Palhaços vivem para sempre!

Chegar ali, no tal do circo é caminhar para esquecer-se de si mesmo. Lá está ele de cara pintada, nariz vermelho, peruca colorida, roupa folgada, sapatos enormes, fazendo mágica sem ser mágico, a mágica de fazer tristes esquecerem suas tristezas na ilusão de um circo, a mágica de nos tornar crianças e fazer o riso mais puro brotar nas carinhas das crianças e dos velhos sofridos. Tudo isso me deixa com vontade de ser criança novamente. Às vezes queria morar no picadeiro e ri, rir muito, feito louco de seus contos e piadas mais bobas.

Lá está o palhaço, ele foi um dos que fez da alegria alheia seu ganha-pão e que digno ofício: o de fazer feliz outros. Debaixo de maquiagem forte esconde suas dores e se inventa palhaço.

Há uma beleza em ser o que tu és, não conquistou teu lugar no mundo por meio de beleza, inteligência superior, riqueza material, conquistaste teu posto na memória, na história, no coração das crianças velhas que passaram dos cinquenta anos por um meio mais puro chegaste aí: na memória, lá estás por meio de um constante lembrar de que somos eternas crianças e que só precisamos despertar para isso. Aí o sorriso bobo vai voltar, a ingenuidade vai dar o ar de sua graça, a liberdade de ser feliz estenderá sua mão e caminharemos em esperança e puros. Palhaço, chegaste ao picadeiro da vida e nos resgatou o riso. Por isso que palhaços vivem para sempre!

José Lins Ferreira
Enviado por José Lins Ferreira em 08/03/2014
Reeditado em 08/03/2014
Código do texto: T4719886
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