Princípio de toda uma história
No início, era a Ação e ela consigo.
Até então, Ela só agia sobre si mesma, quem mais? No entanto, percebeu a tempo que não era bom estar sozinha: agindo, agindo, agindo. Tratou de ‘’agir’’ alguma coisa, a qual deu o nome de Inércia.
Inércia podia multiplicar-se, e Ação passou a ter algo sobre o que agir, além de si própria.
Em algum dia no Tempo (e este era uma das Suas ações), Inércia havia se multiplicado de tal forma que Ação não podia mais dar conta de tanta Inércia que surgia. Foi aí que Ela tomou uma decisão importantíssima e significante: daria também, pois, à Inércia a capacidade de agir-se; agir sobre e por si mesma, independentemente dos quereres da outra. E nesse dia, Inércia tornou-se a primeira – e talvez a única – coisa a ser livre.
Felizes os que sabem do que eu falo e me chamam de louco. E eu, num dos extremos de minha loucura, pergunto: o que é, na gramática, ação?