Crônicas de Arunia - O Reino Antigo Cap 3

Atordoada, Aida abriu os olhos devagar. Por muita sorte não havia batido a cabeça no chão durante a queda.

— O que... foi isso?!

Sky estava em transe, mas quando percebeu a amiga tentando levantar, correu em sua ajuda.

— Pelos Reis Antigos! Aida, você está bem?!

Aida não sabia responder àquela pergunta. Não se sentia exatamente mal, mas não podia ignorar o fato de que o acontecera com ela há poucos segundos fora surreal de muitas formas diferentes. O que havia sido aquele brilho em volta dela? Aquela sensação de estar fora do próprio corpo, de se elevar involuntária e descontroladamente? Ela sentira a vida se esvaindo pouco a pouco durante aqueles míseros segundos. Fora assustador.

— Por acaso eu acabei de voar?! — finalmente de pé, a primeira coisa que Aida conseguiu perguntar foi aquilo. Não poderia colocar em palavras mais nenhuma das muitas indagações que tinha.

— Eu sei lá! — Sky gritava — O que você fez com aquele rubi?!

— Nada! Quer dizer... Eu o roubei, né. — então Aida finalmente notou que ele não estava mais em suas mãos, nem ao seu redor. — Onde ele está?

O rubi evaporara junto com a estátua.

— Que ótimo! Eu odeio essas coisas mágicas!

Aida cruzou os braços, indignada. Depois de todo aquele estresse sobrenatural de brilhar e flutuar a centímetros do chão, nem mesmo o rubi ela podia levar pra casa como recompensa!

Sky, no entanto, não parecia muito interessada pela questão do sumiço do rubi. Estava ocupada demais observando a porta secreta que se havia aberto no meio da parede.

— O rubi devia ser a chave. Olhe isso aqui! — a garota se aproximou cuidadosamente da entrada — Aida, você achou a porta da qual minha mãe falou!

— Ah, ótimo! Uma porta secreta mágica que abre para... Outro túnel escuro e abracadabrante. Que incrível. — a ladra revirou os olhos, ao que Sky se pôs a rir.

— Então, a brava e corajosa Aida está com medo de um pouquinho de mágica? — ironizou.

— Sky, eu acabei de voar aqui! Aquilo não foi só um “pouquinho de mágica”.

Mas Aida não podia tolerar ser chamada de medrosa e não demorou muito a ser convencida a descobrir o que havia atrás daquela porta. Assim, as duas iniciaram a caminhada até o fim do túnel secreto.

Aquele estranho líquido escuro que elas haviam percebido na floresta ao redor do templo começou a aparecer com mais frequência, à medida que elas avançavam pelo túnel. E o sentimento de estar sendo observada começou a realmente incomodar Aida. Sky, por outro lado, estava eufórica. Ela tinha bons pressentimentos e eles lhe diziam que as duas estavam muito próximas de achar alguma coisa...

O túnel terminava em uma câmara subterrânea vazia.

— Outro beco sem saída. — constatou Aida, com a voz baixa de quem anuncia que o fim da linha finalmente chegou.

Sky irrompeu pela entrada da câmara, olhando para todos os lados, procurando qualquer fresta, qualquer pedra fora do lugar.

— Não! Não é possível! Tem que haver alguma coisa que abra outra porta secreta, ou sei lá!

— Sky...

— Não, Aida! De jeito nenhum! Não vou embora agora! A gente estava tão perto...! A joia mágica, a porta secreta...

— Sky, por favor...

— Não... Só mais uma vez. Vamos tentar encontrar qualquer coisa. Por favor, Aida... Não pode ser o fim da linha. Essa é minha última esperança...

Aida suspirou. Sky sabia ser persuasiva quando precisava: aquelas pequenas lágrimas se formando no canto dos olhos azuis podiam amolecer o coração de qualquer pessoa. Mais uma vez, as duas se puseram a procurar outra joia ou outra coisa que parecesse promissora de alguma forma, porém não era tão difícil perceber que ali realmente não havia nada. A câmara era muito menor do que o outro salão e dessa vez não havia nem rubi, nem estátua reluzente. Sky ficava mais nervosa a cada tentativa frustrada.

