Quando a vida e a morte se apaixonaram

Vida

Doce, frágil e tão linda!

Morte

Estranho, sério  e introspectivo.

Ambos vagando pelo mundo

Em busca de seus objetivos.

Vida, colorindo as flores

Morte lhes empalidecendo!

Vida a embalar novas criaturas nascidas,

Morte levando nos braços os cansados e inertes.

Vida provocando sorrisos e amores

Morte lamurias, confissões e desafetos.

Aos olhas da vida renascimento,  esperança e continuidade,

Aos olhos da morte fome,  miséria e o fim.

Seus caminhos enfim se cruzaram e estarrecidos um fitou os olhos do outro

Naquele momento o tempo parou e trocaram memórias,

Era desapego e amor, guerra e empatia, violência e bondade, era o começo e era o fim.

Num momento de êxtase trocaram abraços  e se fundiram em apenas um. Entenderam segredos, compartilharam  histórias,  se reaprenderam.

Mas morte e vida, chocados descobriram que eram destinos ambíguos e

antíteses.

Afastaram-se, delicada e tristemente.

Porém nunca mais foram os mesmos.

Errantes pelo mundo a vagar.

Morte carrega consigo os vestígios da vida,

Nunca mais a esqueceu.

E em tudo que agora toca,

sente o gosto do que foi,

a saudade do que era e o desejo de ter sido.

Aprendeu com a vida sobre a misericórdia,

e a usa as vezes quando ronda e se achega de mansinho, com carinho,

em outras se apressa e alivia o sofrimento que atormenta.

Não importa o que faça

Nunca é bem vinda

Mas compreende sua sina.

Vida segue seu rumo

Às vezes menos confiante

Mais cuidadosa, outras melancólica.

aprendeu com a morte sobre a esperança.

E agora quando cruzam o mesmo caminho

não se tocam, apenas se olham.

E sorriem tristemente,

Porque ambos sabem que apesar de causar tantos sentimentos contraditórios a fragilidade da vida sempre será subjugada pela força da morte. 

Tânia Mara Paula
Enviado por Tânia Mara Paula em 27/10/2016
Reeditado em 10/10/2018
Código do texto: T5804804
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