Matilha do Trovao - A Cascavel 2° Parte

2° Parte

Sob a noite de lua cheia, cinco humanos estavam ao redor de uma fogueira, olhando meditativamente para as labaredas do fogo. Eram eles jovens recém descobertos adultos. Estavam num mundo novo. Num mundo sem familia, sem tribo e sem nada.

Presa Dourada se levantou bruscamente. Aconchegou mais para si a pele de veado que fez como cobertor e disse:

- Darei uma volta.

O restante da matilha não deu atenção e voltaram-se para a meditação.

Ele caminhou por horas, sem destino algum, com o odor dos seus companheiros atrás de si. A mata o cercava, assim como os sons característicos. Sentou-se nos cascalhos a beira de um lago e olhou seu reflexo. Os cabelos desgrenhados e os olhos verdes e muito vivos. Lagrimas queriam brotar sem parar, mas fechou os olhos sem relaxar.

De uma forma mágica, as nuvens no céu começaram a se movimentar estranhamente. Elas se infiltravam uma na outra, formavam redemoinhos, se carregavam e fechavam o céu outrora estrelado. A lua tornou-se ameaçadora com o fechar das nuvens e assim, pouco a pouco, ela era escondida pelas nuvens cinza.

A tudo isso Presa Dourada viu no reflexo do céu na água. Olhou num misto de admiração e medo para o céu, pois Gaia parecia não estar muito feliz. Um estrondo como um trovão ribombou na sua mente.

- Presa Dourada!

Ele caiu para trás apavorado, se afastando do rio.

- Não temas, Presa Dourada. Sou eu.

“Eu?” tentou imaginar quem. Mas então reconheceu a voz: “Curva do Vento!?”

- Sim, sou eu aqui e agora, falando na sua mente. – uma luz forte o cegou, fazendo-o recostar-se numa árvore.

- Esqueça tudo o que vê e escuta-me. Vocês correm um grande perigo. O Armagedon virá. É preciso estar preparado para enfrentá-lo. Além dele, os Levians precisam ser destruídos. Mas ainda não estão prontos. Fujam para as montanhas do norte. Fujam para as montanhas de neve. Lá, aparecerei mais uma vez para você.

- Senhor Curva do Vento... Por que tudo isso? O que está havendo?

- Faça o que eu digo ou brevemente irão perecer. A matilha do trovão é a única que pode salvar esse planeta e as outras tribos da extinção.

O céu, em questão de segundos, voltou ao normal. Presa Dourada continuava cego, mas seus sentidos estavam mais aguçados. Estava mais sensível ao seu redor dez vezes mais. Ele correu de volta para o acampamento.

Chegando lá, todos perceberam que sua íris estava de um prata leitoso.

- O que aconteceu? – perguntou Nuvem Negra preocupada, já se levantando.

- Estou cego ante uma visão que vi no riacho.

- Que visão? – perguntou Fúria de Gaia se levantando também.

- Curva do Vento apareceu para mim dizendo que temos uma missão.

Pele de Prata olhou ceticamente para ele.

- Que missão seria essa? – ela perguntou.

- Algo acerca do Armagedon... Ele não me contou nenhum outro detalhe. Disse apenas que devemos seguir para o norte. Para as montanhas geladas do norte. Disse que somos uma matilha, a matilha do Trovão.

Pele de Prata se levantou decidida.

- Não devemos perder tempo então. – ela disse, virando-se para todos. Acreditava firmemente em Presa Dourada.

Todos concordaram com um aceno de cabeça. Fúria de Gaia colocou Brilho de Gaia nas costas, olharam mais uma vez para a lua, pensando em esperança e correram em direção ao norte.

davifmayer
Enviado por davifmayer em 10/05/2007
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