Contudo, Aida não podia deixar de ficar intrigada. Por que uma porta secreta se abriria para uma câmara vazia? Realmente não fazia sentido que não houvesse nada ali, senão, para que o lugar estava sendo guardado por uma joia mágica? E a hipótese de que alguém já poderia ter descoberto o quer que estivesse na câmara antes também era furada, pois se alguém já tivesse aberto a porta secreta, a estátua e o rubi teriam evaporado antes também.

Assim, Aida resolveu procurar mais uma vez, porém num lugar em que as duas não haviam se atrevido a mexer: naquele líquido escuro que aparecia cada vez com mais frequência. O que, finalmente, era aquilo?

A mão da ladra foi instintivamente em direção àquela pasta negra e viscosa, mas, mal seus dedos a tocaram, Aida gritou.

A sala girava ao seu redor, uma dor intensa amorteceu seus sentidos e seus olhos pesaram. A ladra sentiu a cabeça retumbar no chão de pedra, enquanto sua consciência era envolvida pela escuridão.

Aida abriu os olhos lentamente. Conseguiu se sentar na cama, embora sua cabeça pesasse como se fosse feita de chumbo. Após melhor recuperar os sentidos, olhou a sua volta. Estava em uma cabana quente e aconchegante, que embora fosse pequena, era muito limpa e cheirava a flores primaveris. A cama onde ela dormia era macia pela primeira vez em muitos meses.

Ela sentiu algo familiar em relação ao lugar. Parecia... O chalé de sua avó.

A garota se levantou com um pouco de dificuldade e começou a andar pelo lugar. Ele não só parecia, mas era exatamente igual ao chalé de sua avó no meio da floresta, onde ela havia ficado escondida por um bom tempo. Mas não era possível... Há quanto tempo não visitava aquele lugar? Sempre achou que ele havia sido destruído...

Ela caminhou até a estante de madeira da sala de estar e passou os olhos sobre os livros um a um, até encontrar aquele que instintivamente procurava. A capa azul ornamentada com entalhes dourados era a quinta capa da direita para a esquerda na segunda prateleira. Aida retirou o livro devagar e observou o título.

“Bulbalina, a fada que não podia voar.”

Seus dedos tremiam e ela acabou deixando o livro cair com um baque surdo no chão de madeira.

— Enfim pronta, criança? — uma voz chamou atrás dela.

Uma voz que ela conhecia muito bem.

O peito de Aida inflamou-se com uma dor terrível. Mas não era exatamente dor, era o peso da saudade.

Aquilo não podia ser real.

A visão da velha e gentil senhora fez a garota imediatamente correr ao seu encontro. Aida daria tudo para falar com sua avó uma última vez. Poderia finalmente dizer que sentia muito nunca ter dado ouvidos aos seus sábios conselhos.

Mas ela não teve chance de proferir uma palavra sequer.

— Eles estão vindo por você, Aida. Sabem que você está viva.

— O que...?

Aida estremeceu, em pânico. Aquelas foram as mesmas palavras que sua avó havia proferido antes de... Pensando bem, toda a cena que se desenrolava a sua frente... Tudo era exatamente igual àquele dia. A cabana, a comida esperando por ela em cima da mesa, até sua avó parecia a mesma!

Se aquilo fosse uma visão do passado, Aida sabia o que aconteceria a seguir.

Então ela ouviu as batidas na porta. Batidas pesadas, confiantes e perfeitamente balanceadas.

A garota não queria atender. Seus joelhos tremiam. Ela sabia exatamente quem estava batendo a porta.

Eram eles.

— Fuja, Aida! E não olhe para trás! — sua avó falou num tom urgente. Agora que ouvia aquilo pela segunda vez, Aida percebia o quanto aquela fala estava cheia de horror, medo e preocupação.

Ela nunca teve tempo de fugir, como sua avó queria. Nem mesmo dois segundos se passaram e a porta foi aberta com um estrondo.

— Acredito que ela não tenha nenhum lugar para onde correr. Por favor, não despedissem o meu precioso tempo. — disse um deles.

