Alma da liberdade

Eu não me lembro muito bem do acontecimento, doutor. Lembro-me bem do que eu fazia quando o encontrei. Eu andava, andava, andava, seguindo as estrelas. Todas as que fugiam de mim. Até o momento de eu não saber quem era estrela quem era humano.

Mas eu não sei, doutor. Não pode ser maluquice minha. Eu trombei com ele na calçada. Eu vi! Até ralei o joelho, ó! Foi a coisa mais brilhante que eu já trombei. Era claro e escuro e puro e brilhante e sério e risonho.

Eu nem sabia onde começava a luz dele e onde terminava a minha. Éramos um, doutor. Um ser galáctico. Um...um...um...

A morte doutor, de vez em quando vira vida. E todas as instituições mortas que me rodeiam transformaram-se em segundo plano quando comparadas àquele ser espectral que sou eu e ele.

Não doutor, eu não preciso de remédio. Eu preciso apenas viver nesta grande incógnita sendo livre. Livre...livre...livre...

Julex
Enviado por Julex em 08/04/2007
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