margarida (inocência). Paixão, significa Tulipa (declaração de amor) e quem ama não ver defeito, portanto vou colocar o nome desta de Orquídea (beleza). Observou então, que muitas das flores do jardim do Éden estavam se sentindo preteridas. Lembrou-se então que Deus havia lhe advertido que nem Ele próprio conseguira satisfazer a todos. Ali estavam os exemplos: O casal Jacinto (mágoa) e Gerânio (tristeza) com uma faixa preta de Tagete (luto), se juntando à Íris (mensagem), protestava.

- O colibri logo foi apelidado de beija-flor, por eles, porque beijava cada uma das apadrinhadas. Ele não gostou de ser atingido pelo Cravo (dor no coração). Recordou então, que recebera a água de batismo (néctar) da Rosa (amor), com o olor da Miosótis (amor verdadeiro) esquecera Anêmona (abandono), estava se portando como o Girassol (altivez). Nisso dá de frente com Dedaleira (falsidade) toda faceira, portando um Jasmim (graça e elegância). Ele, pejo de Peônia (vergonha), sentiu profunda dor consciência e ficou nervoso (daí se tremer e mexer a cabecinha, quando trabalha), e orou ao Pai para o perdoar. Então, inspirado pelo halo amoroso divino, colheu um Lírio (pureza), verificou se havia reserva do néctar do amor dado pela Rosa (amor). Só havia três doses. Daria para ele terminar a missão. Trêmulo, invocou a ajuda de Violeta (modéstia) e com o coração coberto por uma Ninféia (pureza de coração), conseguiu colocar Flox (harmonia) no jardim do Éden.

- Deus o perdoou, entrementes, como ele havia gastado todo o néctar que a Rosa (amor) lhe havia fornecido, ele não deveria se agastar com o apelido de beija-flor e, obrigatoriamente, oscular em 7 espécies de flor. Dela, retirar um pouco de pólen do néctar para novamente devolver o produto à Rosa, que iria sempre precisar de estoque. Eis porque, o colibri ou beija-flor, voa nervosamente pelos jardins, colhendo pólen, para fecundar óvulos de outras flores, dando aulas de ecologia e civilidade. Assim, vocês não devem pretender humilhar seu colega porque ele é anão. Cada um tem seu valor e missão a cumprir. Jesus, Filho de Deus, disse: De grão em grão, se constrói uma montanha (missão do colibri): Não julgueis para não serdes julgados (não julgue seu próximo) e Á cada qual de acordo com suas obras (Se recebe o quinhão de acordo com o que se fez espiritualmente pelo próximo).

Concluía desejando boa-noite e bons sonhos. senhores.

ATT. Por favor, faça critique para eu poder me aperfeiçoar. E-mail; envelofax@yahoo.com.br

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 04/04/2007
Reeditado em 26/04/2007
Código do texto: T438004