As Crônicas de Vahl Hallen

Capítulo 4
 
   Havia nos sonhos turbulentos de Scott a lembrança de seus pais, afinal, o garoto nunca vira sua mãe e pouco sabia sobre seu pai, mas a ideia de estar fora dos limites mágicos de Vahl Hallen o atormentava ainda mais.
-Você nunca me contou o que houve com seus pais. – Argumentou Olivier.
-Preciso mesmo? Já lhe disse, minha mãe morreu em meu parto, meu pai é algum bruxo esquecido pelo tempo.
-Por que nunca o procurou? – Perguntou Lisel.
-Não preciso, já tenho uma família, meu tio Gregory já é o suficiente.
-Gregory, o dono da loja ingredientes exóticos?
-Meu pai sempre passa por lá, adora criar novas poções.
   Logo a frente deles, Van Maarten procurava por algum lugar seguro para que passassem a noite, mas aquela enorme montanha mais parecia um quebra-cabeças de peças incompatíveis.
-Creio que seja melhor voltarmos para Vahl Hallen. – Argumentou ele.
-Ainda falta dois quilômetros até a fenda. – Respondeu Lisel.
-Exato, mas não iremos precisar da fenda.
-Como assim? – Perguntou Scott.
-Digamos que eu poderia transportá-los de volta, porém, não iriam para o castelo, e sim para o reino necromante.
   Os três ficaram a pensar por alguns minutos e se reuniram, enquanto isso Van ficava atento a qualquer possível ruído que pudesse surgir naquela imensidão. Por fim todos concordaram em voltar com a ajuda dele.
-Vão adorar a vista. – Argumentou Van.
   O reino necromante era vasto e considerado um dos mais sólidos de Vahl Hallen, contudo algo estava diferente naquela noite, Van ficou inquieto quando viu que havia muita fumaça vinda do palácio principal, bem no centro daquele lugar. Percorreram toda a extensão da avenida principal, alguns necromantes se escondiam por de trás dos edifícios.
   Quando subiram os degraus do palácio, muitas hipóteses ruins já se passavam por suas cabeças, Lisel segurou o braço de Olivier, enquanto Scott e Van Maarten foram os primeiros a chegar ao topo.
-É de fato muito estranho como vocês necromantes consideram-se especiais, eu apenas os vejo como mais uma praga a ser eliminada. – Victor demonstrava prazer em menosprezar Van Orien, rei e pai de Van Maarten.
-Você deixou com que a maldade o cegasse, era nosso prodígio, o escolhido a defender todos nós. – Respondera o senhor deitado sobre o mármore.
-Fui o escolhido a eliminar destas terras os impróprios, mas você sabe por que estou aqui, sabe o que procuro e não irei embora até encontrá-lo.
   Van Maarten olhou em seu cinto, um pequeno embrulho estava próximo a sua perna esquerda, ele o tirou e o fez deslizar delicadamente até Scott, que o pegou e guardou em seu bolso.
-Solte-o! – Gritou Van Maarten.
-Kien-for-veducin. – Proferiu Victor. – Pronto, você verá seu pai morrer sem poder dizer uma única palavra, depois matá-lo também e pegar de seu amigo aquele par de olhos. – Concluiu.
-Par de olhos? – Questionou-se Scott, enquanto segurava o embrulho. – Por favor, você não precisa matá-los. Está aqui, pegue-o. – Completou ele.
-Mér-lo-bler. – Victor proferiu duas vezes aquele feitiço das trevas, primeiro em Orien e depois em Maarten, fazendo-os explodir instantaneamente.


 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 30/10/2016
Reeditado em 15/11/2016
Código do texto: T5808073
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