A Matilha do Trovão - A Cascavel 4° Parte
4° Parte
Incessantemente a matilha do trovão não parava de correr. Entre rios, morros, florestas e terrenos planos. Subitamente, com os seus sentidos ainda mais evoluídos, Presa Dourada parou e olhou ao redor, farejando algo no ar. Os outros pararam e olharam aturdidos para ele.
- O que houve? – perguntou Nuvem Negra.
- Sinto um cheiro horrível se aproximando incrivelmente rápido. Um cheiro de morte e putrefação.
Fúria de Gaia levantou o nariz, tentando sentir algo.
- Não sinto nada. – disse por fim.
- Meus sentidos ficaram mais desenvolvidos depois que fiquei cego. Por isso consigo me locomover com facilidade. Posso senti-lo a quilômetros de distancia, se aproximando gradativamente.
- Mas o que será? – perguntou Pele de Prata olhando para as arvores lá atrás.
- Estou com sono... – bocejou Brilho de Gaia agarrada ao pescoço de Fúria de Gaia. – quando vamos parar?
- Por enquanto, ainda não. – falou Fúria de Gaia, preocupado.
- Vamos continuar. – disse Presa Dourada com um pesar no coração.
- E quando vamos parar para descansar? – indagou Pele de Prata. – não vamos conseguir correr por muito tempo. Se tivermos que enfrentar essas criaturas que parecem estar nos perseguindo, espero enfrenta-las com um pouco de energia.
- Ela tem razão, Presa. – afirmou Fúria de Gaia, absorvido pelo pensamento de ter uma batalha cansado. – que ele nos enfrente com toda nossa energia.
- A não ser que tenhamos tempo de fugir. – Nuvem Negra olhou para Presa Dourada.
Ele girou em torno de si mesmo, fazendo cálculos mentais. Permaneceu em silencio por algum momento.
- Por volta do raiar do dia ele nos alcançaria. Não temos escolha.
- O que vamos fazer? – perguntou Nuvem Negra.
- Pela rapidez que se aproximam de nós, digo que são fortes. Vamos ter ao nosso lado ao menos o campo de batalha. – respondeu Pele de Prata, com simplicidade.
- Para mim é o suficiente. – rosnou Fúria de Gaia, louco por uma batalha.
- Então está certo. Mais adiante tem uma floresta de carvalhos e uma montanha mais ao fundo. Vamos encurralar seja lá o que for e estraçalha-lo. – falou Presa Dourada de punhos fechados.
As três feras se aproximavam rapidamente. Rastejavam seus corpos e deixavam um odor cadavérico por onde passavam. A visão delas era perturbadora. As plantas murchavam e os animais se afastavam ante a sua presença. E mais e mais, elas se aproximavam do seu destino.