Três homens irromperam pelo umbral, mas o dono da voz cortante que se dirigira a elas era o único vestido de forma rica e elegante, com um manto de veludo vermelho preso por um broche de ouro. Seus cabelos prateados, assim como os de Aida, estavam cortados um pouco acima dos ombros e penteados para trás, perfeitamente alinhados. As íris de seus olhos ferozes eram de uma rara heterocromia: o olho direito, de um vermelho brilhante; o esquerdo, de um verde profundo.

Assim que aqueles olhos se puseram em Aida, o rapaz avançou, fechando uma mão envolta do pescoço da garota e erguendo-a a centímetros do chão.

— P-... Por... quê? — perguntou ela, sentindo as mãos brancas do rapaz fechadas em sua garganta.

— Nada pessoal. Você apenas tem algo de que eu preciso. — o rapaz sorriu, vendo-a agonizar com a respiração obstruída.

Ele era forte. Mais forte do que deveria ter sido.

Encarou-a com aquele seu olhar gélido. Nojo era o que havia em seus olhos heterocromáticos. Tanto ódio, que por um momento Aida desejou saber o porquê de ele a odiar tanto.

Subitamente, ela sentiu o duro e frio metal da espada do rapaz perfurar seu estômago.

Não doeu, num primeiro momento. Sendo uma “nobre”, ela raramente sentia dor. Pelo menos era isso o que sua avó dizia que ela era: uma “nobre”.

Os nobres eram uma sub-raça de poucos indivíduos, mas que eram temidos por muitos. Cabelos prateados, olhar mortífero... Abominações da raça humana. Detinham vista, velocidade e reflexos superiores, mas nunca tiveram emoções e sentimentos. Eram assassinos frios como o gelo. Perfeitos soldados.

Sua avó costumava dizer: “O dia em que você encontrar um nobre de verdade, será o dia da sua morte.”

Aida nunca havia entendido o significado daquelas palavras, pois achava que ela mesma era uma nobre de verdade.

Porém, vendo aquele rapaz em sua frente, seu olhar mortal e seu rosto sem expressão. A voz perfeitamente linear. Ela começou a perceber que não era uma verdadeira nobre. Não queria e nunca poderia ser.

E, por algum motivo, os verdadeiros nobres não a queriam viva.

Lentamente, Aida começou a se sentir cansada e com frio. Mas, mais do que isso, estava aterrorizada. Ela não conseguia conter as lágrimas fugidias que escapavam pouco a pouco para suas bochechas. Antes de perder a consciência, no entanto, ela fitou aquele rapaz mais uma vez.

Ela viu o brilho em seus olhos. Uma intensa luz branca fluía dela para ele, como se ele estivesse sugando a própria aura de Aida.

Só aí, a garota começou a sentir verdadeira dor.

Uma dor tão lancinante que nunca poderia ter imaginado. A medida que ele lhe roubava sua luz vital, sua essência nobre, Aida pode sentir vivamente as intensas sensações humanas.

E a dor foi a primeira coisa que realmente sentiu na vida. Doía tanto que ela sequer conseguia gritar.

O tempo começou a passar mais devagar e as cores se escureceram em sua visão. Sentiu as pálpebras pesarem e seus olhos estreitando-se lentamente. A inconsciência finalmente a invadiu.

— O que devemos fazer com a garota?

— Jogue-a em qualquer lugar perto da floresta. Faça parecer que foram os bandidos.

Quando Aida finalmente recobrou a consciência, a primeira coisa que ouviu foi uma voz que ela não conhecia.

— Deixa comigo, eu sei como se livrar dessa coisa! É só um Incubus. — era uma voz feminina e estridente. Quando tentou descobrir a quem pertencia, Aida percebeu que não podia abrir os olhos. Um momento de pânico a invadiu, até que ela notou que também não podia sentir nenhuma parte do seu corpo e que o cheiro de terra molhada que a câmara subterrânea exalava antes também não atingia seu olfato agora.

Ela estava recobrando os sentidos aos poucos, por enquanto somente a audição lhe permitia ouvir o que se passava ao seu redor.

— Sua amiga teve sorte. — essa era outra voz que ela não conhecia. Uma voz masculina, de um tom melodioso, calmo e controlado. — Se esse demônio estivesse totalmente desenvolvido, ela poderia ter dormido por anos. Felizmente não estava.

