Despertar de um Dragão

Trecho do meu livro "Despertar de um Dragão"

"... graças aos primeiros raios solares, meus olhos se abrem, ainda é cedo, nem o primeiro dos guardas de plantão da noite saiu de seu posto, levanto-me e sinto que meu corpo ainda referia ficar em cima daquela velha pele de carneiro, a noite foi mal dormida, fui quase consumido por pesadelos, tudo normal quando se batalha pela vida e é obrigado a ver cadáveres que até pouco sorriam para vezes e diziam com convictas palavras que a vitória é certa. Mas tenho que me levantar, pois meus gestos, ações e vontades serão tomados como padrão por mais de duas centenas de homens, muitos até pais de família que mesmo muito mais velhos e experientes do que eu, me olham como um pai, e até quem sabe como um rei.

Essa postura de rei que por muitas vezes me incomoda, não sou tanto, mas vezes não sou tão pouco, porém minha hierarquia subiu rápido tendo em vista que comandantes e majores acima de mim tiveram suas vidas arrancadas num único sopro de morte, assim sendo meu cansaço deve ser ignorado, devo esquecer das necessidades de meu corpo, caminho até a abertura da tenda, o Sol luta constantemente para subir até o alto céu, será um dia longo, e talvez muitos de meus homens não cheguem até o final deste dia, e talvez nem mesmo eu consiga ver a Lua apontar no horizonte, porém deixarei claro a todos eles que numa guerra a verdadeira vitória vem se almejarmos com unhas e dentes.

É hora de tocar a corneta do despertar, porém na batalha passada nosso corneteiro morreu bravamente tentando salvar a vida de nosso único médico, ainda está em minha mente a sua imagem, seu olhar longínquo no horizonte, e sua garganta atravessada por uma espada inimiga

Sua corneta estava no lugar de sempre, então fui até ela e comecei a tocar puxando forças inexistentes em meu peito, pois meu cansaço já gritava àquela hora da manhã, mas eu tinha que tocar, e tocar o mais alto que pudesse, os que acordavam se surpreendiam ao me ver assumindo o posto do corneteiro, muitos deviam pensar o que eu, o mais alto comandante estaria fazendo assumindo o posto de um soldado quase que insignificante em termos de hierarquia

Nos olhos deles eu percebia que um novo raio de esperança brilhava, viam em mim um novo líder, que trata seus homens como vencedores, e acima de tudo como irmãos

Naquela hora eu sentia que toda minha tropa estava pronta pra mais um dia de batalha, era hora de nos preparar para o desconhecido, subi com meu cavalo até o alto de um morro, e com a mão na espada desembainhado e a outra com a corneta entoei as seguintes palavras:

"Homens, hoje estamos diante da mais derradeira batalha, nosso destino é desconhecido, mas nosso objetivo é certo, A VITÓRIA!!! Muitos de nossos irmãos morreram tentando, mas estes estão agora nos campos Elíseos, juntos de seus antepassados, e agora nos olham vitoriosos, entendam homens, até na derrota há um gosto de vitória, se em algum momento eu tiver meu coração arrancado por uma espada inimiga, saiba que meu inimigo ao olhar em meus olhos verá a imagem da minha vitória, pois vou lutar até a morte, e na hora de minha morte vou olhar bem nos olhos do inimigo para que ele saiba que lutei até o fim com unhas e dentes, e além de mim haverão centenas de outros que farão a mesma coisa!!! No horizonte o Sol luta para nascer, e naquele mesmo horizonte se encontra a terra prometida, e é pra lá que irei, aquele que me acompanhar será recompensado pelos deuses, vamos a VITÓRIA!!!!"

espero um dia poder terminar este livro

InsanaMente
Enviado por InsanaMente em 14/04/2007
Código do texto: T449829