Fiurt, O Velho

Ali, no cume do Absinto, estava meditando o velho gnomo. Pensava muito e olhava a imensidão do horizonte, perdia-se nas horas sob um frescor da brisa que balançava sua barba embranquecida pelos anos de existência.

Deteve-se um pouco a olhar para a vila de Humsgrate, local onde vivia a anos. Pensou e relembrou de seus anos juvenis que corria da Vila até este monte, onde agora meditava. Como sua força era outra, afinal, quanta energia não tem uma criança saudável.

Riu sozinho, feito um bobo, disse: estou ficando velho demais, já estou chorando minha infância como que estivesse perdido algo. Fiurt, Fiurt, seu velho da classe dos pensadores de Radã. Até de pensar está se cansando, quanto mais correr.

Estendeu seus olhos e pôs a mão por cima dos olhos para sombrear e para dar condições de visualizar os rios entre os vales Porfin, rios serpentários que iam além de sua terra natal.

Olhou um pescador de barco mui pequeno, achou perigoso aquele ofício, como um pensador refletiu e sentiu a dor do navegante, então, desferiu no mundo mais uma sabedoria gnômica: A necessidade faz qualquer um ignorar os perigos e flutuar sobre um pequeno apoio, na esperança de alcançar coisas que vivificam o corpo.

Então, levantou-se com muito esforço e foi caminhando devagar com peso de seus 800 anos de existência, adentrou na sua caverna e descansou, até o tempo de ressurgir o qual era incerto como as chuvas de Tima.

(Inspirado em duas jovens escritoras que influenciaram esse texto)

José Lins Ferreira
Enviado por José Lins Ferreira em 15/01/2014
Reeditado em 17/01/2014
Código do texto: T4650406
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