— Isso é tudo minha culpa... — a voz de Sky parecia um tanto chorosa, mas muito mais preocupada e nervosa.

— Não se preocupe, o antídoto que eu lhe dei deve acordá-la em alguns instantes!

“Estou acordada, Sra. Primeira Voz! Mas seu antídoto não recobrou meus sentidos ao mesmo tempo! Opa, espere, já estou sentindo meus pés.”, pensou Aida consigo mesma, já que não conseguia sentir a própria língua para falar aquilo em voz alta.

— Mas ela provavelmente teve um pesadelo terrível.

“Certamente, Sr. Segunda Voz. O senhor parece saber das coisas.”

— Vocês deviam ser mais cuidadosas! Não se deve tocar num Incubus. Ele pode te prender em um sono eterno cheio de pesadelos com os seus maiores medos!

“Ora, Sra. Primeira Voz, como eu ia saber que aquela maldita mancha era a porcaria de um Incubus?”

— Nós não somos exatamente o que se pode chamar de estudiosas. Sinto muito... Tillie, certo? — desculpou-se Sky.

— Sim, e meu amigo aqui é o Zander.

Aida finalmente pode abrir os olhos, embora ainda não pudesse se mexer. Sua visão estava turva e a escuridão da câmara realmente não ajudava em nada, mas, pelo menos, ela já podia distinguir as três pessoas conversando próximas dela.

A dona da primeira voz, a que se chamava Tillie, era uma anã forte e robusta, com os cabelos presos num coque alto. Carregava o que parecia uma mochila de viagem bem pesada. O dono da segunda voz, Zander, era totalmente o seu oposto, um rapaz alto e esguio, dotado de ombros largos e orelhas pontudas. Um elfo lunar. Seu cabelo negro e liso passava dos ombros e estava preso num rabo de cavalo afrouxado.

— Til, as gravuras são de origem anã. — no momento, Zander estava abaixado, examinando o chão.

— Eu sei. Eu te falei! — exclamou Tillie.

Ele voltou seu olhar novamente para onde Aida estava. A ladra subitamente fechou os olhos, fingindo ainda dormir.

— Então, sua amiga adormecida aqui... — continuou o elfo para Sky — Ela voou, você estava dizendo?

— Sim, e os olhos brilharam também! Daí o chão começou a tremer...

— E a entrada secreta se abriu, entendi. Mas o que aconteceu com a joia e a estátua?

— Não sei, elas simplesmente evaporaram!

Alguns segundos se passaram sem que ninguém dissesse nada. Aida já conseguia sentir o corpo quase todo novamente.

— Hm... O que vocês fazem aqui, afinal? — perguntou Sky.

— Coisas... — Zander respondeu, um tanto desconfiado. ¬— O que vocês fazem aqui?

— Coisas.

Todos se sobressaltaram quando Aida respondeu. Depois de sentir novamente as próprias pernas, conseguiu se equilibrar e levantou-se. Olhou para todas as caras assustadas que se dirigiam a ela e pousou um sorriso zombeteiro nos lábios.

¬— Sua... SUA IDIOTA! — esbravejou Sky, depois do transe.

— Nossa, bom dia pra você também.

— Onde você estava com a cabeça quando resolveu tocar naquela coisa?!

— Ora, eu não sei, Sky! Talvez eu estivesse muito ocupada tentando achar alguma coisa pra acalmar você!

Sky se calou. Depois encolheu os ombros e desviou o olhar para baixo.

— Tem razão... Isso é tudo culpa minha. Eu não devia ter... Eu só queria... É só que... — balbuciou ela — Se Tillie e Zander não estivessem aqui, você teria morrido!

— Ah... — Aida olhou para os dois por cima do ombro de Sky. — Falando nisso, obrigada. Você sabe... por salvar a minha vida e tal...

— Sem problemas! — sorriu Tillie. O elfo assentiu silenciosamente.

— Você está bem? — continuou Sky — Zander falou que você provavelmente teve um pesadelo terrível...

Aida estremeceu.

