Lágrimas na Pedra

Fragmentado, Op era um gigante de terra, que pela falta de chuva, tinha secado e cheio de rachaduras, tornou-se ruínas que ainda esperavam a chuva. Ele há séculos não saia dali, a sequidão na terra titular do norte era assustadora.

Uma garota fugindo de casa com lágrimas, foi tão longe de casa e tão ao norte como a trezentos anos não ia filho algum do barro. Num desespero comum aos adolescentes fugia de casa e corria com lágrimas retidas nos olhos azuis, parando somente à noite para comer um pouco de queijo e beber um pouco de leite que trazia numa bolsa suja. Durante o dia corrida, ia como a corça do deserto, velozmente corria e pulava obstáculos em todo o esplendor de um corpo juvenil, nos montes altos avistava às terras que ninguém a trezentos anos dos filhos do barro ali esteve. Ao ver a imensidão seu coração se agitava de tal maneira que corria ainda mais, sentia o vento em seus cabelos e suor descer na ponta de seu nariz pontiagudo. Ria sozinha pela liberdade, num frenesi típico dos adolescentes.

Chegando perto de um bosque parou e deduziu que haviam passado duas semanas que saíra de casa, logo se abateu diante daquela lembrança e sentada numa pedra, lembrava dos horrores de sua casa e de sua mãe, uma mulher infeliz e sofrida que muito a amava. E começou a chorar pelo entardecer vermelho de tal maneira, que gotas caíram na rocha que estava sentada, foi quando a rocha mexeu-se e ela gritou.

-AHHHHHHHHHHH! Com os olhos arregalados.

Aquela rocha era a cabeça de OP, o gigante de pedras.

Falou ele: -Senhorita poderia me trazer água?

Continua...

José Lins Ferreira
Enviado por José Lins Ferreira em 29/09/2014
Reeditado em 01/10/2014
Código do texto: T4981095
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