Quando a vida e a morte se apaixonaram
Vida
Doce, frágil e tão linda!
Morte
Estranho, sério e introspectivo.
Ambos vagando pelo mundo
Em busca de seus objetivos.
Vida, colorindo as flores
Morte lhes empalidecendo!
Vida a embalar novas criaturas nascidas,
Morte levando nos braços os cansados e inertes.
Vida provocando sorrisos e amores
Morte lamurias, confissões e desafetos.
Aos olhas da vida renascimento, esperança e continuidade,
Aos olhos da morte fome, miséria e o fim.
Seus caminhos enfim se cruzaram e estarrecidos um fitou os olhos do outro
Naquele momento o tempo parou e trocaram memórias,
Era desapego e amor, guerra e empatia, violência e bondade, era o começo e era o fim.
Num momento de êxtase trocaram abraços e se fundiram em apenas um. Entenderam segredos, compartilharam histórias, se reaprenderam.
Mas morte e vida, chocados descobriram que eram destinos ambíguos e
antíteses.
Afastaram-se, delicada e tristemente.
Porém nunca mais foram os mesmos.
Errantes pelo mundo a vagar.
Morte carrega consigo os vestígios da vida,
Nunca mais a esqueceu.
E em tudo que agora toca,
sente o gosto do que foi,
a saudade do que era e o desejo de ter sido.
Aprendeu com a vida sobre a misericórdia,
e a usa as vezes quando ronda e se achega de mansinho, com carinho,
em outras se apressa e alivia o sofrimento que atormenta.
Não importa o que faça
Nunca é bem vinda
Mas compreende sua sina.
Vida segue seu rumo
Às vezes menos confiante
Mais cuidadosa, outras melancólica.
aprendeu com a morte sobre a esperança.
E agora quando cruzam o mesmo caminho
não se tocam, apenas se olham.
E sorriem tristemente,
Porque ambos sabem que apesar de causar tantos sentimentos contraditórios a fragilidade da vida sempre será subjugada pela força da morte.