— É. Foi sobre aquele dia na floresta... Você sabe.

Sky conhecia aquela expressão no rosto de sua amiga. Ela não queria tocar no assunto, nunca quis falar sobre aquele dia em que as duas se conheceram. Sky também não gostava de pensar naquilo. Quando se lembrava de ter encontrado Aida coberta de sangue, com aquelas feridas letais... Ah, se seu pai não fosse um médico muito talentoso, ela não teria sobrevivido.

— Bem, então... Vamos embora, Til? — sugeriu Zander, sentindo imediatamente o clima ficar meio tenso entre aquelas outras duas.

Mas Tillie não lhe deu ouvidos. Ela estava imensamente intrigada e seu olhar curioso não saía de cima de Aida.

Quando finalmente percebeu, a ladra ficou incomodada com aquele olhar.

— Ahn... Você tá me encarando... Gente, por que ela tá me encarando? — depois de alguns segundos sem que Tillie respondesse, Aida revirou os olhos. — É o cabelo, não é?

— Você parece uma “nobre”.

A garota surpreendeu-se. Quase todo mundo que ela havia conhecido provavelmente pensou a mesma coisa, mas nunca foi corajoso o suficiente para dizer em voz alta. Ela realmente aparentava ser uma nobre com aquele seu cabelo prateado, afinal. Mas nem mesmo Sky jamais falara sobre isso.

— Bem... Mas eu não sou.

— Meio-nobre , talvez? Mas isso não faz sentido, nobres geralmente não escolhem parceiros humanos.

— Eu não sei. Nunca conheci meus pais. — Aida respondeu secamente. Aquela anã já estava começando a ir longe demais.

— Ei, Tillie... — sussurrou Zander — Sem querer interromper nem nada, mas... Pode não ser uma boa ideia irritar uma raça de seres comumente conhecidos como assassinos a sangue-frio, não acha? Só avisando.

Tillie o ignorou novamente.

— Isso é estranho... Você até se parece com uma nobre, fisicamente. Mas não passa a mesma impressão de uma.

Considerando que Aida só conhecia uma sensação desagradável toda vez que pensava em nobres, aquela fala de Tillie podia ser considerada um elogio.

— Eu... Ahn... Obrigada, eu acho.

— Então, podemos ir agora? ¬— pediu Zander.

— Espera aí, seu chato! Até parece que você não está tão curioso quanto eu! — esbravejou Tillie de um jeito divertido, como se estivesse brigando com um de seus irmãos mais novos. Zander levantou uma sobrancelha, mas não respondeu nada, então ela virou-se novamente para Aida. — Eu salvei sua vida, ao menos nos conte porque estavam aqui.

— Aqui vamos nós... — suspirou o rapaz.

— Acho justo. — Aida olhou para sua amiga, buscando uma aprovação, e Sky assentiu. ¬— Nós estávamos procurando por um mapa.

— Para o Reino Antigo, eu presumo... — Tillie sorriu — Por que estariam procurando por um lugar que nem mesmo existe?

Ah. Agora aquela anã estava começando a falar a língua de Aida. Finalmente, alguém a entendia! Se outra pessoa mais esclarecida, como Tillie parecia ser, explicasse para Sky que a tal história de Reino Antigo e o escambau era só uma lenda, talvez ela desistisse daquela bobagem.

— Minha amiga Sky aqui acha que ele existe. Eu só vim pela diversão e pelas ocasionais situações de risco de vida. — disse Aida, debochadamente.

O sorriso de Tillie se alargou ainda mais.

— Você está pisando nele.

— Nele quem?

— No mapa.

Quando Aida olhou para baixo, mal pode perceber os desenhos sobre toda a extensão do chão da câmara. Os entalhes eram tão discretos e vagos que, se Tillie não tivesse mencionado nada, poderiam ter sido confundidos com os detalhes da textura da pedra.

— Pelo Reis Antigos... — Sky murmurou boquiaberta, mal podendo acreditar em seus próprios orbes azuis.

~ Continua

Ingrid Flores
Enviado por Ingrid Flores em 05/01/2015
Reeditado em 28/03/2015
Código do texto: T5091487
Classificação de conteúdo: seguro
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